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E eu estava lá... Estática, a ouvir o som irritante do ponteiro do relógio de pulso, à espera!
À espera que alguém desse sinal de vida e, principalmente, que alguém ou alguma coisa, milagrosamente, conseguisse passar pelos portões de ferro maciço, pelos 25 guardas noturnos que rondam o edifício (com metralhadoras, tasers, chicotes e sabe-se lá o que mais eles escondem por baixo dos casacos impermeáveis que usam todos os dias), pelos 4 guardas que vigiam a receção do prédio, pelos 53 funcionários da limpeza que andam sempre a "passarinhar" e a cochichar sobre a vida dos outros (como se a deles fosse muito melhor) e, finalmente, pelos 5 animais,SIM,animais porque continuo a pensar que aquelas aberrações com 2 metros e 120 kilos são animais e não pessoas, que se encontram à frente da minha jaula, guardando-me tal e qual como o Peter Pan guarda a Sininho e me tirasse desta porra de MANICÓMIO.
Engraçado que, só quando estámos na pior fase das nossas vidas é que toda a gente se preocupa connosco, como por exemplo, ter 5 animais (habituem-se porque eu vou tratá-los sempre assim) a "proteger-me" é um privilégio pois o maior número de pessoas que eu já tive a protegerem-me na minha curta e insignificante vida foram duas,o meu irmão e a minha mãe, numa reunião com o diretor da escola devido a uma "pequena" briga escolar...

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