Capítulo Dezoito

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Preparei algo rápido e com os ingredientes disponíveis, uma macarronada.

Coloquei os pratos a mesa e apenas aguardei até que eles voltassem.

Cerca de vinte minutos depois apoiando-se na irmã Axel entrou na cozinha.

-O que fez?-Julia perguntou.

-Macarronada.

-Está com uma cara ótima, pena que não posso ficar. Já estou atrasada, mas por favor, guardem um pouco pra mim.

Ela deposita um beijo na bochecha do irmão e me abraça. O som dos seus passos se interrompem quando a porta é fechada atrás de si.

-Venha, vou te ajudar a se sentar.-Disse pegando seu braço.

O guiando o mesmo se senta, posiciono a cadeira corretamente. Sirvo em seu prato, e logo repito o mesmo no meu.

Sento-me ao seu lado caso ele precise de ajuda ou algo do tipo.

Com minha colaboração Axel encontra os talheres.

-Hm. Isto está bom .-Elogia.

-Obrigada.

Comemos tranquilamente, hora e outra apoiei-o, mas no todo ele se virou bem.

Quando o jantar terminou, recolhi os pratos sujos, depositei na pia e comecei a lavá-los.

-Seu apartamento é muito bom.-Comento enquanto enxaguo algumas louças.

-Obrigada, na época em que comprei ele era o ideal para um homem solteiro, e continua sendo. -Ouço-o suspirar.

-Está triste pelo término do noivado?-Pergunto interrompendo minha atividade por um breve instante.

-Não, nosso relacionamento já havia acabado há muito tempo.

Tentei impedir, porém um sorriso surgiu em meus lábios. Foi inevitável.

-Só estou tendo dificuldade pra me acostumar com o vazio, sabe, não é escuro... É um vazio. A cegueira é isso, um vazio, sem cor. -Ele diz pausadamente.

Paro que estou fazendo, enxugo minha mãos e caminho até ele sentando-me ao seu lado.

-Axel, eu sinto muito, muito mesmo pelo que aconteceu. -Seguro sua mão sobre a mesa tentando de alguma forma confortá-lo.

-Obrigado, por estar aqui, comigo.-Ele agradece, seus olhos estão sobre os meus, e por mais que eu saiba que o mesmo não esteja me vendo é impossível não me sentir nervosa, é impossível não sentir a expectativa me corroer.

Meus olhos desviam para seus lábios. Eles estão entreabertos.

Lentamente, quase que inconscientemente me aproximei, ao ponto de sentir sua respiração contra meus lábios. O desejava beijá-lo. Como o queria fazer.

-Está tudo bem, Clara?-Seu tom de voz está rouco, seu hálito fresco chegou até minhas narinas.

- Seria loucura se eu quisesse te beijar agora? -Pergunto sorrindo.

Um sorriso nostálgico. toma seus lábios

-Seria mais loucura ainda se eu quisesse que você me beijasse? – Retribuiu minha pergunta.

Como uma resposta selo nossos lábios, sinto sua mãos pousar me minhas bochechas. Lentamente o beijo se intensifica, sem deixar de perder sua suavidade.

Vagarosamente, nos afastamos. Seus olhos estão fechados, sua respiração ofegante, assim como a minha.

Ele pirragueia.

-Clara, o que estamos fazendo?

-Eu não sei Axel, eu não sei. Mas não consigo te tirar da minha mente há um tempo e quando soube o que aconteceu não pensei duas vezes, apenas peguei o avião e vim. E então descobri que você estava noivo e decidi esquecer qualquer ideia maluca que houvesse passado por minha cabeça... Só que então descubro que você não está mais noivo... Quer saber, não estou falando coisa com coisa... Estou?

Ouço seu riso ecoar pela cozinha me fazendo ficar confusa.

-Você ainda fala muito quando fica nervosa... Certas coisa nunca mudam.-Ele diz com uma sorriso nos lábios. -Não estou bravo pelo fato de ter me beijado, confuso essa seria uma boa palavra... Mas também não posso dizer que não senti nada.

-Espera, isso significa que não estou ficando louca sozinha. -Falo mais alto do que imaginei o fazendo rir.

-Não.

Ele pega em minha mão, apertando-a suavemente.

-Eu nunca te esqueci, Clara. -Diz com o tom de voz seguro.

-Nunca?-Pergunto um tanto insegura.

-Não. Todos os dias você me vinha a mente.

Sorrio.

Me inclinei novamente, sei que ele sentiu minha aproximação.

Uni nossos lábios.

Por mais distinta que essa situação pudesse parecer foi a primeira vez, em anos, que me senti realmente em casa. Não externamente, mas sim emocionante falando. Axel me trazia essa sensação de conforto, algo que gostei de voltar a sentir.

Carinhosamente me esquivei.

-Acho que seria uma boa ideia ir dormir, não?-Pergunto vendo-o sorrir.

-Claro, foi um dia cansativo. -Responde pondo-se de pé.

Enlaço nossos braços, aos poucos, cuidadosamente gui-o até seu quarto. Sua cama está devidamente arrumada, apenas puxo o edredom para o fim da cama para que haja espaço para que ele se deite.

Com meu apoio ele executa tal tarefa. Fito tudo ao meu redor, é um quarto comum, as paredes são da cor bege, típicas de apartamentos, há uma escrivaninha, uma porta que dá ao closet, um banheiro, a cama e televisão. Sem contar, é claro, da janela que nos dá uma boa vista, deve ser lindo observar o pôr do sol daqui.

-Preciso de algo?-Pergunto.

-Não, está tudo bem.

-Ótimo. Eu vou dormir no quarto de hóspedes, mas qualquer coisa você pode gritar que venho correndo. -Falo prestes a sair do quarto.

-Clara, não precisa dormir lá. Apenas se desejar.

Permaneço em silêncio durante alguns segundos, apenas pensando no que responder.

-Posso dormir no chão, ainda sou um cavalheiro. -Axel quebra o silêncio me fazendo sorrir.

-Não, você fica na cama. -Digo vendo-o sorrir. -Onde está o colchão?

-No quarto de hóspedes. -Responde.

Caminho até o mesmo, arrastando o colchão pelo corredor trago-o até o quarto de Axel.

Permito que o colchão caia no chão ao lado de sua cama. Essa seria uma longa noite, contudo, uma noite onde estava decidida a recomeçar do zero, esquecendo algo que nunca me permiti. Nosso passado. Recomeçar realmente do zero, ao lado de Axel, apenas esperava com tudo de mim que tal decisão fosse a correta.
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Finalmente um beijo né mores?!

Esse casal, sou apaixonada, simples assim!!

Espero que tenham gostado.

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Amo vocês, até sábado ❤️

Sob Um Novo OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora