Capítulo 9: When I Saw You.

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Quando Jin Sun-Mi acordou, uma sensação de vazio a envolveu. Ele não estava mais lá. Son O-Gong, o Grande Sábio, havia partido sem deixar rastros, e isso a deixou com um aperto no peito. Ele se foi. A dor no coração de Sun-Mi não se dissipou, ela se sentia vazia e perdida, como se uma parte de si tivesse partido com ele.

Com um suspiro pesado, ela se arrumou e foi trabalhar, tentando esconder a dor que sentia. Chegando à empresa, foi recebida por seu assistente, que lhe entregou uma mensagem urgente do Rei Demônio. Ele já tinha uma missão para ela: um contrato mágico que precisaria ser executado logo. Mas não antes de concluir as negociações do dia, que, por sorte, eram poucas.

O tempo parecia se arrastar, e enquanto se sentava em sua poltrona, ela não conseguia deixar de pensar em O-Gong. Ele não saía de sua mente, não importa o quanto tentasse se distrair.

"Por que você continua em minha mente? Eu... acho que te amo mais do que pensei." Ela refletiu enquanto mexia no contrato.

O trabalho do dia foi rápido, e quando o relógio indicava a hora do almoço, ela mal tinha comido. Algo dentro dela parecia ter sido deixado para trás. Ela pegou o carro, ligou a música no rádio, na esperança de apagar os sentimentos confusos que sentia por O-Gong. Mas, no fundo, ela sabia que estava apenas mentindo para si mesma.

Enquanto a música ecoava no carro, uma letra soava quase como uma mensagem direta para ela. Uma canção sobre sentimentos rasgados, sobre dores e arrependimentos que ela não conseguia controlar. Ela aumentou o volume, como se, com isso, pudesse se convencer de que tudo estava bem.

"Eu amo ele," murmurou, quase em um estado de negação.

Ao chegar à empresa Lúcifer Entretenimento, foi recebida por Ma Ji Young, a secretária, que a conduziu até o escritório de Woo Whee, o Rei Demônio.

— O trabalho de hoje é simples. Vá até este endereço e me traga este quadro, — disse Woo, entregando-lhe a foto de um quadro antigo com uma mulher vestida em trajes tradicionais coreanos e seu futuro marido. — O quadro está no meu escritório, este prédio agora é meu.

Ela se despediu rapidamente de Ma, sem dar tempo para que a secretária a acompanhasse, e partiu imediatamente.

No caminho, algo lhe dizia que esse trabalho não seria tão simples quanto parecia. Son O-Gong, que sabia do contrato, também estava em busca de Jin Sun-Mi. Ele se aproximava com uma única missão: impedi-la de cair em uma armadilha preparada pelo Rei Demônio.

Sun-Mi chegou ao local e retirou o pano que cobria o quadro. Ao tocá-lo, uma sensação de pressão no ar a envolveu. Ao remover a poeira, sem perceber, foi puxada para dentro do quadro, como se uma força invisível a arrastasse para outra realidade. O retrato não era apenas uma pintura, mas uma prisão. Ela estava agora dentro de um mundo medieval, onde mulheres sentavam-se em praças cobertas por longas mangas, em um ambiente sombrio e controlado.

No momento em que Son O-Gong chegou ao local e viu o quadro caído, ele soube o que tinha acontecido. Sem perder tempo, ele entrou no quadro, se encontrando no mesmo cenário medieval que Jin Sun-Mi. O ambiente era pesado, e as mulheres, em sua maioria, pareciam perdidas em um transe, sem alma, como se fossem marionetes de um casamenteiro.

Son O-Gong olhou ao redor até que, finalmente, avistou Sun-Mi. Ao tentar chamá-la, um velho casamenteiro apareceu e impediu que ele se aproximasse.

— Para reconhecer uma mulher, deve-se chamá-la. Só assim ela poderá atendê-lo, — disse o casamenteiro com um olhar sério.

Son O-Gong tentou, mas percebeu que Sun-Mi estava sob controle mental, como se uma força a mantivesse escravizada.

Pensando rapidamente, ele teve uma ideia ousada, mas única. Ele cantou para ela, uma melodia suave, mas carregada de sentimento. A canção não era apenas uma música, mas palavras carregadas de emoções que ele sabia que ela queria ouvir.

"Quando eu te vi,
E só pensei em você,
Quando eu te amei,
Você sente minha falta?"

Sua voz atravessou o tempo e o espaço, ecoando na mente de Sun-Mi. Ela, então, despertou de seu transe. Os olhos dela brilharam e, com um suspiro, ela reconheceu a voz de O-Gong, como se a própria alma estivesse se reencontrando com ele.

— Você pode levar a mulher, — disse o casamenteiro, dando um passo para trás e deixando-os partir.

O Rei Demônio, no entanto, já estava com o quadro em mãos. Ele se preparava para queimá-lo, consumindo-o lentamente pelas chamas, com a intenção de aprisionar Son O-Gong para sempre naquele mundo. Mas, não antes de se certificar de que Samjang sairia de lá em segurança.

A batalha entre os seres imortais estava prestes a alcançar um novo nível, e Jin Sun-Mi, mesmo sem perceber, estava se tornando a chave para o destino de todos.

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