baby, why i'm so lonely ?

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Eu desço as escadas indo de encontro a Momo, que está sentada no sofá da sala assistindo um programa aleatório.

—Vamos conversar — digo desligando a televisão pelo controle

—Que droga Mina, eu não posso nem assistir televisão — diz batendo as mãos no sofá e se virando de frente pra mim, solto um suspiro pesado — me diz, o que você quer?

Respiro fundo e começo a encaixar as palavras certas para dizer

—Desde que eu te beijei, eu achei que tudo seria diferente mas nada mudou, Momo — digo olhando em seus olhos, ela me encara sem dizer nada — você não mudou — prossigo e ela me encara confusa

— Eu não mudei, Mina? — diz passando as mãos pelos cabelos tingidos de loiro — eu mudei sim, por você — diz e pega na minha mão esquerda

— Momo, eu acreditei que as noites com você seriam mais doces, mas nada mudou, você não mudou — digo sentindo meus olhos arderem, ela não diz nada, então eu continuo a falar — eu não sei como juntei todas as palavras pra te dizer isso, mas eu só queria um romance como aqueles que aparecem em filmes — digo e ela aperta a minha mão

— Mas nós temos o nosso próprio romance, Mina — ela diz e eu nego com a cabeça — não?!

— Eu quero esse tipo de amor, você entende? Eu quero amar e ser amada, não amar e ser colocada de lado. — sinto uma lágrima solitária rolar por minha bochecha

— Eu não entendo — diz afastando nossas mãos, e bagunçando seus cabelos em frustração

— Momo, por que eu estou só? Eu estou desesperada, mas você não. — mais uma lágrima solitária desce pela minha bochecha

—Nao Mina, você não está só!— diz batendo as mãos no braço do sofá— desesperada? Mina, pelo amor de Deus!

—O que é isso pra você?— aponto para a nossa aliança de compromisso

— É a prova dos meus sentimentos, dos nossos sentimentos!

—Seus sentimentos?— rio pelo nariz — O que é isso? Eu já não sei quais são seus sentimentos. Eu te amo, mas eu odeio essa sensação sufocante.

—Que situação? Mina, estamos tão bem, para de falar asneira, eu te amo, e você sabe muito bem

—Eu estou cega de amor, eu achava que você também deveria estar, mas você está muito bem. Só o MEU coração dói — digo sentindo mais lágrimas descerem

—Vai ficar tudo bem, não — se corrigiu — já está tudo bem, eu vou te ajudar a controlar sua mente. Mas você é imprevisível, explode do nada. Fica fora de controle e ainda quer brigar comigo — diz fazendo gestos com as mãos tentando se explicar

—Eu estou sem palavras Momo— solto um soluço — quanto mais eu sei, mais confuso é. Eu não sei por que, mas eu me sinto mais sozinha.

—Você tem a mim—ela tenta tocar meu rosto mas eu me afasto

— Eu me sinto trancada e sozinha numa sala vazia. Essa sala é o seu coração!— digo elevando o tom da voz e mordo o lábio inferior para evitar chorar mais, porém é em vão.

—Meu coração só tem você!— diz tentando se aproximar novamento, e eu recuo— só me diga o porquê — ela sussurra abaixando a cabeça

—Eu não queria falar sobre isso, eu só queria que você me entendesse sem que eu diga nada. Era o meu único pedido

—Mina— ela sussurra meu nome e vejo uma única lágrima rolar por sua bochecha, e logo ela a seca

—Momo, você sempre fecha a cara como se estivesse irritada, tudo que você faz é de má vontade, você diz que não fez nada de errado, ou que fará melhor da próxima vez mas nunca tem uma "próxima vez". Eu já estou cansada— Digo alto e solto mais lágrimas, levo minhas mãos para meus cabelos e puxo alguns fios

—Eu vou melhorar, eu te prometo — põe uma mão e minha coxa coberta pela calça de moletom cinza

—Antes que essa seja a sua última chance, se você não se endireitar, eu vou te dar um pé na bunda

— Não, Mina, não! — ela aperta minha coxa e eu a olho.

—Eu te amo de mais, mas eu odeio essa sensação sufocante. Eu não quero isso, mas eu te amo, e já faz mais de um ano que eu vivo assim. Eu já não aguento mais Momo — Digo e vejo mais uma lágrima rolar por seu rosto

—eu vou mudar — ela sussurra e tenta tocar meu rosto, e então eu me levanto.

—Eu me apaixonei pela Momo que me fazia bem, que me fazia sentir amada, me fazia sentir que eu realmente tenho um espaço no seu coração. Eu sinto saudades daquela Momo.

—Eu ainda sou essa Momo— ela se levanta e fica de frente para mim

—Nao, você não é. Você me afasta, você não me dá atenção, você não dá a mínima pra mim. Eu tô caindo nesse precipício que você chama de amor, eu sei que quando eu atingir o chão, vai doer mais. — digo e mordo a parte de dentro da minha bochecha para tentar parar de chorar

—Não seja tão dura, Mina eu te amo— diz se aproximando de mim, alisando minha bochecha com o polegar, dessa vez eu não me esquivo do seu toque

Momo chega mais perto e eu sinto sua respiração bater contra o meu rosto, ela põe as duas mãos, uma de cada lado de minhas bochechas, e então ela me beija. Correspondo seu beijo, deixo escapar mais algumas lágrimas, que vão descendo até contornar meu maxilar.
Momo pede passagem e eu cedo, ela faz carinho em uma de minhas bochechas e então termina o beijo com leves selinhos em meus lábios.

—Eu também te amo, Momo — sussurro perto de seu rosto — Mas eu me amo mais — deixo mais um selinho em seus lábios e retiro a aliança de compromisso, colocando-a em sua mão.

—Mina, não, por favor — ela segura minha mão, mas eu a afasto novamente.

—Eu disse que seria a última vez

End

why so lonely [mimo]Onde histórias criam vida. Descubra agora