O Festival

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É um dia raro para os alunos do curso de exorcismo, pois todos estão de folga neste domingo, que por coincidência é o último domingo do verão. Okumura Rin: o exorcista de cabelo azul escuro, olhos azuis, dentes pontudos e orelhas também um tanto pontudas, está deitado em sua cama encarando o teto sem fazer nada, como de costume, mas dessa vez é diferente pois ele não para de pensar em um certo alguém, nem consegue cozinhar sem queimar tudo por conta dos seus pensamentos que se tornam até mesmo pervertidos em alguns momentos. 

— Rin, abre. — Pediu Izumo batendo na porta do quarto do garoto.  

Ele se levantou, acordando seu Kuro que se espreguiçou. Rin, foi até a porta e a destrancou. 

— Oi... — Disse passando a mão nos cabelos. 

Ela entrou no quarto o empurrando e abriu a janela para entrar ar e claridade. 

— Céus, Rin, você não pode ficar assim. — Disse ela e se abaixou para fazer carinho em Kuro que havia ido até ela. — Você tem que se declarar logo, você gosta dele desde o fim do primeiro ano! 

— Rin fica queimando minha comida! Tem que se declarar logo e fazer comida boa! — Disse Kuro, mas obviamente foi entendido apenas por Okumura. 

O garoto meio demônio pegou o gato e o colocou para fora do quarto. 

— Vai ver se o Yukio tem saquê de erva de gato. — Mandou e fechou a porta. 

Izumo ouviu os miados de reprovação do gato, e não pôde conter sua risada. Rin revirou os olhos e se deitou novamente. 

— Eu não posso simplesmente me declarar, ele vai sintir nojo de mim! — Falou com a voz rouca. — E mesmo se ele fosse gay, me rejeitaria por querer priorizar apenas os estudos no momento. 

— Isso é o que você acha. — Argumentou a garota de cabelos roxos.  

Okumura não respondeu, apenas se virou de bruços e enterrou o rosto no travesseiro e ficou desejando que Amaimon brote da puta que pariu para tentar matá-lo, assim não pensará tanto em Suguro Ryūji. 

— Cheguei. — Anunciou Shiemi entrando no quarto com um sorriso acolhedor como sempre, mas logo sentiu a atmosfera do local e suspirou. Ela fechou a porta, depois andou até o lado da cama de Okumura e se ajoelhou ao lado do mesmo, e acariciou seus cabelos. — Rin, eu e a Izumo estamos preocupadas com você, somos suas melhores amigas. 

Já faz mais de um ano que eles todos se conhecem e são amigos. Agora a maioria deles tem 17 anos e evoluíram muito em diversos sentidos. 

— Ele pode aceitar os seus sentimentos mesmo sendo um maníaco em questão de estudos! — Disse Izumo. 

— Vocês esqueceram que eu sou filho de Satan? Mesmo convivendo comigo como amigo, ele deve ter receio em relação à mim... E vocês sabem que o vaticano nunca vai desistir da idéia de por a minha cabeça em um espeto, não quero que ele carregue um fardo tão grande assim. — Explicou, fazendo as duas ficarem sem saber o que dizer. 

Elas gostariam de incentivar ele a se declarar, mas entendem sua dor e angústia em relação à isso, pois eles já são alvos de demônios incrivelmente fortes por conta da proximidade com Rin, como Amaimon por exemplo, imagine se descobrissem de algum envolvimento amoroso de Okumura? A pessoa seria atormentada até a morte, é isso que ele não quer, prefere continuar sofrendo por Suguro Ryūji em perigo. Mas isso afeta tanto seu emocional como seu físico, pois os demônios se alimentam das fraquezas no coração das pessoas e o lado demoníaco de Rin têm tentado tomar o controle total de seu corpo por conta de seus conflitos emocionais. Mas o garoto tem lutado para se manter "humano", não quer perder seus amigos, muito menos correr o risco de machucar seu amado. Izumo encarou Shiemi, ambas querem ajudar Rin, mas no fim das contas o único que pode decidir o que fazer é ele, por conta de tudo que envolve sua decisão, mas ainda sim querem tentar fazê-lo pensar mais positivamente em relação aos seus sentimentos.

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