[ Gêmeos com cinco anos. Draco com dois anos e meio. Kevin com um ano. ]
***
Nada melhor do que um passeio até a casa de praia de Viktor. As crianças iam gostar de brincar na areia. Eu sabia por experiência própria. Meu bebezinho estava no colo de Peter. Ele era um pai tão super protetor. Até quando eu estava com a criança, ele ficava vigiando.
_ Peter ele é um vampiro. Não é um boneco de porcelana. Ele não vai quebrar. _ eu disse.
_ Ele é frágil. Tão pequeno.
Ergui a sobrancelha irônica. O menino tinha o tamanho normal. Esse amor todo no entanto, era bom. Eu queria dar aos meus filhos o que eu não tive. Um lar bem estruturado. Uma família amorosa. Que ele não sofresse nenhum tipo de trauma. Ouvir ele sorrir era tão bom.
Draco estava dando trabalho. O menino tinha o jeito rebelde do pai. Com seu cabelo loiro e olhos azul turquesa. Quando queria brincar de pega pega, era difícil segurar ele.
_ Papai, vamos brincar?
Drogo olhou para Luísa.
_ Agora não, Draco. Quando chegar na praia a gente brinca. _ ela disse.
Os gêmeos se comportavam bem. Sempre dizendo que precisavam proteger os mais novos. Assumiram a responsabilidade de serem os primogênitos. Não havia briga entre as crianças. À menos que envolvessem os pais. Eram muito ciumentos. Possessivos. O cabelo ruivo alaranjado, herdaram da mãe. Os olhos azuis, herdaram do pai.
Isso me surpreendeu um pouco. Meu filho tinha o cabelo azul como do pai e os mesmos olhos verdes. Dos meus traços, só herdou o formato do rosto. Mas, tudo bem. Era lindo como o pai.
Enquanto íamos pela estrada, eu percebia que Peter olhava o retrovisor toda hora.
_ Deixa que eu dirijo. Vá sentar ao lado dele. _ falei dando risada. _ Você é pior que o Nicolae.
Ele sorriu e encostou o carro, para eu assumir a direção. Ele sentou ao lado do bebê, que deu risada para ele.
_ Estou me sentindo meio excluída. _ brinquei com ele.
_ Nós dois amamos você. Princesa.
_ Meu príncipe está mimando nosso filho.
_ Você também foi mimada.
_ Verdade! Eu sei o quanto você é bom em cuidar de crianças. Confio totalmente em você. É o melhor pai do mundo. Você parece inseguro. Calma. Vai ficar tudo bem.
_ Agradeço por sermos vampiros. Eu estaria mais preocupado, se não fosse.
_ Mais? Que horror.
Ele deu risada.
_ Me deixa. Estou curtindo ser pai. Nós demoramos algum tempo para conseguir nosso bebê. Até achei que não poderia.
_ Esse é o problema. Você ficou ansioso de mais. Nós teremos muitos filhos.
Ele pôs a mão no meu ombro. Eu sorri para ele.
Chegamos na casa de praia e estacionamos. Ele logo pegou o bebê no colo.
_ Minha vez. _ eu disse.
Ele me entregou a criança. Mas, ficou ao meu lado.
Os gêmeos ajudaram os pais, carregando as bolsas leves. Draco foi correndo para dentro da casa.
_ O mini-Drogo está dando trabalho. _ eu disse.
_ Não é fácil lidar com dois rebeldes. Drogo ainda incentiva as traquinagens. _ disse Luísa.
_ Ele é só uma criança. Deixe ele se divertir. _ Drogo disse a abraçando. _ Você entende não é Peter? Também está empolgado em ser pai.
_ Mas, não o deixarei solto. Como você deixa.
_ Verdade. Esqueci que é mais paranoico que o Nicolae. Já passou sua lista de regras para a Lorie?
_ Você fala assim, mas também tem seus momentos de proteção. Também fica preocupado quando não consegue achar ele. Também colocou a cama dele no seu quarto. Você sabe da responsabilidade que tem sobre ele.
Os dois ficaram se encarando. Drogo sorriu.
_ Você tem razão. Depois da guerra... Nem todo mundo gosta de vampiros. Eles dependem de nós.
E nós entramos na casa. Peter colocou as malas no chão. Abriu as cortinas e janela.
_ Vou levar ele para brincar com as crianças. Vê se relaxa. Só tem nós aqui.
Ele não disse nada.
Os gêmeos e Draco já tinham entrado na sala de jogos. Coloquei meu filho no chão. Ele deu dois passinhos, depois foi engatinhando até os outros. Os gêmeos já assumiram o controle. Entregando um brinquedo para ele. Também deram um ao Draco.
_ Podem ir. _ disse Tomás.
_ A gente cuida. _ disse Cristina.
_ Qualquer coisa avisa. _ disse Lívia.
Eu fiquei observando.
_ São tão novos. Mas, sabem cuidar dos outros.
_ Eles também tem dons ligados a mente. O que faz com que seu cérebro se desenvolva mais rápido. Eles são mais maduros psicológicamente do que o normal para a idade. Quer dizer... O que é normal para um vampiro?_ disse Lívia.
_ Vocês tem treinado os dons deles?_ perguntei.
_ Sim. Eles tem um controle impressionante. Você também tinha quando era criança.
_ Verdade!... Mas, eles são mais.
_ Nós temos filhos maravilhosos. _ ela disse.
_ Draco está quieto?_ quis saber Luísa.
_ Venha ver. _ chamei.
Ela observou as crianças brincando de montar lego. Todos em roda. Cooperando.
_ Acho que não preciso me preocupar. _ ela disse. _ vou ficar na rede com Drogo.
_ Vou desfazer as malas com Nicolae.
_ Vou ajudar o Peter.
Deixamos as crianças brincando.
Peter já tinha desfeito quase todas as malas.
_ Vou colocar meu maiô. Quer dar uma volta na praia?
_ Quero.
Eu dei um selinho nele e fui ajudar com as malas. Depois nos trocamos para trajes de banho.
_ Temos que trocar o Kevin. _ ele disse.
_ Eu que vou escolher o nome do próximo.
Ele riu.
_ Tudo bem.
Me abraçou e beijou. Eu estremeci. Ele desceu as mãos por minhas costas.
_ Não vamos na praia?
_ Depois. _ ele respondeu.
Segurou minhas coxas e me levantou. Eu entrelacei a cintura dele com as pernas. Ele nos levou até a cama.
_ Eu não preciso me segurar mais. _ ele disse.
_ Pervertido. Sou toda sua.
Ele me mordeu. E era tão bom.
_ Quando penso na época que você não sentia nada... É muito bom ter suas reações de volta.
_ Também quero te morder.
Ele se ajeitou entre minhas pernas e me invadiu.
_ Pode morder.
Foi intenso e incrível.
Ele encostou a testa na minha.
_ Vamos tomar um banho antes de ir.
Após nos arrumarmos de novo, fomos buscar o Kevin. Ele veio para o nosso lado.
_ Obrigada crianças.
_ Por nada, tia Lorie. _ disse Cristina.
_ Ele ficou quietinho. _ disse Tomás.
_ Vocês são ótimos. _ Peter disse.
Nós trocamos nosso bebê. Peter pegou ele no colo. Passamos por Drogo e Luísa. Deitados na rede da varanda.
_ Vamos caminhar na praia. Querem ir?_ Peter chamou.
_ Vamos amor?_ Luísa incentivou.
_ Vamos. Vou pegar o Draco.
Eles foram, enquanto a gente seguiu no caminho da praia. Molhamos os pés na água. Sentindo o sol na pele.
_ Tio. Tia.
Ouvimos a voz dos gêmeos. Eles vinham correndo. Nicolae caminhava tranquilamente atrás.
_ brinca com a gente. _ pediu Tomás.
_ Deixa te enterrar, por favor!_ Cristina juntou as mãozinhas. Implorando.
Peter sorriu.
_ Tudo bem. Estou acostumado a ser enterrado.
_ Saquei essa indireta. _ eu disse.
Ele me entregou Kevin e foi se deitar na areia. Sentei ao lado com meu filhinho.
_ Vou deixá-los com vocês. _ disse Nicolae.
_ Quero brincar com você também. _ disse Cristina.
_ E com a mamãe. _ disse Tomás.
_ Ela está terminando de arrumar as coisas. Nós viremos.
Ele beijou a testa dos dois. E se foi.
Os gêmeos se divertiam bastante. Até Kevin estava sorrindo.
Drogo chegou com Draco em seus ombros e Luísa à seu lado.
Quando Drogo se deitou para brincar com os gêmeos, eu me levantei com Kevin e fui para a água. Junto com Luísa.
Tudo era perfeito e a paz reinava. Quando os rapazes vieram para o nosso lado, nós brincamos com eles e as crianças. Jogando água uns nos outros.
Nicolae se aproximou com uma expressão séria...
_ Pessoal. Viktor precisa de nós! Vamos salvar nosso pai.
_ Como assim? _ quis saber Drogo.
_ Os gêmeos tiveram uma visão do futuro. _ ele explicou.
_ visão do futuro?... Uau. O que disseram?_ perguntei.
_ Viktor vai conhecer uma original em uma festa... Kassandra. Ele será caçado depois que isso acontecer.
_ Espera... O que tem de importante nesse evento?_ quis saber Peter.
_ Eles chamaram ela de... Vovó.
A expressão que todos fizeram era de surpresa.
_ Viktor vai conhecer sua alma gêmea?_ disse Luísa empolgada.
_ Acho que é hora de ele mesmo cumprir a missão. _ eu disse irônica.
Luísa riu.
_ E quanto à esses caçadores?_ quis saber Drogo.
_ Parece que estavam atrás dela. Perceberam que ele também é um vampiro e ele virou alvo.
_ Quando será essa festa?_ quis saber Peter.
_ Em três dias.
Eles olharam para as crianças. Agora havia um perigo real. Se fôssemos ajudar Viktor, nossas crianças estariam em risco. Eu finalmente entendi, porquê ele quis criar um clã leal à ele e com amor verdadeiro entre seus membros. Tudo que aconteceu foi para aquele exato momento.
Todos se entreolharam. Não era necessário dizer nada. Pensávamos o mesmo! No entanto, eu quis reforçar.
_ Nós não estaríamos aqui, se não fosse por ele. Tudo que conquistamos, nós devemos à ele. Não podemos deixar ele sozinho.
_ Nos tornamos mais fortes durante a guerra. Temos três dias para nos preparar. Treinar como nunca fizemos. Explorar nossos dons. Podemos fazer isso. _ disse Luísa.
Ela pegou Draco no colo. Eu peguei Kevin.
_ Mamãe vai te proteger. _ eu disse. _ E vai ajudar o vovô.
Peter abraçou a gente. Drogo abraçou a esposa. Nicolae abraçou Lívia. Com os gêmeos grudados nas pernas deles.
Apesar daqueles núcleos individuais, nós sempre seríamos uma grande família. E Viktor sempre seria o líder. O pai.
_ Precisamos aprender. _ disse Tomás.
_ O quê? _ quis saber Nicolae.
_ Escudo. Ainda não sei usar.
Nós olhamos para os gêmeos.
_ Eles são a nossa vantagem. Temos uma chance. _ disse Nicolae.
_ Será que tem a ver com os tais mestiços? Os que tem tatuagem da morte na mão?_ eu perguntei.
_ Você os viu há tanto tempo. Viktor disse que ainda não eram uma preocupação. _ disse Peter. _ Será que agora são?
_ Mestiço de quê?... Ainda estou curiosa. Só sei que o sangue é amargo. _ eu disse.
_ Não há tempo para especulações. Vamos treinar. _ disse Nicolae.
Eu não estava segura. Eu tinha medo. Tinha muito o que perder, caso tudo desse errado. Mas, se não fosse por ele, ainda estaríamos presos na maldição das bruxas. Não teríamos nada. Passaríamos a eternidade, presos em um caixão. Junto com uma caveira. Ele nos livrou desse destino horrível. A lealdade que ele tanto queria, já fez por merecer em dobro.
Três dias. Que iriam definir os rumos de nossas vidas e mudar nosso futuro. A única pergunta que importava era...
_ Tomás, Cristina... Vai ficar tudo bem?Fim.
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Is It Love? Peter - O som do coração
FanfictionPeter foi muito apaixonado por uma humana médium. A garota foi ferida por pessoas que a consideravam uma garota possuída por demônios. Ela não queria se tornar vampira. Ele odiava ser um vampiro. Então, ele só pôde ver sua amada morrer, sem poder aj...