capítulo 1

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A Rocinha é uma comunidade de gente simples que não tira o sorriso do rosto. A maior favela do Rio e com muitas atrações, muita gente de fora já veio aqui e é por isso que amo morar nesse lugar não tenho vergonha de dizer que sou favelada, até porque isso não quer dizer que eu seja ruim, ou burra, sou simplesmente mais uma moradora de favela, que por ser tão grande parece mais uma cidade e como moro aqui desde que nasci conheço cada pedacinho desse lugar maravilhoso.

Eu sinto falta de quando meu pai era vivo tudo era melhor, ser filha do dono do morro era o maior privilegio aqui na favela, mas quando eu tinha nove anos ele teve um infarto e morreu, e Biel que era seu braço direito acabou tomando seu lugar, desde então eu mudei e hoje sou apenas o que sobrou daquela menina, me tornei uma pessoa completamente diferente depois do que aconteceu, minha mãe ficou muito abalada com o que aconteceu e gastou todo o dinheiro que tínhamos com drogas e bebidas, depois disso ela virou mulher da vida e simplesmente sumiu faz 4 anos que não há vejo, pra não ficar sozinha fui morar com minhas duas amigas, elas são verdadeiros anjos na minha vida, eu só tenho a agradecer a tudo o que fazem por mim até hoje. Com o passar do tempo comecei a fazer coisas erradas, Biel sempre me ofereceu todas as vezes que ficamos e eu sentia curiosidade então certo dia resolvi aceitar, ser a namorada do dono do morro nunca me impediu de ficar com outros homens, ainda mais eu que sou louca por um maloqueiro, Biel sempre disse que ele só quer um pente rala comigo e com ele eu quero ser fiel, mas enquanto não consigo isso eu fico em segredo com os vaporzinhos dele que por sinal são muito gatos, apesar dele ser meu primeiro homem já fiquei com melhores que ele, mas isso é segredo apenas minhas amigas sabem, e sei que com elas isso estará sempre guardado. Ouço o barulho da porta interrompendo meus pensamentos. 

     - E então amiga, hoje tem baile, nós vamos né ? - Stéfany me pergunta animada.

     - É claro que nós vamos, você sabe que eu não perco nenhum dia de baile.

     - sabe o que fiquei sabendo?

- O que, me conta. - falo curiosa.

- Hoje aqui no baile vamos ter rostos novos.

- O que, como assim? - pergunto ansiosa por sua resposta eu adoro conhecer pessoas novas.

- Carlos vai trazer dois amigos que moram lá no asfalto, eles querem conhecer o baile da Rocinha, estão dizendo por aí que eles são umas belezinhas, quem sabe nós não conseguimos arrumar boys novos.

- E eu lá quero saber dos playboyzinhos do asfalto prefiro meus Zé droguinhas daqui mesmo. - falo rindo. 

- Aí, você não presta garota. - disse em tom irônico, saindo do meu quarto e indo para o  seu.

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Essa Milly é demais, assim como a Cris, mas eu já estou acostumada com elas depois que tomei a decisão de adotá-las (porque foi praticamente isso que fiz) eu sabia que minha vida mudaria completamente, conviver com duas adolescentes não foi nada fácil, e agora que estão virando adultas continua sendo difícil (risos), por ser muito reservada e quieta eu quase não saio de casa á não ser pro baile que eu nunca falto, por que assim eu posso me divertir e ao mesmo tempo cuidar das minhas amigas/irmãs do coração.
Hoje eu vou me produzir mais que o normal, já que vão vir pessoas novas eu vou tentar a sorte quem sabe eu não fisgo um desses boys.

- Amiga, hoje tem baile. - Cris entra no quarto pulando feito uma gazela.

- Eu sei, já ia no seu quarto te perguntar se você ia.

- Mas isso é claro né, vou lá falar com a Milly.

- Eu já falei com ela, só acabei me esquecendo de marcar o horário de saída pra irmos juntas já que vocês sempre vão na frente.

- Prometo pra você que eu vou só contigo agora. - Fala cruzando os dedos em sinal de promessa.

- Então vamos lá falar com a maluquinha.

- E ela já sabe da novidade que vai ter hoje aqui no baile ?

- Sim, eu contei pra ela, mas ela não deu muita bola não.

- Imaginei, você sabe que a Milly prefere esses tipo de homem.

- É eu sei, mas não consigo entender porque ela tem essas preferencias.

- Deve ser porque o pai dela era dono do morro e o namorado dela também é né.

- Isso não justifica o fato dela gostar de maloqueiros, porque eu moro aqui há anos também, e ainda tento arrumar alguém digno, apesar de ser muito difícil.

- E coloca dificil nisso né amiga.

- É, mas quem sabe hoje eu não dê sorte.

- Tomara que nós duas demos sorte. - rimos juntas.

- Então vamos lá falar com a Milly.

- Vamos!

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Até parece que a Stéfany não me conhece não gosto desses playboy filhinhos de mamãe que só pensam em videogames e internet, eu gosto de homens de verdade igual meu Bielzinho e por falar nele vou mandar uma mensagem já estou com saudades.

No WhatsApp

Biel❤

- Oi patrão estou com saudades 😟😒

- Oi gatinha, tá com saudade de mim ou da minha pegada?

- Das duas coisas. (risos) Tem tempo que não nos vemos.

- É verdade novinha, ando meio ocupado esses dias, mas podemos nos ver no baile hoje, você vai? Se você for quem sabe mato sua saudades 😈

- Opa, é claro que eu vou ainda mais sabendo que você vai estar lá. - eu sendo eu, boba apaixonada.

- Então nos vemos lá gatinha, tô com saudades de te pegar de jeito.

- Então até mais. - fico off, e minhas amigas chegam pra falar comigo.

Nós conversamos sobre o baile e marcamos a hora de saída. Stéfany, Cris e eu combinamos de irmos de vestido para combinar, sabe como é coisas de amiga (risos), e lá fomos nós para o baile, lindas e poderosas, hoje é o nosso dia de arrasar, assim como todos os dias de baile.

O Playboy e a maloqueira 😍❤💔Onde histórias criam vida. Descubra agora