-Eu aceito. -Respondi prontamente.
-Vocês dois são loucos.
-Davi, podemos revolucionar algo! Podemos fazer algum tipo de justiça, não quer isso? -Flávio pergunta cheio de empolgação.
-Quero. Entretanto já olharam para os perigos que tudo isso envolve?-Pergunta.
-Você me disse uma vez que deveríamos viver intensamente! Essa é nossa chance. Vamos viver isso, Davi, por favor.-Peço com o olhar fixo ao seu.
Vejo-o revirar os olhos, para logo após concordar com a cabeça.
-Yeah!-Flávio e eu comemoramos juntos.
-Com uma condição.-Davi diz fazendo com que nossa empolgação diminuísse. -Se eu achar que vai dar merda caio fora. -Diz seriamente.
-Tudo bem. -Flávio diz.
Assinto para saberem que concordo com a linha de pensamento.
-Quando começo no TC do sul?-Pergunto.
-Segunda que vem.
-E eu, quando começo?
-Amanhã, hoje foi meu último dia. Nós três criaremos e-mails para nos comunicar.
Assentimos.
Meu chefe entregou todas as pastas, documento, fotos e registos que incriminam e denunciam a parceria de Sanches e Travolta. Como ele havia pensado até mesmo nos mínimos detalhes haviam cópias para mim e para Davi enquanto as originais ficariam guardadas no cofre de sua casa.
Saímos da sala abarrotados por pastas e envelopes.
Flávio não nos acompanhou, apenas disse que entenderiamos melhor quando lessêmos todas as informações.
Após sairmos do jornal Davi me deu uma carona até meu apartamento, e por ali ficamos.
Precisava arrumar uma mala para levar de volta para Santa Catarina, e também gostaria de conferir todos os documentos com ele.
Então, logo que chegamos pedi algo para comermos.
-Quer separar por ordem alfabética ou acontecimento? -Perguntou. Davi estava sentado no chão de minha sala, com variados papéis espalhados. Semelhante a sala de meu chefe.
-Acontecimentos. -Respondi me sentando ao seu lado.
Demorou ao total duas horas e meia, minha sala se parecia mais com aquelas cenas de investigações das séries policiais. A pizza em um canto e o restante tomado por documentos.
-Então, o Travolta só entrou na política pela influência de Sanches. -Davi afirma.
-Isso, e Sanches só entrou pela do antigo deputado... Que queria deixar alguém de confiança para assumir seu lugar.
-Você viu os extratos bancários?-Pergunta com um papel em sua mão.
-Não, ainda não.
Ele me passa o papel.
Quantias absurdas até mesmo para a alta classe da sociedade. Era sem dúvidas, muito dinheiro. Tanto que não conseguiria ao menos imaginar.
-O que faremos, Davi?-Pergunto me sentindo temerosa.
-Você quis entrar nisso, não? Agora a gente vai até o fim, Clara. -Responde com a voz firme.
-E se acontecer algo a mim? Ou ao Guilhermo, meus pais? Pior ainda, a Axel? O que farei?
-Não irá acontecer nada, eles nunca vão ligar os pontos. -Tenta me acalmar.
-Não eram para ter ligados os pontos até Flávio e o fizeram. -Minha respiração se torna ofegante.
-Clara. Calma, dará tudo certo. Eu prometo. Além do mais, você estará no sul, ninguém desconfiará de você.
Afirmo tentando normalizar minha respiração.
-Eu vou cuidar de tudo, e se Guilhermo ou Andressa perder um simples fio do cabelo entro com algum tipo de providência, prometo.
-Obrigada. Agora, preciso arrumar minhas coisas para pegar o vôo. -Digo me colocando de pé.
-Que horas é seu vôo?
-Oito.
-Já são?
-Já são seis e meia.
-Nem parece que desembarquei há seis horas atrás. -Digo fazendo-o rir.
-Pois é, vida de gente importante é outra história.
-Me leva no aeroporto?-Pergunto.
-Claro, vá arrumar suas coisas que te levo.
Assinto.
Vou para meu quarto. Tudo está do jeitinho que deixei.
Pego uma mala de rodinhas que me permite uma melhor locomoção. Abro-a em cima da cama.
Escolho roupas de frio, apenas por precaução. Pijamas, vestidos, enfim tudo que tenho direito.
Assim que termino de organizar minhas coisas tomo uma ducha rápida.
Alguns minutos mais tarde deixo meu quarto puxando minha mala com meus cabelos molhados sob meus ombros.
-Estava pensando... Por que ninguém os denunciou, ou não os investigaram antes?
-Não sei, Clara. Talvez os outros tenham a parte racional mais aguçada do que a nossa.
Rio.
-Talvez isso seja possível.
O caminho até o aeroporto foi tranquilo, o trânsito cotidiano não faltaria, contudo consegui chegar a tempo.
Como da outra vez Davi me acompanhou até o embarque final.
Adentrei ao avião pedindo em uma prece silenciosa para que desse tudo certo e para que minha mala não extraviasse, pois todos os documentos que preciso estão nela.
Diferente da vinda, estava animada, agitada e muito bem acordada.
Ousaria dizer que o vôo demorou mais que o costume.
Quando finalmente o mesmo pousou fui uma das primeiras a sair do avião.
Praticamente corri até o local onde retiraria a mala.
Ignorei os olhares alheios sobre mim.
Havia algo de muito importante naquela mala, não podia simplesmente deixar esse detalhe a parte.
O alívio me tomou quando finalmente a peguei. Tudo estava nos eixos.
Voltaria para casa, veria como Axel está e na segunda estaria devidamente pronta para assumir meu lugar. Contudo, até lá, aproveitaria para me distrair e aproveitar a presença de Axel.
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E aí meus amores??
O que acharam? Ainda há muito para descobrir, não?
Espero que tenham gostado!
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Amo vocês
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Sob Um Novo Olhar
RomanceO que você faria se sua vida fosse mudada drasticamente de uma hora para outra? Axel, costumava amar o que fazia, ser químico sempre foi seu sonho, até que uma tragédia o fez repensar a mais importante decisão de sua vida. Clara, tem a vida em ordem...