Amor Inebriante

Foi um erro

O momento foi abruptamente interrompido por golpes na porta da saleta.

—Abra a porta! –Bradava uma voz grossa. Kate deu um pulo do sofá bem como o homem.

—Oh, Meu Deus! –Sussurrou preocupada.

—Droga! –Exclamou com seu olhar aflito fixo na mulher. Se o guarda a visse ali com ele, seria um escândalo para ela e DiCaprio não queria prejudicá-la. —Estou indo, Justin! –Gritou do interior do camarim para que o segurança se tranqüilizasse e sumisse dali.

—Desculpa ter interrompido, é troca de turno, te espero lá fora. –Avisa antes de sair.

—Valeu, cara! –Fomenta sob o olhar indignado da atriz. Na cabeça de Winslet eles combinavam tudo. Era ali o ponto de encontro de Leonardo e sua “peguetes”, isso a deixou furiosa. Uma imensa decepção preencheu o seu íntimo.  Uma vez vestida, arqueou a cabeça com seu nariz elegantemente empinado e se dirigiu até a porta...

—Vai embora assim? –Indagou insatisfeito com aquela atitude fria. Ela estava de costas para ele.

—Foi um erro! –Sibilou evitando virar-se e encará-lo. Pode sentir dor ao dizer cada letra daquela frase, mas seu orgulho e dignidade a impediam de continuar com aquele “caso”.

—Um erro? Está maluca, O que deu em você agora? Nós nos amamos neste sofá e diz que se arrepende? –Protesta indignado. Tudo havia nascido de uma forma que eles não esperavam ou imaginavam. Quando o galã a viu pela primeira vez, tudo ao seu redor parou e então ele acreditou que havia amor. Tudo o que pedia aos deuses era que um dia pudesse tê-la consigo, quando pensou que finalmente a teve, parecia haver se enganado.

—Eu amo o Richard! –Esbravejou diante dele. Mandou as últimas horas para o esquecimento. Sentia que seu destino não era com seu melhor amigo, porém, tudo o que mais desejava era que tudo “fosse bem” para ele. Leonardo franziu a testa, sentiu um triste vazio dentro de si e deixou-a ir. Esmurrou, jogou e quebrou algumas coisas do camarim, por fim, deixou-se cair no chão apoiado pela parede fria e densa.

Não conseguia, não podia deixá-la de amar. Seu pai lhe ensinara que homens não choram, mas naquele momento descobriu que isso era uma mentira. Sentia-se humilhado, arrebatado, usado pelo destino traiçoeiro e por aquela mulher insegura de quem acabara de conhecer mais uma face. Não tinha a menor vontade de sair dali, seu corpo não respondia assim como o seu cérebro. Havia passado muitos meses convencendo a si mesmo de que o ideal era não ser de ninguém, que estaria com todas as mulheres que quisesse e pudesse, então, veio Kate e mais uma vez lhe arrebatou até sua respiração, esta que agora só queria ela... Sentir seu aroma, dividir-se com a respiração dela. Não havia mais o que dizer. Havia chegado ao fim, outra vez tinha que aprender a viver sem ela. Bastou vê-la de novo para perdê-la novamente, talvez ela não fosse mesmo para ele. Talvez. E ela se foi sem ele.

Winslet passou feito um relâmpago pelo segurança. Trazia consigo dor e resignação. Não tinha mais o que dizer, estava confusa... Desesperada. A noite se dissolvia quando chegou à sua casa e se deparou com uma grande “surpresa”...

Paparazzis havia paparazzis por toda parte da casa. Estavam rodeando a frente e o seu jardim. Como havia chegado de táxi foi nocauteada por perguntas de alguns deles.

—Kate, como foi reencontrar o seu parceiro de Titanic? –Indagou uma repórter sobre Leonardo.

—Onde passaram à tarde? Fontes disseram que depois do supermercado vocês se encontraram às escondidas. –Perguntou outro.

—Há quanto tempo estão juntos?

—Está se divorciando?

Em pouco tempo estava envolvida naquele circulo apertado de profissionais loucos para trucidá-la na mídia ou para arrancar dela coisas que nem mesmo ela conseguia discernir. Sua cabeça latejava, certo incomodo na garganta a fazia respirar com sofreguidão. Seus pulmões gritavam por ar e sua vista se perdia...