Capítulo quatorze: Ciúmes

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Fiquei triste com esse capítulo :'')


Estou sentada no sofá assistindo operação cupido pela quarta vez, Elie trouxera uma televisão para nossa sessão de estudos, aprendi muito assistindo os mini seres humanos dentro da tela, sorri ao lembrar de um programa que eu ví, a apresentadora explanou sobre a TV deixar as crianças dispersas, sem incentivo para outras coisas importantes. Como ela estava errada! Fugi daquele lugar graças às muitas coisas que Elie e as lições com a Televisão me ensinaram.

O telefone de Nete toca lá em cima e logo após uma música começa a ecoar de lá. Mesmo assim consigo ouvir parte da conversa.

ㅡ Está muito recente... se você sabe que não é certo porque... ok, amanhã eu vou...

Não ouço mais ruídos de conversa, desligo a Televisão e espero. O que Nete escondia tanto de mim? Ele parecia saber tudo sobre mim e eu não sabia nada sobre ele. Suas palavras não cheiravam a mentira, minha pantera parecia confiar plenamente nele, mas uma pequena parte de mim sussurrava: nunca confie. E isso me faz agir.

...

ㅡ Algo errado?ㅡ Nete pergunta ao descer as escadas, seu cenho franzido mostra que ele já viu a mochila dele em minhas cotas.

ㅡ Sim, muitas coisas erradas. Concordamos mutuamente que eu tenho motivos para não confiar em humanos. E você esconde coisas de mim.

suas feições se suavizam, seus olhos castanhos brilham empatia, e seus membros relaxam acompanhados de um suspiro.

ㅡ Me comprometi em mostrar meu distintivo lhe dando um voto de confiança, todas minhas informações são confidenciais. Eu preciso que confie em mimㅡ Ela passa as mãos pela cabeça e continua ㅡ tenho que voltar ao trabalho, vim a Hollis resolver algumas coisas pessoais e te encontrei por acaso. Não foi uma operação de resgate planejada pelo meu departamento. Acredite quando eu digo que tenho muito a perder com o quão devagar as investigações andam.

Seu olhar divaga, olhando para mim disperso. Arrebata sua Jaqueta que está jogada nas costas do sofá e pega as chaves do carro em cima da mesinha do lado a porta principal.

ㅡ Preciso sair, vai ser rápido. Só quero que saiba que não é uma prisioneira, é livre para ir, se quiser.

Nete se vai de carro.

Em seguida faço o mesmo.

Entro floresta adentro, estava com saudades já, o cheiro, a sensação de liberdade, meus pés em contato com a terra. o clima está úmido, meus dedos afundam, deixando pegadas no chão. Corro perto da rodovia, de vez em quando algum carro passa e eu me recolho escondendo-me na floresta.

Sinto que Nete esconde algo, é um sentimento mínimo, já que meus sentimentos por ele tomam mais da metade do meu coração, eu tenho que ser sincera comigo mesma e ter um plano "B".

Adentro a floresta e deixo toda a roupa com a qual eu fugi enterrada, junto com o rifle que tinha no porão da outra casa de Nete, eu achei nas minhas explorações. Se em algum momento precisasse fugir às pressas, eu teria um par de roupas, água, comida enlatada e uma arma para me defender. A floresta está extremamente calma, meus instintos me dizem para ficar em alerta.

Ao voltar encontro um carro desconhecido estacionado ao lado do automóvel de Nete. Observo de longe, uma mulher bem vestida de cabelos loiros repicados sai de dentro da cabana, nete a acompanha.

ㅡ Foi muito bom te ver Nete.

Eles se abraçam, os braços dela em volta dele me dão uma imagem mental de mim arrancando-os para que ele jamais abrace outra fêmea além de mim novamente, a mulher entra em seu carro e vai embora. Ele fica fora da cabana e procura ao redor, olhando a floresta, mesmo que os instintos dos seres humanos não sejam tão apurados ele pode sentir que está sendo observado. Aquele bastardo sabe que não fui embora.

Isso deixa minha pantera alegre e me deixa desconfiada.

Entro pelos fundos e o vejo na cozinha fazendo algo que está com cheiro maravilhoso.

ㅡ Precisamos conversar Nete.

Ele me olha, nem um pouco surpreso por eu ter voltado. Que confiança é essa? Será que nem por um minuto ele não achou que eu havia fugido? Nete está usando regata, shorts e está com um avental branco. Ele prova a refeição para ver se está no ponto. Fico um minuto admirando-o.

ㅡ A minha gente não tem o costume de esconder sentimentos ou mentir igual os humanos.

Ele me olha de lado previamente.

ㅡ O que quer dizer com isso Liv?

ㅡ Quando alguém da nossa espécie se apaixona é para vida toda, eu eu me sinto assim por você ㅡ analiso sua expressão e espero sua resposta.

Parece que o que eu falei capturou sua atenção, ele deixa a colher na pia, tira o avental e me observa. depois de todas esses dias que eu passei, o mínimo que eu mereço é um pouco da atenção dele, mas minha desconfiança não havia dado espaço para que eu me abrisse.

ㅡ Eu preciso saber de algo a mais? ㅡ Ele pergunta contendo um sorriso.

Não idiota, eu que preciso saber o que seus braços estavam fazendo abraçando outra fêmea, e também, você não precisa saber que sem você eu definharia. Quando nos vinculamos, perder nosso companheiro pode ser tão doloroso que levava alguns machos a loucura, perdendo a consciência e deixando a besta assumir. e as fêmeas paravam de comer e definhavam.

ㅡ Precisa sim, você é só meu e não me sinto a vontade de você com outra mulher.

Seus lábios se curvam em um breve sorriso. Que raiva desse idiota .

ㅡ você foi maltratada, e o que sente por mim é gratidão Liv, não amor, além disso, estou no meio de uma investigação e você é uma das vítimas. E quanto a senhora que veio aqui, era uma amiga de infância, veio se despedir pois eu venderei minhas propriedades na cidade e não pretendo voltar depois que for embora.

Agora tudo faz sentido, não foi por acaso que ele me encontrou, e também não foi por acaso viemos para uma cabana bem no meio do mato em vez de ficarmos na casa da cidade. Eu só precisava saber uma coisa, para deitar naquela cama e dormir sem sentir que eu estava sendo mesquinha enquanto os outros sofriam.

ㅡ Eles serão libertos? ㅡ pergunto enquanto monto o quebra cabeça mentalmente.

ㅡ Sim, cada um deles, eu prometo.

Deveria ser o bastante saber disso. Abaixo a cabeça e subo as escadas, sem a mínima pressa, lágrimas rolam no meu rosto em todo o percurso para o quarto, essas lágrimas eram de alegria, todos os meus irmãos seriam libertos, e Nete falara a verdade. Ele era meu companheiro, sua boca dizia que não, mas seu corpo dizia que sim.

Eu tinha tudo que precisava para acalmar minha alma, mas havia um buraco ainda não preenchido.




Me deixem saber o que estão achando? Obs vou acrescentar algumas coisas nesse cap

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Me deixem saber o que estão achando? Obs vou acrescentar algumas coisas nesse cap

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