O desejo que consome e queima

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No capítulo anterior

— Então este é o meu destino? — Sophie questiona, sentando-se e empurrando seus joelhos em seu peito como se estivesse se protegendo do leão. — Terei que ficar presa em um mundo que desconheço, com um homem que desconheço, em uma situação que desconheço? [...] 

Quando ele estufa seu largo peito bronzeado pelo sol, de leve camada de pelos cor enferrujados que descem em uma fina linha naquela direção que Sophie tentou não deixar seus olhos correrem, ele era o próprio leão.

— Sim, Banrigh!


Melth, Irlanda, Novembro de 1847


A madrugada fria os fez aconchegarem um no outro inconscientes. Embora Connor tivesse provocado Sophie até que a bebedeira a fizesse sucumbir e adormecer, ele deitou-se ao lado dela após retirar o seu vestido segurando dentro de si a vontade de olhar minuciosamente cada detalhe do seu corpo, então, para não sucumbir a tentação, a cobriu com os cobertores e deitou ao eu lado em seguida, rezando para que Deus o salvasse do pecado.

Ele se deparou com a possibilidade de estar próximo dela como esteve planejando desde que atravessou o tempo em buscar da última alma de Emma, levando consigo seu irmão. No momento que Archie pisou na nova era, descobriu que não só o irmão estava corrompido pela tecnologia, como ele também. Pegou-se resmungando durante algumas vezes ao dia a falta que lhe fazia sua moto ou seu aparelho celular. Cinco anos na nova era e foi como se tivesse sido toda a sua vida. Pensou que talvez ser amaldiçoado não tenha sido tão ruim se tudo isso significasse encontrar Sophie e poder desfrutar de todas as facilidades.

Sophie se remexeu, embrenhando-se contra os cobertores de lã, resmungando em seu sono. Connor aproximou-se mais dela, sentindo os seus corpos grudados, o cheiro almiscarado dos sais de banho que as criadas colocaram na água e da textura macia dos seus fios pálidos. O corpo de Sophie chamou o seu como um imã, a intensidade era demasiada, Connor era um grande homem, mas até mesmo os grandes homens não podiam esconder seus membros quando estavam diante de mulheres bonitas, especialmente quando ele deseja aquela mulher ardentemente como nunca desejou nenhuma outra.

Connor não teve nenhuma chance de ter Emma em sua cama, ela morreu no dia do seu casamento após roubá-la do compromisso que tinha com um outro cavalheiro e praticamente forçá-la a se casar com ele. Emma foi sequestrada e morta horas depois nas suas próprias terras e ele alegara que ela tinha retornado para o castelo McDonald. Após o luto pela morte da mulher que amava, buscou auxilio nas montanhas com a bruxa que outrora o tinha amaldiçoado, descobrindo assim que a alma de Emma havia sido fragmentada e distribuída em quatro pedaços. Desde então, aprendendo o dialeto que a bruxa havia lhe ensinado, Connor começou sua busca pelas almas de Emma, atravessando o tempo e esperando... Ele esperou por décadas até encontrá-la no corpo de Viollet, a jovem camponesa do ano de 1878. Uma mulher sonhadora, um olhar bonito que fez Connor se perguntar se aquela era realmente a alma de Emma. Quando Viollet também foi tirada dele, Connor pensou em desistir e se render. Até encontrar a terceira alma e o medo de que pudesse algo acontecer e se afastar e manter apenas uma amizade. Embora Alana tivesse um corpo que Connor desejasse colocar suas mãos em cima, ele manteve a postura, sendo o que ela precisava e não o que ele queria ser. Quando Alana faleceu, Connor desistiu.

— Hm, — Sophie resmungou em seu sono, revirando-se na cama até ficar bem próxima de Connor. Tão próxima que o pênis dele roçava em sua mão e o fez prender um murmúrio pego de surpresa pela caricia inconsciente da mulher.

Laoch, Amor além do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora