My alternative boy [ JIKOOK ]

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Lindo. Não importa o que estiver usando, o que estiver calçando,não importa. Ele é lindo. Meu garoto é lindo.

E agora com ele em minha frente, completamente suado,com os cabelos laranjas grudados na testa,vejo que estou completamente fodido.

E tenho mais certeza ainda quando me pego desejando voltar à 20 minutos atrás, quando estávamos dançando e pulando juntos,dando beijos extremamente quentes no meio de todas aquelas pessoas,naquele show da única banda indie da nossa cidade (que na verdade canta músicas de outras pessoas). mas não nos importamos. nos amamos e fazemos questão de mostrar.

Agora estamos aqui,na cafeteria mal frequentada do fim da avenida,com ele apoiando os seus all-stars na pequena mesa,e eu posso afirmar que tenho a melhor visão; sua camisa do Nirvana grudada no abdômen,sua calça rasgada exageradamente colada,a Bandana preta com alguns detalhes brancos que dei a ele no primeiro festival que fomos juntos. Eu não poderia pedir por mais.

Seu olhar está fixado em mim,que se eu não conhecesse,diria que é inocente.

Eu não estou muito diferente. Olho para ele como se minha vida dependesse disso,e o meu sorriso ladino me entrega.

Apoio então meus cotovelos na mesinha,tentando focar somente em seus olhos castanhos,o que é uma tarefa difícil para mim,pois tudo nele me chama atenção.

- O que está olhando? Tem algo de errado com o meu rosto? - Pergunta com um pequeno sorriso de quem sabe muito bem o efeito que causa.

- Você é lindo,isso que está errado. - Digo sem medo de parecer um bobão apaixonado. Eu sou mesmo.

Ele deixou sair uma risada tímida,negando levemente com a cabeça,olhando para baixo,mas logo voltando a olhar para mim.

- bobão! - se inclinou e me puxou pelo moletom - você é mais.

Nos encaramos por cerca de trinta segundos,mas a tensão é imensa,e eu não hesito em lhe beijar pela milésima vez naquela tarde,que agora está chegando ao fim.

Poderíamos aproveitar daquele carinho por muito tempo,mas o pigarrear da mulher de meia idade - a dona do café - rabugenta não nos permitiu continuar.

Nos separamos rapidamente,e com aquela bandeja um pouco desgastada,a senhora praticamente jogou nossos cafés gelados na pequena mesa.

- Tenham uma boa tarde,ou noite,tanto faz! - Tentou parecer simpática,mas o seu tom de voz era de alguém que só queria estar morto.

 Olhei para jimin,que segurava o riso,e entrelacei minha mão na sua.

- Ji... - Falei manhoso - Eu só queria voltar no tempo e estar dançando Cigarette Daydreams agarradinho em ti... Como faço para voltar? - forcei um biquinho.

- Idiota! - Deu um selinho no bico recém formado,e com agilidade pegou um dos cafés,enquanto me dava o outro. E com a mão livre,segurou na minha,levantando e me puxando,abrindo então a porta do local com um pé,nos levando para fora do estabelecimento. E em poucos segundos estávamos correndo pela avenida.

Em algum lugar da minha cabeça tocava Cold Cold Cold - Cage The Elephant.

O dia estava escurecendo. Para todas aquelas pessoas,o sol estava indo embora. Mas para mim,ele estava bem ali,correndo ao meu lado.

Esbarramos em mais pessoas do que eu posso contar,e sem parar de correr,eu tentava me desculpar. O que resultava em esbarrar com mais pessoas.

Em especial,um cara que era,basicamente,três jungkook's em um corpo só.

Mas três jungkook's que não são faixa preta em taekwondo.

Ele não era muito fã de desculpas,e antes que eu conseguisse mostrar para ele o que eu escondo atrás desse rostinho bonito,jimin foi mais rápido e me puxou,para continuarmos a correr.

E enfim,chegamos ao prédio abandonado do fim da rua. É o nosso lugar desde a oitava série.

Ajudei jimin a alcançar a escadinha que dava para o segundo andar,e depois ele estendeu o braço para que eu pudesse subir. Já no segundo andar,andamos até a escadinha que dava para o terceiro,e então,o terraço.

Passamos um minuto congelados,totalmente hipnotizados pelas luzes da cidade.

Noite estrelada - Van Gogh.

- Lindo! - jimin falou,com o seu olhar perdido no céu tão grande.

E então,eu já não mais estava hipnotizado pela noite,mas pela estrela que brilhava ao meu lado.

Segurei em sua mão,e o puxei para sentarmos próximos a beirada.

Com jimin entre as minhas pernas,com a cabeça em meu ombro,eu me senti em casa.

- Tudo isso ainda me parece irreal. - disse se virando para mim. -  Eu nunca irei me acostumar com isso,gguk. - falou colocando a mão direita no peito esquerdo. - Porra! Eu tô com o garoto que eu gosto desde a quarta série,bem aqui! Desde que você era um pirralho metido a badboy que foi tantas vezes à diretoria que acabou fazendo amizade com todos os funcionários,e até mesmo com a diretora! A diretora jungkook!! - Soltou uma risada,posicionando a mão agora na barriga,e eu juro que as batidas do meu coração falharam. - Eu posso dizer que nada mudou,seu encrenqueiro! Mas eu me lembro daquele dia... aquele dia em que eu passei a aprontar de propósito só para te acompanhar. Quando éramos expulsos da sala e acabávamos fugindo descaradamente da escola. - Me encarou tão profundamente que eu juro que poderia morrer naquele momento. -- Eu fiz e faço tantas coisas erradas,mas que parecem tão certas porque foi com você e estamos aqui agora jungkook. Caralho,você me levou para o caminho mais errado,seu maldito lindo da porra!

Beijou minha bochecha.

- Poderia beijar um pouquinho mais para o lado,não? - sorri cafajeste,recebendo então um tapa no peito,juntamente com sua risada gostosa.
 
-Eu sei que eu falo demais,mas você me revolta,e eu sinto uma vontade enorme de colocar pra fora como você me faz sentir. - falou desviando o olhar para baixo.

Eu abri um sorriso tão largo que senti meu rosto se dividir em dois. Algumas pessoas diriam que nós soltamos declarações fora de hora,mas não achamos que existe hora para isso.

- Eu sou a porra do cara mais sortudo do  mundo - Falei pegando em sua nuca e o puxando para perto,de forma que as nossas testas estivessem coladas.- Eu te amo. - E então o beijei.

Como se fosse a primeira vez.