Rampant Subconscious

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07 de Dezembro de 1996.

Uma voz em sua cabeça zombava dele por seu impulso, dizendo-lhe sem parar que ele seria descoberto. Esta voz - incessante e debochada - estava deixando-o louco, e logo ele a reconheceu como de seu pai. Não era legilimência, não era real, era apenas aquela mania estúpida de precisar da aprovação dele para qualquer merda que fizesse. Puxou do fundo de sua alma quebrada a voz de Lucius e deu vida à ela em sua imaginação - algo que não fazia desde os treze anos e que reprimiu sempre que ousava vir durante o período que se seguiu. Mas lá estava ele invocando seu malfeitor, de Azkaban direto para sua cabeça. Ele precisava escapar daquela voz, precisava escapar também dos murmúrios frenéticos que inundavam o Salão Principal.

- Assim não dá para defender você. - Zabini chiou em voz baixa para que só ele ouvisse, arrancando-o de seus devaneios.

- Está falando do que? - Draco disse em meio a um suspiro cansado mesclado à raiva.

- Você sabe. - Foi sua única resposta.

Ele sabia. Cada um naquele Salão também sabia - não da verdade em sua absoluta relevância e peso, mas parte dela era de conhecimento geral. Se espalhou como um fósforo sendo aceso no álcool, célere e irrefreável. De repente não havia um bruxo sequer que habitava aquela escola que não estivesse cochichando sobre o "colar envenenado" e a "Grifina usada por magia das trevas - obviamente, de acordo com a maioria - para dá-lo ao Diretor".

- Não, eu não sei. - Insistiu por hábito e teimosia.

- Você parece culpado. - Blás sussurrou - Tenta relaxar, ou vão desconfiar de você.

Draco o olhou de soslaio, percebendo o quão rígido de tensão seu corpo estava. A memória recente dele saindo do banheiro e quase dando de cara com o abominável Harry Potter vindo à tona. Ele o encarou como se soubesse do crime que Draco havia acabado de cometer. Justo ele, que ótimo! Quem mais além do Santo Potter poderia desconfiar dele? Talvez o Weasel, que era à tua sombra ou, até mesmo a Granger ... Automaticamente seus olhos dispararam para a mesa da Grifinória à procura dela, decepção e alívio se apossaram dele na mesma medida ao perceber que ela não estava lá. Queria vê-la e ao mesmo tempo não queria. Suas emoções eram sempre contraditórias quando se tratava de Granger, e isto o enlouqueceria aos poucos.

. . .

- Você enlouqueceu. - Blásio chegou à essa humilde conclusão assim que Draco acabou de narrar o insucesso de seu "plano".

- É de se considerar. - Draco concordou com um dar de ombros.

- Você podia ter morrido carregando aquela coisa por aí! - Blásio irritou-se com a indiferença do amigo, e acabou erguendo a voz - Nós podíamos ter morrido!

- Continue berrando, Blás, não te ouviram em Hogsmeade - Draco chiou.

- Faz ideia das proporções que isso alcançou? A tal de Bell está desacordada no St. Mungus correndo risco de morrer!

- É só uma garota qualquer, droga! - Draco se exaltou, levantando-se de sua cama - Além disso, a culpa não é minha por ela ser enxerida.

Blásio permaneceu impassível, os olhos negros cheios de reprovação.

- Devo te chamar de "mamãe"? - A voz de Malfoy emanava sarcasmo.

- Cala a boca seu mané. - Blásio puxou o travesseiro de suas costas e o atirou em Draco, acertando-lhe o tórax.

Escolhas Irreversíveis - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora