Até que você diga.

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A luz piscava algumas vezes, deixando o cômodo tão claro que eu podia ver as pequenas rugas atrás do óculos roxo.  Ela anotava alguma coisa sem desviar o olhar enquanto eu a analisava em silencio.

– Vai ser assim? – perguntei debruçando sobre os joelhos. – Silencio e anotações?

– Eu não sei. – pela primeira vez ela falou, sua voz era fina e um pouco rouca. Seu olhar subiu e cruzou as pernas deixando à coxa a mostra pela fenda da saia branca. – Como vai ser Caitlin Blake?

– Você é a psicóloga! – ela riu e eu estreitei o olhar. Não foi minha escolha entrar nessa merda de sala e olhar pra uma mulher de 45 anos anotar coisas em um bloquinho azul. – Se não for fazer o seu trabalho, me deixe voltar para a minha cela e não ficar em um lugar que cheira a...

– Morte? – seu polegar juntou-se ao indicador na pequena parte do óculos deslizando-o pelo nariz e repousando no colo. – Essa sala tem mesmo esse cheiro, sabia que você iria reconhecer. É diferente, não é? Quase que indescritível se não fosse o arrepio que faz os pelos da nuca.

– O-o que você sabe sobre isso? – que pergunta idiota, ela era psicóloga de uma prisão, mas isso não explicava como ela conhecia o cheiro da... morte. – Sobre mim?

– O que eu sei? – deixou uma risada fraca sair pela garganta. – Eu sei que seu nome é  Caitlin Blake, 17 anos. Filha mais nova e tem um irmão chamado Christian que morreu afogado no lago Rivers e também sei que você se culpa por isso. Sei que você cresceu rodeada de pessoas mais sempre se sentiu deslocada, quando fez 13 anos quebrou o braço em um concurso de miss simpatia da escola. – ela curvou o corpo para frente. – Eu sei que você é uma garota que age por impulso e quando alguém fala alto você sente medo; sei que nessa prisão você via a sua amiga morta sentada na mesa do refeitório, assim como também sei que você foi encontrada em uma cabana com três cadáveres do qual dois eram os seus melhores amigos.

– Jesus... – sussurrei  sentindo a minha mão tão fria quanto um Iceberg.

– Não, meu nome é Jordan Bloom. Então me diga, como vai ser Caitlin Blake?

Point Of View – Justin Bieber.

– Fico feliz que está aqui Liza. – ela sorria enquanto guardava três pastas azuis na gaveta da mesa. – Agora minha sala ficará organizada.

– Eu sei que sim, o senhor nunca foi muito bom com organização.

– Por favor, não me chame de senhor. – balancei a cabeça de um lado para o outro. – Nós somos amigos.

– Não no trabalho. – sorriu desviando o olhar.

– Não foi isso que você disse naquela noite no meu escritório. – ela se abaixou e empinou aquele traseiro, eu podia vê-lo por baixo daquele vestido preto na minha cabeça. – Ao contrario, você quase não falava com o meu p...

– Bieber, e aí? – virei de súbito e Liza quase caiu para o lado. Chaz me encarou cruzando o cenho. – Tudo bem?

Injeção Letal.Onde histórias criam vida. Descubra agora