Intense

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Bakugou não tinha muitos amigos.

Costumava dizer que não se importava com isso desde a infância, preferindo se isolar em sua própria bolha de arrogância e superioridade. Havia entendido desde criança que era mais forte, mais rápido e mais inteligente que os outros garotos e não tinha medo de expor isso.

No vilarejo onde vivia, os homens e mulheres mais respeitados eram os caçadores. Eram os protetores e provisores de toda a pequena aldeia e seu sonho era se tornar um deles. Sabia que tinha mais chances do que qualquer outro porque estava em sua corrente sanguínea. Ele tinha consciência de todo o seu potencial e não podia fazer nada se os outros não podiam aceitar isso.

Aos quinze anos, estava pronto para os testes para se tornar um caçador e embora tenha arrumado confusão para participar da atividade mais cedo, teria que esperar completar dezesseis. Mesmo assim, se aventurava pela floresta que rodeava a vila para treinar sempre que podia. Sozinho, como sempre. Era bom com a lança e com o arco, mas preferia o peso da primeira. Caminhava em silêncio, observando, ouvindo, sentindo cada movimentação. O som que se seguiu foi intenso, repentino demais. Uma lufada de ar que balançou sua capa e o fez movimentar a lança antes de acertá-la diretamente no alvo.

Mas o que era o alvo?

Um som estranho cortou a floresta e Bakugou se apressou na direção de onde provinha. Chegou a uma parte próxima de uma clareira e foi quando o viu. A couraça vermelha que cobria todo o corpo, as garras, uma das asas aberta, como se estivesse tentando se livrar de algo. Foi quando Bakugou percebeu sua lança presa ao corpo do ser.

— Um dragão – sussurrou – Eu acertei um dragão.

Chegou mais perto, com cuidado graças aos movimentos bruscos que a criatura fazia. O que faria? Matá-lo e levá-lo para a vila? Assim, talvez o aceitassem como caçador sem nem precisar passar por um teste.

— Ei, espera aí – gritou quando o animal tentou se afastar de si – Pare de se mexer.

Foi nesse momento que os olhos vermelhos se viraram para encarar os seus. Katsuki encarou-os de volta, firmemente, porque o dragão não desviava. Sentiu algo intenso, forte o suficiente para recuar um passo enquanto os pensamentos anteriores fugiam da mente.

— Seu idiota – cuspiu, de forma agressiva – Fique quieto pra eu tirar isso de você.

Bakugou deu alguns passos para se aproximar e ficou surpreso ao perceber que o dragão o ouviu e obedeceu. Olhou de novo na direção dos seus olhos, um tanto admirado e foi até a asa ferida. Procurou na bolsa de couro por algo que pudesse colocar ali quando a arma fosse removida.

Não demorou tanto para que tivesse resolvido a situação.

— Acho que não via poder voar por alguns dias – disse e ouviu um resmungo vindo da garganta do dragão – Nem vem. Se não queria ser atingido não devia chegar de repente num lugar silencioso como esse.

Red EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora