Capítulo Único

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Como a maioria das coisas que eu escrevo, essa one shot veio amim do nada e eu não conseguia tirar da cabeça enquanto não a escrevesse.  Na maioria das vezes eu não sei onde vai dar,muitas vezes eu me perco e acabo não concluindo. E essa eu só queria contar sem me estender muito. Por isso será apenas um capítulo. Eu espero que gostem.

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O cheiro de cigarro foi a primeira coisa que sentiu, antes mesmo do frio. Tentou manter os olhos fechados, não podia demonstrar que estava acordado, não podia passar por tudo aquilo novamente. As lembranças de tudo que lhe fizeram ou de tudo de haviam lhe obrigado a fazer o atormentavam, dia após dia tortura física e psicológica. O tempo que havia passado naquele lugar pareciam intermináveis, ele contou, dia após dia. Até que um dia simplesmente parou era apenas mais uma maneira de se torturar, contar o tempo que estava naquele lugar.

- Eu sei que você está acordado. Falou seu algoz . – Abra os olhos garoto, veja a bela espécime que eu trouxe pra você.

Lentamente ele abriu os olhos o lugar já familiar aos seus olhos era nefasto como da primeira vez que o tinha visto. Uma antigo motel que haviam abandonado, ou pelo menos era o que parecia do canto inferior esquerdo onde ficava encolhido boa parte do tempo tentando se proteger do frio. Havia uma cama quebrada que fazia barulho toda vez que era usada e infelizmente ele o fazia bastante. E no outro canto estava o homem em seu um metro e setenta de banha e pelos com seu cigarro fedorento na boca. Aos seus pés estava ela, a garota da noite. Ela estava nua, seus olhos marejados fixos no chão.

Ela assim como ele, ela sabia o que estava por vir. Ela subiu na cama resignada e ele a seguiu posicionando-se em cima dela, essa ao contrário das outras essa não fechou os olhos , não chorou ou pediu que não o fizesse, Ela olhou no fundo dos seus olhos e esperou que o fizesse.

- Eu sinto muito. Disse ele . a voz áspera pela falta de uso e o frio .

O asco de si mesmo era a pior das sensações , as lágrimas estúpidas que caiam molhavam o seu rosto e os dela.Ela por outro lado não derramou uma lagrima qualquer, ela era forte como ele nunca poderia ser um dia. O som da fivela cinto fez um arrepio percorrer seu corpo, essa era a pior parte, aquela em que escutava aquele som pavoroso.

Quando enfim acabou a garota tomou seu rumo apressada para a porta, antes que ela saísse ele virou-se seu rosto para ela.

- Qual o seu nome? O garoto questionou. Esse era o seu modo de tortura, saber o nome de cada uma delas. A garota depois de um segundo de hesitação respondeu.

- Lilliane.

Ela saiu disparada.

Anna , Juliana, sophia, Maria, Lilliane.

-Muito bom, Garoto. Falou o homem da cadeira. – Mas você errou de novo e vai pagar por isso.

Levantou-se e com um pedaço quadrado de madeira desferiu golpes contra o agora magro corpo do garoto. Ele estava lá tempo o suficiente pra saber o que havia feito de errado, ele perguntou o nome da garota. A dor que as pancadas traziam eram bem vindas, cada ferida mal curada era um passo mais próximo da morte, e era isso que ele mais almejava, havia se tornado um sonho a ser alcançado: a morte.

A Pergunta que rodeava a sua cabeça e que ele repetiu milhares de vezes nos primeiros dias de cativeiro voltou. Então ele o fez , ele voltou a lhe questionar.

-Por quê?

O homem o olhou , seu rosto tomado por uma raiva fora do normal .

- Por ela . Repetiu a mesma resposta de todas as outras vezes.

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