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Foram tempos bons , eu aprontei bastante , chorei bastante mas também vivi intensamente cada instante .
                           ❤
- Até que essa música é legalzinha  .
- Sabia que ia dizer isso .
- To admitindo que gostei .
- Não têm como não gostar . - levanto e aumento o som , Roberta sorri . - Ta esperando o que vai buscar as bebidas .
- É pra já .
- Lá no fim das contas não quero nem saber o que vc tem pra me falar , se depois de tudo nada te importa por e que eu vou me importar só espero que você  se encontre e que acabe a me encontrar tão longe que vc não me alcance e um dia ainda vai chorar . - canto alto enquanto pulo na sala extravasando meus  sentimentos , normalmente é isso que faço extravaso com meus rocks no último volume .
- Me perdi por aí sem perceber... - Roberta volta com umas cervejas e continua a música que aliás é um dos meus rocks favoritos .
Pego uma garrafa da sua mão e bebo , Roberta faz o mesmo .
Subo no sofá e faço meu show tocando minha guitarra invisível e balançando meu cabelo até parecer que levei um choque , Roberta ri mas logo entra na onda ... E em matéria de loucura ela é melhor que eu .
- Me perdi por aí sem perceber ...
Gritamos juntas o refrão da canção .
- Vai buscar mais cerveja .
- Vai vc !
- Espere sentada ou vá .
Riu debochada ao ve lá levantar com os dedos do meio erguidos pra mim .
Perco a conta de quantas já  bebi ...
- Tem suas vantagens o chato de seu pai ter sumido .
- Sei disso .
- Ele era uma merda de pai , não merece a filha que tem .
- Chega desse papo de bêbada . - puxo ela do sofá que estávamos jogadas e começo a pular com ela .
Minha playlist inteira já tocou e estou meio tonta mas foda-se estou me divertindo , ouço um barulho vindo da porta e abaixo levemente a música confirmando minhas suspeitas .
- Que foi Ma ...
Tapo sua boca .
- Temos que sair daqui . - digo a puxando .
Ouço um barulho maior e olho pra trás vendo dois policiais entrarem .
- Corre . - digo pra ela e saímos correndo , meus rocks dão uma certa emoção na fuga e como estou bêbada acho engraçado mas continuo correndo até a janela , pulo com Roberta e corremos de mãos dadas , olho pra trás e os vejo , merda , cruzo uma esquina tentando sumir da visão deles , paro um pouco tentando pegar fôlego .
- Estamos feradas Margo .
- Fala baixo merda , vamos despista los .
Começo a correr novamente até ver um policial , dou meia volta e encontro outro .
- Mãos ao alto !
Ser revistada nunca foi meu sonho , agora andar em um carro de polícia algemada ouvindo aquela sirene irritante sempre foi meu objetivo de vida . Fiz besteira ... Suspiro e olho pra Roberta pela primeira vez na vida apavorada , os pais dela vão mata lá , já eu nem tenho pais mesmo , merda e agora que vou parar em um orfanato , bufo e olho pela janela mas ao perceber os olhares curiosos das pessoas que passam pela rua simplesmente encosto a cabeça no banco e fecho os olhos .
O carro para e nos tiram lá de dentro , aliás qual foi o crime que cometi !? Affs .
Nós levam até uma sala que acho ser a sala do delegado.
- Sentem - se .
- Estamos bem em pé .
- Não perguntei , sentem - se .
Roberta senta e faço o mesmo contrariada  , por que nós trouxeram algemadas até ...
- Foram pegas bebendo , os vizinhos do prédio ligaram pela música alta e fiquei sabendo que são de menor , fugiram assim que entramos . - um dos polícias interrompe meus pensamentos , foi por isso , sério ?
- Presisamos chamar seus responsáveis.
Roberta dá o número de seus pais a contragosto .
- O número de seu responsável . - O delegado se dirige a mim .
- Não tenho no momento . - ele me olha exalando desconfiança e em seguida ergue as sobrancelhas descrente .
- Está brincando com a minha cara por acaso ?
- Não tenho motivos pra isso !
Ele olha pra Roberta e em seguida pra mim .
Ele me faz um interrogatório e explico que meu amado pai sumio deixando apenas um bilhete .
Ele parece incrédulo , quem não ficaria ?
- Tem algum parente maior de idade na cidade ?
- Não que eu saiba .
Roberta arregala os olhos desmintindo minha mentira , sou obrigada a passar o número de Thiago , meu primo de 20 anos que mora a metros da minha casa e mesmo assim não nós vemos , fato nunca fomos próximos , minha família nunca foi unida a prova disso é que estou aqui .
Os pais de Roberta chegam e eles se resolvem lá dentro ou não enquanto espero do lado de fora , está anoitecendo , saem da sala e minha amiga me olha forçando um sorriso , seus pais me olham feio e rapidamente vão embora , vou mofar aqui .
Estou praticamente dormindo em pé quando o policial me cutuca .
- Seu responsável chegou .
Olho pra ele confusa e ele me leva novamente até a sala onde vejo Thiago sentado , ele me olha brevemente e se volta pro delegado . Percebo que não estou mais algemada .
- Se vc se responsabilizar por ela a mesma será liberada mas terá que ir pra um orfanato a menos que o senhor ...
- Peça a guarda dela ? - Ele enterrompe o delegado , ele não vai fazer isso , eu sei que não.
- Sim , a grandes chances do juiz conceder já que a menor alega que o pai a abandonou deixando apenas um bilhete .
Abandono essa palavra vindo de um delegado me soa real por que é , meu pai me abandonou sem ao menos se preocupar com meu destino ! Ele acabou com ninha vida ou pelo menos com o que restava - vá dela .
Eu até vou pra um orfanato mas na primeira oportunidade irei fugir ...
- Então eu vou entrar com o pedido de guarda dela como o faço ?

O que ?
                           ❤
Eu realmente não sabia o que me esperava .

Continua ...

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