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Todos os dias.

Niall tinha que ver aquele outdoor gigante todos os dias. Mesmo que desviasse, não faria muita diferença porque ele estava em todos os lugares. No meio da noite quando Niall estava comendo alguma refeição de micro-ondas, o rosto de repente aparecia na TV o forçando a agarrar o controle remoto e mudar de canal, mas às vezes era inevitável. Ou durante os raros momentos em que Niall estava folheando uma das muitas revistas que assinava antes de tudo mudar, ele estaria em uma ou outra página, impecável e muito familiar.

Porém, era o outdoor que mais irritava Niall. Ele não conseguia trocar o canal, fechar a revista ou desligá-lo como na televisão. Durante o mês passado, todas as manhãs enquanto dirigia para o trabalho não tinha escolha a não ser vê-lo. As empresas de marketing deveriam odiá-lo porque o imponente outdoor estava colocado onde sempre havia trânsito. Mesmo que por poucos minutos, não importava o quanto tentasse se concentrar em verificar seus emails-s em seu celular ou se distrair tentando sintonizar uma estação de rádio, seu olhar sempre era atraído de volta para ele.

De forma indiferente, mas incapaz de parar ele olhava para a mesma expressão facial ardente que ele costumava praticar com raiva juntos na frente do espelho do banheiro. Ele olhava para aquele corpo que conhecia melhor do que ninguém, melhor do que qualquer fotógrafo, melhor do que qualquer agente. Ele passou longas horas e longos dias o explorando. Ele sabia o que o fazia tremer sob ele em êxtase prolongado, o que o levou ao seu limite e fazia a pele queimar e tornar-se brilhante com o suor.

Sério, Niall pagaria muito dinheiro para retirar o outdoor se pudesse. Ou pelo menos, movê-lo para algum lugar que não fosse ao longo de sua única rota para o trabalho. Vê-lo, trouxe muitas lembranças que ele tinha trabalhado arduamente para esquecer. Durante o ano passado, ele trabalhou para se esquecer.

Desviando os olhos para baixo, ele pressionou a buzina com impaciência quando o motorista na frente dele não conseguiu se mexer imediatamente, embora o trânsito tivesse avançado. Ele sentiu mais do que um pouco de vergonha ao perceber que o motorista era uma pequena senhora que apareceu assustada pelo barulho repentino, e ele se perguntou desde quando ele era o tipo que buzinava, gritava e amaldiçoava na direção. Desde que o maldito outdoor foi colocado.

Dez minutos depois, ele estava parando no estacionamento do prédio moderno que servia de espaço de escritório para a Hewlett Sandsman e Pringle Associates. Pouco mais de sete meses atrás, depois de passar seu exame de ordem, Niall tinha sido contratado como associado júnior na empresa. A HS&PA era uma das mais prestigiadas firmas de advocacia que operavam na área de Jersey e Niall tinha estudado muito para o emprego. E ele havia feito isso sem a ajuda de seus pais, avós ou nenhuma das suas conexões extravagantes.

Ainda estava tentando se esforçar para alcançar o objetivo de ser um associado nos próximos cinco anos, mesmo que essa façanha fosse quase impossível. Todos os dias da semana chegava cedo e era um dos últimos a ir embora. O que era engraçado já que na faculdade havia ganhado o título de o rei das faltas, mas as coisas haviam mudado. Por muitas razões, pois organizar festas e beber não faziam mais parte dos seus objetivos. Tarde da noite, ou até mesmo nos finais de semana poderiam encontrar Niall no escritório, lendo casos antigos ou respondendo emails. Inventando desculpas para seus amigos que o convidavam para ir a alguma boate ou bar.

— Niall! Ei! Espera! — O som da voz de Louis Tomlinson, um associado júnior com um ano há mais de experiência, Niall parou ao lado da porta giratória do prédio e esperou que Louis recuperasse a respiração.

Louis era seu amigo mais próximo na empresa, eles só tinham se tornado amigos em poucos meses, mas Niall já sabia que Louis estava a caminho de ser uma das mentes mais brilhantes que a profissão já havia visto. Ele era imprevisível, mas ele também era altamente inteligente e tinha a capacidade de pensar rápido e poderia esmagar alguém com algumas palavras simples. Por sorte, Niall nunca o irritou, mas já testemunhou mais do que o suficiente. Um incidente em particular ainda fez rir sempre que ele lembrava – há um mês, os dois tinham ido a um supermercado de luxo para comprar ingredientes para o almoço com o namorado de Louis que morava na área (agora ex-namorado por razões não relacionadas a esse incidente). A funcionária, que era uma mulher mais velha com o comportamento de alguém que odiava a vida praticamente zombou quando viu Louis beijando seu namorado na bochecha e se irritou ainda mais quando ouviu Louis chamando Alex de "baby".

It Could Get Ugly (But It Was Beautiful) Ziall Horlik Fanfiction PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora