Tinha acordado extremamente cedo aquele dia, e cedo digo tipo umas 11 horas da manhã! Não é um absurdo de cedo? Pois eu acho. Mas pelo menos acordei cedo pra ir com meu pai andar de bike na ciclovia, o que eu amava demais, ainda mais com ele. Fico pouco tempo com papai durante a semana, isso porque ele está sempre resolvendo um compromisso e outro do trabalho.
Meu pai, João Pedro de Lima, é chefe de segurança de um dos hotéis mais populares aqui de Porto Alegre, o Coral Tower. Então está sempre contratando pessoal novo e treinando-os pra proteção de toda aquela gente que aparece fazendo turismo durante o ano. Enquanto ele trabalha, passo a manhã toda na escola
e durante a tarde trabalho na livraria ao lado do hotel. No fim da tarde normalmente volto de ônibus para casa, exceto nos dias em que papai sai do expediente mais cedo e pode ir embora comigo.
Senhor João, vulgo meu pai, é um homem de tamanho mediano, daqueles um pouco acima do peso, com seus cabelos grisalhos e seu rosto redondo que dá um ar de simpatia e alegria, e tem aqueles olhos cor de mel que geram inveja até em mim, que fui privilegiada pelos olhos verdes de mamãe.
Meu pai não é daqueles que curte um exercício físico, por isso, em quinze minutos de pedalada já estava suando feito um porco e desesperado por um gole de água.
-Re, vamos parar, preciso de água! Vou ter um treco! -Disse pausadamente enquanto respirava fundo e se abanava com a palma das mãos.-pai, faz nem meia hora que estamos pedalando, assim a missão vai ser fracassada. Onde fica o projeto verão 2025? -respondi dando uma risada e estalando os dedos.
-Gostaria de estar vivo até lá, mas desse jeito tu vai matar o velho aqui. Dá uma segurada nessa tua aceleração guria.
- Para de drama homem, foco! -coloquei a mão em seu ombro e apertei de leve, dando aquele sorriso que sabia que faria ele continuar.
-ta bom menina, vamos lá! Foco! -respondeu sorrindo e voltando a subir na bike.
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Já eram seis horas da tarde quando a Mari bateu na porta de casa e antes mesmo que eu saísse do meu quarto, onde acabara de sair do banho, ela já estava entrando ap a dentro.
-Oi Mari - papai falou acenando- se comportem meninas estou indo trabalhar. -saiu da porta de seu quarto e veio em minha direção para me dar um beijo na testa. Passou pela Mari, bagunçou seus cabelos, e saiu de nosso apartamento.-Parece que somos só nós duas novamente princesa! -disse enquanto abraçava forte a minha melhor amiga.
-af, vou ter que te aguentar de novo! -ela respondeu sorrindo e me empurrando de leve.
-vamos ali pro meu quarto, tenho que refazer a chapinha pro rolê da noite. Mas e aí, me conta, o crush vai? -falei fazendo uma cara maliciosa e revirando os olhos.
-ah...não é meu crush, sei lá. Mas o Eduardo vai sim, é aniversário de uma das melhores amigas dele. -ela disse me olhando e dando um risinho sem graça.
-sei, sei. Vem guria, vamo lá fazer minha chapinha e vou te contar de um guri que conheci pela internet aí. -falei puxando aquela louca pelo braço.
Fomos pro quarto, e enquanto passava a chapinha nos cabelos contei pra ela do Thiago e das nossas conversas nos últimos tempos.
-Ele disse que vem me ver, eu realmente queria que fosse verdade, aaaa e nem te conto: ele rima, nas batalhas de lá. Disse que tem até vídeo no YouTube. -Falei enquanto ria.
- S-É-R-I-O? -Ela respondeu daquela maneira pausada e fazendo uma cara engraçada que apenas Marianna Duarte sabe fazer - eu não acredito! O Dudu queria participar de uma dessas, mas diz que ainda se sente nervoso, mas eu apoio muito e acho demais quem batalha.
-O thi já batalha a algum tempo, me falou que prefere aquelas rimas engraçadas sabe? E as que falam de primas -Falei revirando os olhos
-Aaa eu adoro esse tipo, mas também curto muito as de ideologia e tal. Mas mudando de assunto, eu shippo esse casal ein, mas e o Wallyson? Sabe disso?
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Quando A Rima Nos Uniu
Novela JuvenilO tempo passa, os romances aparecem, as amizades mudam e tudo se torna tão novo e diferente. A adolescência nunca foi fácil e agora quando um amigo corre perigo é necessário se juntar para encarar os perrengues da vida. Quando a rima nos uniu, conta...