Mariah - "Ele ainda estava vivo"

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Passei na casa da Ailee, mas ela não estava sozinha. Conheci pessoalmente o garoto das fotos, aquele que Nathan descobriu que Ailee estava se encontrando mesmo com o casamento marcado. Vou cortar os vinte minutos tentando convencer ela de ir comigo até a casa de Nathan.

Mas consegui.

Estava tudo apagado quando chegamos e o portão da entrada abriu misteriosamente quando paramos em frente, entramos e estacionamos o carro na entrada da casa do Nathan. Eu insisti para que Jules não viesse armado, mas foi essa a condição para que viessem, se ele viesse junto e armado.

Assim que desligamos o motor do carro, ficamos dentro discutindo quem iria entrar.

-Jules não pode entrar. - Digo.

-Eu não ficarei aqui no carro enquanto vocês entram sozinhas. - Jules.

-Ailee, por favor, diz pra ele ficar.

-Não vou entrar sem ele. - Que saco, vamos todos, Nathan vai encher o saco e talvez nem fale de vez o que precisa falar.

Saímos do carro e entramos sem problemas, a porta estava aberta; enquanto entramos Ailee sacode o celular e a lanterna acende, para conseguirmos enxergar alguma coisa, mas não precisamos andar muito. Só iluminar mesmo. 

O primeiro cómodo é a sala e a bebê está sentada no sofá com almofadas em volta para que não caísse. Ela está serena, quieta até demais, sinto até um gelo, pensando que aconteceu algo, mas quando nos vê ela faz um barulhinho engraçado.

Eu não fui a primeira a ver, estava distraída com o bebê, mas eu ouvi a Ailee vomitar... E isso me levou até a sala de jantar, onde havia um corpo pendurado ainda tendo uns espasmos.

-Ahhh, meodeos, tira ele dai, tira. - Eu corro em direção a ele, mas não tenho coragem de encostar.

-Já é tarde. - Diz Jules.

Sem sair do lugar e pego o celular e digo as palavras que ligariam para Chase automaticamente, digo "siga o baile, nenê" baixinho e robotizado, e mais uma vez ligo para ele, só não queria que esse fosse o motivo. Como sempre, ele demora para atender, e quando atende:

-Diz pra mim que não saiu de casa... - Ele diz, mas sou incapaz de responder, Ailee arranca o celular da minha mão e desliga.

-Você é idiota? Não pode falar com ninguém... - E ela quase vomita de novo, Ailee corre pro banheiro e leva meu celular junto.

-Cara, que merda, a que ponto ele chegou. - Jules fala sozinho, encarando o corpo.

-Alguma coisa aconteceu, não é possível. - Comento também, encarando uma lixeira que ainda está pegando fogo.

O corpo dele teve mais alguns espasmos, e um liquido começou a sair da sua boca, a calça dele começou a ficar molhada na frente como se ele estivesse fazendo xixi e um cheiro horrível de merda no ar. Cubro o rosto com as mãos sem acreditar.


Tento ligar de novo, mas Ailee desliga no primeiro toque, essa conta como a terceira ligação do dia?

-Deixa de ser idiota, você vai avisar alguém. - Ela segura meu rosto com as duas mãos de maneira nada gentil, apesar desse gesto geralmente ser fofo, as mãos dela estão frias e pegajosas. - Esse lugar vai encher de polícia, pessoas e jornalistas e uma pá de merda.

-Devíamos ir embora. - Jules sugere.

-Essa casa tem muitas muitas cameras, vamos encontrá-las antes de chamar alguém. - Ela continua.

Meu celular começa a tocar, Chase deve estar preocupado, ou pior, chegou em casa e percebeu que estou noite a fora fazendo merda e me metendo em lugares como o que estou agora.

As quatro agendasOnde histórias criam vida. Descubra agora