Fúria do Gelo [Conto]

Apenas um conto - Parte única.

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De todos os contos que vagaram pelos galhos de Yggdrasill ligados aos nove mundos nórdicos, e que permaneceram sendo contados até as novas eras, há um, e apenas um, que pode gelar o sangue até dos mais fortes dos deuses Æsir e Vanir.

Era uma criatura bela e primordial... seu nascimento trouxe a Midgard o primeiro solstício de inverno, pois quando o ovo gigante esculpido do gelo mágico de Niflheim se rompeu, pequenos fragmentos da casca se lançaram aos céus e passaram a cair como neve desde então. E, de acordo com as histórias que persistem ao redor de fogueiras estalantes e de peixes assados na brasa. Os ventos gélidos que assolam por Midgard surgiram com as primeiras batidas das asas dele.

"Azura" esse é seu nome. E nas raras ocasiões em que um mortal o viu - ou pelo menos alega tê-lo visto - ele é descrito como um temível e belo dragão de gelo, com asas reluzentes amplas como os céus e um rosnado perfurante que perpassa até mesmo a mais violenta das tempestades.

Criatura bela... sim! Tão bela quanto um floco de neve, e tão mortal quanto o inverno mais algido. Azura vagou pelo mundo por eras, sem se misturar às demais raças de dragões que foram surgindo com o tempo, ele não entendia... Todos eles eram tão diferentes dele, o que ele era? Uma criatura única condenada a vagar sozinho sem nem mesmo um amigo, porém amaldiçoado cheio de inimigos?!

Azura estava enraivecido, exercitos se levantaram contra ele que era uma criatura tão dócil, mas cansado de tamanhos ataques, ele efim revidou, o seu rosnado conjurou nevascas tão fortes que estilhaçaram até o aço, sendo assim o intitulado como a fera do inverno, Fúria do gelo, responsável pela ruína de incontáveis civilizações mortais que cobiçavam captura-lo e mata-lo.

As eras se passaram, Azura estava em paz. Mas há quanto tempo ele já estava ali? Algo naquele mundo havia mudado tão de repente, ele começou a notar de longe enquanto voava espalhando o inverno pelos arquipélagos que... Os mortais que antes viam a todos os dragões como criaturas monstruosas.... agora estavam tecendo uma amizade juntos, criando um vínculo entre cavaleiro e dragão. E o isolamento imposto a si mesmo começava a martelar na consciência de Azura. Se era possível dragões e humanos serem amigos... Ele não precisava vagar mais sozinho, mas... existiria algum mortal tão diferente e único como ele para ser seu amigo ou... amiga?

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