95 - Mulher Cruel

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  - Por favor... - Implorava ele e as lágrimas desciam, meu coração disparou com a agitação, será que ele estava tendo algum pesadelo?
  - Mark. - Sussurrei e cutuquei o ombro dele, mas ele continuou murmurando palavras de medo, enquanto mais lágrimas desciam - Mark acorda. - Sussurrei de novo chaqualhando o ombro dele, ele parou de murmurar, fez-se um silêncio por alguns intantes e de repente ele segurou o meu pulso com força, abrindo os olhos perturbado. Eu arquejei com o susto. E ele me olhou dentro dos olhos. O peito subia e descia em descompasso, e ele parecia estar procurando alguma coisa, quando percebeu que não tinha ninguém ali além de mim e o gatinho, sua expressão mudou, deixando o ar frio, para ficar mais tranquilo.
  - Me desculpa. - Pediu ele e então afrouxou o aperto no meu pulso - Eu... - Ele começou a dizer, e então me soltou, desviando o olhar para limpar suas lágrimas. E enquanto eu recolhia meu pulso o trazendo pra perto do peito por reflexo, percebi que as mãos de Mark estavam tremendo.
  - Eu tinha saído pra beber água, e quando voltei você estava tendo um pesadelo. - Esclareci e Mark suspirou pesado - Parecia que você estava bem perturbado... - Comentei espereando ver a reação dele, mas Mark apenas se limitou a ajeitar o travesseiro onde antes repousava a cabeça para dormir.
  - Obrigado por me acordar. - Agradeceu Mark, e levou sua mão até a minha cintura, passando o braço ao redor do meu tronco para em seguida me puxar pra perto dele - Eu não quis ter te machucado. - Disse com a mão livre pegou meu pulso e trouxe até os lábios, depois deu um beijo aonde tinha apertado. Eu nem tinha me machucado, na verdade na hora em que ele fez isso, eu mais senti o susto do que dor no pulso. Mas já que ele quer se desculpar, eu aceito.
  - Está tudo bem. - Contei para acalma-lo e Mark abriu um pequeno sorriso de alívio.
  - Promete que da próxima vez que precisar ir beber água vai me chamar pra ir junto? - Pediu Mark com um tom manhoso na voz, e eu assenti me aninhando no peito dele. O corpo dele estava quente, aquecido pelo tempo que estava coberto pelo edredom, já eu nem tanto, nunca fui de ter a pele quente, na maioria das vezes fico fria, não estou morta, mas pelo fato de que eu estou mais acostumada com o ar frio da cidade, minha pele é mais fria mesmo que eu estiver coberta ou com diversas blusas.
  - Prometo. - Sussurrei e o som da minha voz saiu um pouco abafado. E eu estava tão confortável que pretendia esquecer o que aconteceu e dormir, mas foi então que me lembrei de uma coisa, que se eu não perguntasse ia morrer de curiosidade a noite toda - Mark? - O chamei e ele puxou o edredom pra cima dos nossos corpos.
  - Que foi? - Perguntou carinhoso e senti que ele estava afagando meus cabelos.
  - O que você estava sonhando? - Assim que perguntei ele se afastou um pouco de mim para ver o meu rosto.
  - Quer mesmo saber? - Perguntou um pouco confuso e eu assenti, tinha uma mecha do cabelo dele que estava caindo perto do olho, não demorou muito para que eu tocasse seu rosto e a arrumasse pra trás. - Eu estava tendo um pesadelo com uma mulher... Uma mulher cruel que fez parte da minha infância. - Contou Mark e eu engoli em seco.
  - Ela te batia?
  - Ela me torturava, achava que se me fizesse sangrar o suficiente, eu aprenderia a obedece-la. - Disse, com o olhar se perdendo lentamente, e então suspirou - Eu não gosto de lembrar dela.
  - Entendo. - Falei, eu gostaria de perguntar mais coisas, mas me contive, estava tarde e Mark parecia cansado. Então me aproximei um pouco, lhe dando um selinho. - Eu não vou mais sair daqui, pode dormir tranquilo. - Declarei, e então me aninhei novamente no peito dele. Senti ele depositar um beijo na minha testa. E quando fechei os olhos escutei BamBam.
  - Usem preservativo!

- Mallya on-

  O homem que parecia ser o líder deles, gritou alguma coisa pra minha mãe, mas eu não consegui entender o que era, muito menos ouvir. Só dava pra ouvir os gritos dela.
  Eu não conseguia entender porque eu ouvia ela gritar, mas não conseguia ouvir eles conversando! Estava ficando indignada. Lá dentro da casa estava ficando movimentado. Os homens pareciam nervosos, e minha mãe parecia estar com muita dor. Eu queria entrar, eu queria poder fazer alguma coisa pra ajudar ela, mas a casa não me permitia. Ela se auto bloqueou para mim, proibindo que eu tentasse interferir.
  - Mãe... Murmurei ansiosa, meu coração estava disparado, eu queria arrancar aquele vestido idiota que eu estava usando, ele estava apertado no meu corpo, me irritando, e eu estava ficando sem ar. Mas não conseguia identificar se isso era por causa do vestido ou da minha ansiedade.
  O homem que estava controlando tudo, se aproximou da cadeira onde estava a minha mãe, e mostrou pra ela um objeto. De início eu não consegui enxergar o que era, outro homem estava na frente, mas quando ele jogou o objeto na poça de sangue no chão, eu vi. Uma rosa negra, sobre todo aquele sangue lentamente manchando suas pétalas.
  E então começou.

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