Capítulo 1 - Primeiro dia

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--> Essa história foi inicialmente feita como uma fanfic e eu a modifiquei à pouco tempo para se tornar totalmente original, porém alguns erros (como os antigos nomes de personagens) podem passar, me avisem caso isso ocorra para que eu corrija.

--> Ela originalmente ocorria no Japão, pensei muito se deveria manter assim ou colocar em um país onde a cultura é mais próxima da nossa e conhecida, causando assim menos estranhamento, mas acabei optando por não mudar esse fator. Qualquer situação que possa causar alguma confusão será devidamente pontuada e explicada, assim os leitores poderão adquirir um novo conhecimento de um lugar diferente e a estória não se modificará tanto de suas características iniciais.

--> Como os nomes japoneses podem causar estranhamento a maioria dos personagens terá apelidos para identifica-los.

--> Ela ocorre em um mundo semelhante ao nosso porém onde criaturas fictícias vivem escondidas. Algumas dessas criaturas são deuses, anjos, demônios, entre outras. Aqueles que acham que podem se ofender no quesito religioso peço que deem uma chance, é apenas ficção e tentarei ser o mais respeitosa possível com a sua crença e fé.

--> Algumas discussões abordadas aqui podem causar conflito moral. "Bem e mal" serão defendidos como algo relativo, muito se analisará mais para frente sobre a monstruosidade humana e de outras espécies do conto, assim como a bondade vinda dos cantos menos prováveis. Aqueles que de alguma forma podem se ofender novamente aqui está o aviso prévio.

--> Espero que gostem.



Capítulo um – Primeiro dia

-Mikaila-


Sabe quando a vida simplesmente parece ter se estagnado num ponto?

Quando você percebe que está preso num loop de rotina sem fim... O ar começa a ficar mais pesado, mais quente, se torna difícil respirar e andar, as coisas perdem o valor, seus sorrisos se tornam falsos e sua vida é simplesmente um vazio sem objetivo. Você não sabe o que pode fazer para mudar e sente que só precisa de uma faísca, uma única faísca para incendiar tudo aquilo e simplesmente te libertar. Mas ela não aparece. E você não a acha. Não a faz.

Já estou a onze anos morando numa mesma cidade, já sei quantas casas existem da minha até a escola e suas respectivas cores, enquanto percorro aquele mesmo caminho, andando já que correr como fazia antes (ouvindo o barulho alto do vento se chocando com meu ouvido) se tornou algo igualmente monótono, vou recitando os nomes que dei para cada flor plantada nos jardins. Eu poderia pegar um livro na biblioteca sobre botânica e descobrir os verdadeiros, mas isso eu já fiz. E me esqueci de tudo.

O nome das plantas, o nome dos carros, o nome das pessoas, o meu nome. Já esqueci de tudo uma vez e até hoje não lembro algumas coisas.

O rosto da minha mãe.

Isso eu ainda não lembro. Não de uma forma realmente significativa, lembro de rostos em fotos e não quero esses rostos. Quero uma lembrança minha.

Ter amnésia faz você pensar no valor das memórias e como elas são frágeis iguais a um vaso de vidro, quando meu vaso caiu tentamos juntar os cacos, mas alguns se perderam. Espalhados pelo chão da casa, pela ladeira que caí, talvez alguns até colados no para-choque do caminhão que me acertou. E sem eles eu não sou eu.

- Mikaila! – Ouço me chamarem e paro para esperar minha amiga Yuki, que balança animada um dos braços enquanto que com o outro prende a irmã Yoshinori puxando-a na minha direção.

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