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     — Vamos logo Adrien, eu não quero ficar mais nenhum segundo aqui! — Marinette bateu o pé no chão, desesperada. Aqueles homens ainda os encaravam.

     — Oh. — notou o motivo pelo qual sua parceira implorava para ir embora. — Temos que despista-los, e ir pra um lugar cheio.

     — Mas pra onde?

     — Vi uma boate na esquina, quando estávamos vindo pra cá! — Adrien conclui, fazendo o rosto da azulada esquentar. Ele estava comprovando que realmente era um tarado!

     Quando ia questiona-lo, o loiro puxou o braço da Cheng, saindo do centro. Os dois homens alertaram-se e passaram a segui-los. Num movimento rápido, o loiro puxou a garota para dentro do local.

Típico do país. Dançarinas, turistas, música alta, turistas, pessoas com roupa de marca, turistas, turistas e... ah, turistas.

— Isso está muito cheio! — gritou um pouco perto do ouvido de Adrien, pois o som e as batidas estavam muito altos. Parecia que a cada batida, a música ficava mais intensa. Marinette, sentiu vontade de vomitar.

     — Vou até o bar! Você quer alguma coisa?

     A pergunta dele era a mais tonta que ela escutara naquele dia. Como alguém pode ter um poço tão grande de idiotices?

     Depois de trincar o maxilar, balançou a cabeça negativamente, vendo-o se afastar. Além de tarado, burro, otário e assustador,
ele é um bêbado. Ótimo. Que bela escolha para se viajar num país desconhecido.

Marinette decidiu ficar um pouco misturada. Havia muitas pessoas ali no centro, então o mais difícil possível de ser encontrada, melhor.

     Um minuto, dois minutos, três minutos e nada de Adrien. Emburrada, decidiu procura-lo.

     E lá estava o tesouro de Paris. Bêbado, quase desmaiado. Ele segurava um copo de sabe-se lá o que era aquilo e sorria como um bebê que acaba de ganhar um brinquedo.

     — Mas o que eu esperava afinal?

     — O-olha a M-arin... Marinette! — levantou os braços, animado. Então, puxou o barmen para perto. — Ei ami-go s-sabia que ela é linda? M-mas o que tem de linda tem de megera.

     — Já chega, vamos. — passou um dos braços dele sobre seu ombro, tentando levantar o seu corpo.

     — Chata. É isso que você é, Marinette: uma chata. O que foi que eu te fiz em? — o bafo dele era álcool puro. A Cheng rosnou e conseguiu conduzi-lo até a saída. — E-eu só queria s-ser seu amigo...

     — Deus me defenderá — disse em voz alta, com um pouco de dificuldade em "carrega-lo".


     Com um impulso, Marinette jogou o loiro contra a parede do banheiro. O garoto, quase caiu no chão.

     A mestiça então ligou o chuveiro na temperatura mais gelada possível. A água, caiu sobre a cabeça do Agreste, molhando todos os seus fios dourados. Relutante e trêmulo, em vez de empurra-la, ele puxou.

     Ela gritou. A água estava realmente fria!

     Marinette tentou se afastar, mas Adrien passou o braço por cima de seus ombros, envolvendo sua cabeça em um abraço. Então, ele chorou.

     — Mamãe... — sua voz chorosa estava carregada de dor. Ele estava sofrendo, e a Cheng não sabia o que fazer. — P-por que você me deixou? O que eu fiz de errado? 

     — Nada, Adrien. — respondeu com o coração acelerado. Naquele momento, ela estava tirando a dúvida que ele tinha, e não a dúvida sobre sua mãe. — Você não fez nada.

     — Me p-perdoa... eu não sei o que eu fiz mas por favor me perdoa! Volta pra c-casa!

     — Eu não posso. — desligou o chuveiro.

     — Por favor não me odeie... — os dois se sentaram no piso, ainda na mesma posição.

     — Eu não te odeio!

     — Odeia sim Marinette. Eu sei que me odeia! M-mas eu não ligo. Eu não ligo! Eu não ligo porque eu gosto de você. — ele estava sob efeito do álcool, não era possível.

     Adrien e Marinette?

     Marinette e Adrien?

     Nunca!

     Não havia só uma variável nessa relação. Haviam várias. Várias, várias e várias.

     Adrien é o mais clichê existente: O cara popular que todas querem, o cara tão incrível que não é odiado por ninguém, o cara bonito, o cara rico e famoso.

     Adrien tinha uma namorada, – que o traiu – a garota mais "comentada" da cidade. A filha do prefeito, por assim dizer. Chloé era sim a rainha das piranhas, mas aquela rainha contra qual você não pode competir.

     E Marinette?

     Marinette era uma incógnita.

     Aquela clichêzinha que senta no fundo pra não ser notada. A especialista número um em fugir dos holofotes.

     A pobre "coitadinha" que não tem a atenção dos pais e pode ser facilmente comparada com as garotas de histórias. Aquelas, onde a mesma se muda para londres, faz um coque frouxo no cabelo, passa batom, rímel e vai para o Starbucks, onde ela se senta em uma mesa e espera um dos integrantes do One Direction ou qualquer outra banda famosa aparecer e se interessar magicamente por ela.

     Patético.

     — Não, você está sob efeito de substancias químicas.

     — E-eu acho que te amo... — seus braços se afrouxaram e Marinette levantou o rosto para encara-lo. Os olhos cor esmeralda estavam brilhantes e as pupilas, dilatadas.

     — Adri... — ele leva o indicador até seus lábios, a impedindo de continuar a frase. Os olhos azuis, acompanharam o dedo e o loiro riu fraco.

     — Como pode ser tão fofa? — observou fixamente em seus olhos. — Tão linda, mas tão chata...

     O cenho de Marinette se franziu. Então, a outra mão do Agreste acariciou sua nuca, e a puxou para um beijo.

Regra número quarenta e seis: não entre na boate mexicana.

Regra número quarenta e sete: cuide do seu inimigo bêbado, você precisa dele!

Regra número quarenta e oito: não fale para o bêbado que ele está bêbado.

Regra número quarenta e nove: não duvide das forças que cercam o universo.

Regra número cinquenta: e, acima de todas as regras, NÃO DEIXE O INIMIGO TE BEIJAR.

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