Quarta, 10 de maio de 2017
A alguns meses me graduei em administração, agora a procura de emprego, não está nada fácil. Atualmente a crise financeira atingiu o Brasil, em cheio, não posso me dar ao luxo de ficar escolhendo onde irei trabalhar, o que aparecer aceitarei. Depois de ser demitida da Agência Financeira Safe, passo meus dias entregando currículos, indo nas agências de empregos, mas nada apareceu. Esse é o último mês que vou receber o seguro-desemprego, tenho que arrumar um emprego ou acabarei indo morar com minha mãe, ouvir do meu pai (namorado da minha mãe) que mulher tem que arrumar um bom casamento para ter estabilidade. Minha mãe se refere a ele como namorado, mesmo depois de vinte anos juntos, mas é cada um na sua casa. Ele até tentou oficializar a relação, minha mãe rejeitou a todos os pedidos, disse que já tinha sido casada uma vez, e a experiência serviu para uma vida (vai entender). Mas ela passou mais tempo com meu pai do que com o progenitor (que nunca mais vi, depois da separação). Adoro meu pai, sempre esteve comigo nos momentos bons e ruins, tem um lado do século passado, acredita que uma mulher precisa de um marido ou de alguém que cuide dela, com muito esforço mostrei que não preciso de um homem para conseguir meus objetivos, lhe mostrei que o mundo mudou, as coisas mudaram e essa visão de mundo faz parte do passado.
Mesmo sabendo que algumas mulheres ainda acreditam que sua felicidade depende de um relacionamento, para serem felizes, que um homem ao seu lado, há garantia de felicidade e prosperidade.
Estou voltando de mais um longo dia a procura de emprego, quando alguém chama minha atenção do outro lado da rua. E pela primeira vez, em muito tempo, me sinto atraída por alguém de uma maneira inexplicável, o homem a minha frente mistura elegância sem ser extravagante, poderia dizer que e um estilo casual, é a única forma que consigo pensar em descrevê-lo. Com seus quase um e oitenta de altura, calça bege, camisa azul que harmoniza com seus olhos cor de topázio, casaco e sapatos pretos e um relógio muito bonito, mas muito grande na minha opinião. Depois de alguns segundos conseguir parar de olhar para seus lindos olhos, sua boca quase uma obra de arte esculpida pelo próprio Michelangelo. Descendo o meu olhar por pura curiosidade ou algum sentimento muito mais forte do que a minha sanidade, percorri todo o seus corpo em alguns segundos, percebendo a primeira tatuagem em seu pescoço e por alguma razão gostaria de saber o motivo dele tê-la feito, rapidamente retiro esse pensamento da cabeça. Mas sou atraída para ele como o ferro é para o ímã, indo em sua direção. É quando percebo que ele não está sozinho, uma mulher está comprando alguma coisa na barraquinha do senhor José, de onde estou não consigo ver quem é. Será que a conheço? Contínuo observando, depois de uns instantes consigo ver os dois do outro lado da rua, a sua acompanhante é bem estilosa, saltos alto fino de quinze centímetros vermelho, minissaia e cropped ombro a ombro com babado preto e muitas tatuagens pelo corpo, são tantas que nem consigo saber onde uma começa e a outra termina. Estou hipnotiza por ele, não consigo parar de olha-lo, parada do outro lado da rua, me sinto uma pessoa muito indiscreta, o que não sou! Volto a olhar as tatuagens dele, agora um pouco mais de perto, porque eles estão caminhando na minha direção, e eu bem, contínuo aqui, parada, olhando eles, agora consigo ver o desenho, é um símbolo Ankh e ao lado a palavra "Talvez" com reticência, no pescoço dele. O que é bem interessante, me parece que ele estava fazendo uma pergunta com o símbolo e respondendo com a palavra, assim: "Vida eterna? Talvez...".
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Um amor tatuado(r) • Revisando •
RomanceBianca uma garota estudiosa e recém-formada em Administração, está a procura de um trabalho, porém não encontra nada. Em uma dessas saídas para entregar currículos, ela vê um estranho que a atraí imediatamente e ela não consegue entender o porquê de...