EDWARD LEWIS

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7:15 (domingo)
*bip bip*
Toca seu despertador.

Ed rapidamente se levanta da cama e vai tomar seu banho.
Sua missa às 8:00 no domingo era tradição.

Apesar de ser um cientista renomado, era também um cristão assíduo. Todo domingo comparecia à igreja, se não fosse um cientista, com certeza seria padre, pensava ele.

Enquanto estava se arrumando, lembrava do dia de sexta, um dia em que saiu com seus colegas de viagem e no dia em que a mãe de Victoria morrera,"meus pêsames", pensava ele.

*Ed sai do quarto em direção ao carro*

Chegando na igreja, Ed adentra o local e rapidamente senta nos bancos da frente, seu lugar favorito na igreja.

Padre: Bom dia a todos, que a paz de Deus esteja convosco.

Todos: Amém!

Ed prestara atenção a tudo que foi dito pelo seu padre, ele amava suas pregações, gostava muito dele.

Ed foi de encontro ao padre para conversarem.

Padre: Bom dia Ed!, que bom vê-lo aqui, gostaste?

Ed: Bom dia Padre, gostei muito da missa, mas, creio que preciso conversar convosco.

Padre: Claro, o que desejas meu filho?

Ed: Padre, se não sabes, fui selecionado pela NASA como integrante de uma viagem intergaláctica, tenho medo padre! Não posso ser frouxo! Não posso temer, mas temo! Me ajuda Vossa Excelência Reverendíssimo!

Padre: Ed...há muito tempo conheço a ti. E digo com segurança: -És corajoso, és bravo, és valente!
Não tema Ed, Deus é contigo e Ele não falha!
Viveste sem teus pais sua infância e adolescência inteira, creio que consegues passar por isto.
Você consegue, eu creio!

Ed: Mas padre, são 49 anos-luz daqui, vou passar muito tempo fora!

Padre: Eu sei Ed, mas do mesmo jeito que você tem um contrato com Deus, tens um contrato com eles! Não abandone-os, a viagem pode ser muito longa, mas você vai ser o futuro da nova geração, seu nome estará nos livros de História, daqui  
uns 100 anos!

Ed: Padre, sei que tenho um compromisso com Deus e com a humanidade, mas esse medo não passa! E se eu morrer? E se tudo der errado? Enfim, não conseguirei tirar estas dúvidas, mas tentarei. Obrigado Padre, suas palavras são e serão de grande ajuda.

Padre: Por nada Ed, quando quiser conversar, sabes que estou aqui.

Ed despede-se do Padre e vai embora. Ficara encucado com aquelas palavras, "És corajoso, és bravo, és valente." não as tirava da cabeça.
Mas ele sabia que nada faria, tinha um intenso medo quando pensava nessa viagem e tudo que pode dar de errado. Enfim, não queria ficar pensando nisso, queria ir para casa e se repousar.

Ed entra em seu carro e sai da sua igreja, era um dos únicos membros fervorosos daquela igreja, eles não eram tão assíduos como Ed. Ademais, na sua época achar uma igreja e achar um cristão era raro. O Vaticano colapsara anos atrás, a Igreja Católica havia caído. 85,53% da população mundial é atéia ou não definido.
Um dos maiores sonhos de Ed era que a Igreja renascesse, ascendesse das trevas, mas sabia que não aconteceria. "Não em pouco tempo"-pensava ele.
Ele não gostava daquela época. Seus avós sempre lhe falavam sobre a época deles, na qual as pessoas eram mais felizes, onde a Terra vivia uma das suas melhores fases desde a Guerra Fria. Sempre intrigava-no isso. "Tempos ótimos"- pensava ele.

Chegando em casa, estacionara seu carro e fora para dentro. Lá dentro, fizera sua refeição e caíra na cama.

Dentro de seus sonhos Ed só imaginava nela. Ela era tudo para ele. Seu amor, seu yin e yang, sua "cara metade", para ele, ela era tudo. Ele amava Katherine Allen.

*Ed acorda*

Ainda se despertando, meio atordoado, Ed recupera os sentidos. Olha o horário e vê: 18:55. Vê que não tem nada para comer e vai ao mercado que fica próximo à sua casa.
Ed se levanta, calça seus chinelos, deixa seu celular e carteira em cima da cama, indo apenas com 15$. Ele sai de casa e vai ao mercado. O mercado é perto, fica apenas a uns 500 metros de distância. Ele vai andando calmamente, quando repara uma pessoa seguindo-o, para ter certeza disso ele parou e a pessoa também parou. "Sendo seguido, só o que me faltava"- pensou ele.
Ele apressou o passo, sentia que  entorno dele havia mais pessoas, quando foi gritar por ajuda...sentia uma mão cobrindo sua boca e falando em um sotaque russo : "Calado".

Para a sorte de Ed, seu amigo Jonas estava ali por perto e viu a cena e apontou uma arma falsa que sempre carregava para casos como esses e os ladrões fugiram com medo, pois estavam desarmados. Mas antes que fugissem, Ed pôde ver a marcação a fogo nas costas do homem, que estava meio à mostra. Ele não conseguiu acreditar no que viu.

"Não pode ser, são da RAN"

Jonas, que presenciara a mesma cena, disse:

"N-não acredito, s-são da R-RAN?"

E foi então que Ed ligou para o chefe e alertou-o:

"Chefe, temos um problema, e dos grandes, estou a caminho."
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Finished

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