The Father

Pacem

O toque entre o príncipe e a guerreira veio e com ele uma luz tão forte surgiu, que cegou a todos.

Quando essa claridade amenizou, o mago já se encontrava no mesmo cômodo e viu antes de todos os outros que após a quebra do feitiço, a estátua do anjo permaneceu intacta, mas as paredes transparentes de despedaçaram.

A energia que consumiu os corpos do casal apaixonado se solidificou e transformou-se num cajado de prata, que agora flutuava lentamente na direção do colo do anjo.

Ladallmus apanhou o artefato mágico no mesmo momento em que Taberud se materializou atrás dele.

- Creio que isso me pertence - disse ele.

O mago não o encarou para responder.

- De fato, mas não da forma que imagina...

A roupa de Ladallmus mudou para a mesma cor do cajado e quando ele se virou para o feiticeiro, este percebeu que até seus olhos pareciam prateados, como se a energia vital do feitiço agora estivesse dentro dele também.

Taberud instintivamente atacou o mago com seu próprio cajado negro, mas a impressão que teve foi de bater numa rocha.

Ladallmus zombou mentalmente da ingenuidade do feiticeiro e lhe enviou um rápido pensamento.

Está na hora do ajuste de contas...

☸☸☸☸☸

Antes que o mago o atacasse, Taberud desapareceu e enviou um comando para todos os soldados de que um novo inimigo surgira e precisava ser destruído.

O mago, por sua vez, saiu tranquilamente do local, como se realizasse um passeio, após ler a nova inscrição no pedestal da obra, que era justamente o que ele buscava a quase dois séculos.

Os soldados que ousavam bloquear o seu caminho eram facilmente atirados contra as paredes.

Depois deles surgiram outros magos, utilizando vários elementos de ataque, mas Ladallmus nem perdia tempo com eles, simplesmente os transformando em pedra.

Foi seguindo desta forma, até chegar a sala principal do trono, onde um exército protegia o feiticeiro.

O mago ergueu o cajado prateado e primeiro lançou um mar de gelo sobre todos os inimigos, depois invocou um rio de lava, que limpou o salão.

Somente Taberud, atrás de um feitiço de proteção, permaneceu intacto e aguardando Ladallmus, pois percebeu finalmente que não havia mais nada a fazer.

Pensou em fugir, o mago sabia disso, podia ler em sua mente, mas se saísse de Connasjen morreria, uma vez que a energia do castelo foi um dos responsáveis por mantê-lo vivo por todos aqueles anos.

- O que você quer de mim? - perguntou ele acuado.

Você sabe o que eu quero! Está escrito no pedestal da nossa estátua mágica...

Mas lá está previsto o fim! Esta é a profecia, Ladallmus...

Não mais, veja!

O mago com a força da sua mente fez uma imagem aparecer no centro do salão.

Nela o feiticeiro pode ver, junto aos pedaços da parede transparente, que uma nova inscrição havia sido moldada na base da escultura.

- Mas isso é impossível?

Foi como você disse, Taberud! Ali existe uma profecia que não podemos quebrar.

NÃO! Não existe Pacem, nem nesse mundo nem em todos os outros! É a guerra que comanda a vida, é dela que eu me alimento...