⌜⌞ Capítulo Trinta e Quatro ⌟⌝

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Mark se sentia no fundo do poço, molhado pela água do amor e preso naquele sentimento. Trabalho árduo seria tentar sair dali, mais ainda manter a sua identidade guardada. Perguntava-se onde iria com aquilo tudo e, às vezes, na calada da noite, ele chorava baixinho por não ter Jisung para si. Continuava respondendo as cartas, continuava passando o tempo com SungBee e continuava se apaixonando por ele cada vez mais.

Conquanto, parecia que Jisung se apaixonava mais e mais pelas cartas idealizadas pelo chinês, sempre gritando e respondendo com entusiasmo. Mark tinha vontade de sair dali, de deixar Jisung e parar de machucá-lo sem o mesmo perceber. Uma nova escola, uma nova vida, novos amigos e novas responsabilidades. Mas já não dava, ele não conseguiria ficar nem uma semana sem o seu garoto abelha.

- No que está pensando, Mark-hyung? - Jisung perguntou, olhando atentamente para o mais velho.

Mark fechou o seu livro e virou-se para ele.

- Eu estou lendo - mentiu, dando de ombros.

SumgBee riu.

- Quer me tapear, é? - Jisung pegou o livro da mão de Mark - Você está nessa página há quase uma hora! E nem estou vendo os seus olhos mexerem...

Mark ergueu uma sobrancelha.

- Você nota em mim?

"Puta merda, Mark Lee, cala a boca!", pensou ele.

- Está meio óbvio - Jisung rastejou sobre o tapete da sala da sua casa e aproximou-se do hyung - Por que tão sério?

- Nada - encolheu os ombros - Estava pensando em você e Chenle. Como acha que ele vai reagir quando souber que é você?

- Ele parece achar as minhas cartas amáveis, então acho que irá me enxergar com outros olhos - suspirou, triste.

Mark brincou com a ponta do marcador de página, perdido nos seus próprios devaneios. Respirou fundo, ao perceber que Jisung ainda olhava para ele.

- O que foi? - perguntou, curioso.

- Você acha que eu seria um bom namorado para Chenle? - SungBee sentou-se à frente de Mark.

Mark bufou.

- Acho que você é bom demais para o Chenle - falou sem pensar, resmungando.

- E você acha que sou bom o bastante para você?

Mark parou para pensar sobre tudo o que vinha fazendo. De todo modo, ele era o real culpado por sua aflição e futura desgraça. Mark não merecia SungBee, com certeza não.

- Não - decidiu ser sincero - Claramente não.

- Por que não? - Jisung usou o polegar e o indicador para apertar os próprios lábios inferiores.

- Porque você gosta do Chenle. - disse, por fim - E não de mim.

- Fala isso como se gostasse de mim... - Jisung riu, como se aquilo fosse impossível.

- Se eu não gostasse, não estaria aqui - Mark engoliu em seco.

Estava começando a falar sem pensar, o que nunca era uma coisa boa para ele.

- Depende de quão intenso é esse gostar, e de qual tipo - respondera Jisung.

Mark não falou mais nada, apenas ficou olhando para o menino. Qualquer coisa que falasse seria mal interpretado, então ele resolveu manter-se calado para preservar a sua amizade com Jisung.

- Eu vou para casa, está ficando tarde - se levantou, recolhendo as suas coisas e enfiando-as de qualquer jeito na sua mochila.

- Não vai dormir aqui? - SungBee mostrou-se decepcionado.

- Não trouxe roupas - mentiu, se lembrando de quase ter beijado o menino da última e primeira vez que dormira ali - Além do mais, meus pais podem ficar preocupados e enciumados.

SungBee fez uma careta e depois riu, levantando-se.

- Ah, tchauzinho, hyung! - abraçou-o rápido - Obrigado por ter me ajudado no dever!

- Não há de quê - Mark foi com Jisung até a porta e acenou quando saiu.

No caminho de casa, resolveu que não responderia mais nenhuma carta vinda de Jisung, nem que o visse triste com isso. Ele não podia mais continuar com aquilo.

Yellow Black | MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora