Meu Primeiro Beijo Na Chuva

Correndo em uma rua larga e vazia com o Dean, ainda sinto os pingos da chuva, mas agora estão mais fortes do que quando sai do colégio. Minha farda estar molhada e já da pra ver meu sutiã preto, minha calça jeans estar pesada o que dificulta mais a minha fuga, meus cachos estão a cada estante pulando. Apesar da chuva sinto uma gota de suor escorrer no meu rosto e se juntando com os pingos de águas que estão caindo. Olho pro lado e consigo ver o peitoral moreno do Dean através do tecido branco. Dean diminui a velocidade e eu o acompanho.

— Pre... Preciso respirar. – Ele diz ofegante. Avisto uma praça com duas quadras e bancos.

— Vamos sentar ali. – Digo apontando. Corremos mais alguns metros e sentamos um ao lado do outro, sua respiração estar profunda.

— Eu estou morto. – Ele diz.

— Não é só você. – Digo sentindo as batidas fortes no meu peito. Acho que vou ter um infarto.

Gritos ecoaram na praça, são elas. – Dean se a gente ficar aqui elas vão achar a gente. – Digo procurando elas na praça deserta. Ele me puxa e corremos em direção a uma das quadras sem arquibancadas, só há um muro baixo, pra nós esconder teríamos que ficar deitados. Ele me puxa e deitamos no chão molhado e frio, com o tombo proposital nós desequilibramos e caiu em cima dele. Me ajeito e fico do seu lado.

Seu rosto estar molhado e gotas escorrem na lateral da sua bochecha, seus cabelos lisos estão caídos, seus olhos grandes e negros estão brilhando.

— Você acha que elas vão nós encontrar? – Pergunto batendo os dentes.

— Elas acham que a gente foi direto. Com certeza elas vão voltar, eu acho. – Ele diz ofegante. Sua respiração estar mais forte do que antes, talvez seja pelo fato delas estarem a poucos metros de nós.

— Será que elas viram a gente? – Pergunto bem pertinho da sua boca, mas nem se eu quisesse não poderia ficar longe, se eu me mexer elas nós ver.

— Acho que não, se elas tivessem visto já teriam vindo aqui. – Seu hálito é quente e com o cheiro de menta, talvez tenha sido o chiclete que ele estava mascando na sala, o que estava me deixando louca, vendo ele mastigando e mastigando sem parar. Se concentrar na aula foi muito difícil pra mim hoje.

— Verdade! Mas se elas estiverem fazendo joguinhos? Ou você esqueceu que isso é um jogo? – Pergunto.

— Você acha? – Ele diz. Bato meus dentes e ele se aproxima de mim. Suas mãos grandes e delicadas tentam me aquecer.

— Você estar bem? – Ele me pergunta.

— Sim estou bem, deve ser o chão frio.

Os cochichos delas começaram a ecoando na praça. Dean se levanta um pouco pra ver o que elas estão fazendo.

— Elas já foram? – Pergunto aflita.

— Estão saindo. – Ele responde ainda espiando elas. – Se a gente correr sem fazer nenhum tipo de barulho ate aquela rua nós podemos chegar ate a minha casa sem elas saberem. – Ele acrescenta apontando pra uma rua a poucos metros de nós. Mas agora era ter sorte delas não olharem pra trás, pois seria uma loucura.

— Pra sua casa? Fazer o que lá? A gente combinou só de ficar nas redondezas, se não a brincadeira não ia funcionar. – Digo tirando um dos meus cachos que caio no meu rosto.

— A gente pode passar lá em frente e depois descer na avenida principal, logo chegaríamos no colégio e pronto, jogo ganho. – Ele diz.

Minha única sorte era no azar então tenho certeza que quando nos levantamos daqui elas iriam ver, mas estou em um jogo, qualquer coisa as despistamos. Só pra deixar essa parada mais emocionante me levanto.