Capítulo 10: O tigre

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"O que agora é comprovado, antigamente era só imaginado." (William Blake)

Van Pelt estava em pânico, seu coração batia descompassado, não apenas por ter deixado alguém com quem queria muito de estar, mas, porque depois de meses sem notícias do Red John, Jane tinha uma pista e talvez pudesse evitar que mais alguém fosse vítima do serial killer.

Ela dirigia o mais rápido possível até a CBI, suas mãos tremiam e sua testa suava diante da ânsia que a consumia. Taylor, por sua vez, trocava olhares entre a rodovia e o livro "A culpa das estrelas" que estava sob o painel do carro.

As palmas de suas mãos suavam levemente, enquanto as mantinha no volante. Ele estava frustrado pelo encontro interrompido, mas, aliviado por ter a companhia do livro em mais uma noite que não conseguiria dormir, pensando nela.

Van Pelt nem estacionou o carro direito e subiu pelo elevador, passando pelo corredor sem notar o quanto caminhava velozmente parando ao ver Jane com os olhos vidrados no computador. Ele tinha verdadeira aversão à tecnologia! O que poderia estar atraindo tanto sua atenção?

— Ainda bem você chegou. – Disse Jane com enorme euforia.

— O que houve? – Ela indagou aproximando-se da tela do computador e vendo a marca de Red John.

— Recebemos esse vídeo e precisamos que descubra de onde ele foi enviado. Recebemos uma mensagem e o vídeo em anexo no nosso sistema há uns 40 minutos. – Disse Jane virando-se em direção a entrada do departamento ao avistar Lisbon que foi logo falar com Van Pelt.

— Oi Van Pelt, rastreie de onde Red John enviou esse vídeo! – Ordenou Lisbon, impetuosa.

— Okay, chefe. Deixe-me ver o IP de onde o vídeo foi enviado.

Van Pelt lê a mensagem que estava postada junto com o vídeo:

"Estou me tornando o que sou predestinado a ser. Os filhos de seus filhos vão me idolatrar".

Um calafrio percorreu seu corpo, mas, Van Pelt apertou o play para ver o vídeo. As imagens mostravam o percurso desde a entrada em uma casa, até o quarto em que uma garota estava deitada dormindo.

O assassino se aproximou do corpo e quase tocou a garganta da vítima, mas, apenas simbolizou como se fosse o detentor da vida dela. Sua ação denotava seu complexo de poder e superioridade.

O vídeo terminava nessa parte, ninguém sabia se aquela mulher havia sido vítima do Red John, então, Van Pelt rastreou o IP do computador que levou até um endereço.

O local rastreado ficava muito longe da sede da CBI e poderia não dar tempo de chegar até lá. Lisbon, então, passou uma mensagem no rádio para pedir que a viatura mais próxima fosse para lá.

Jane e Lisbon saíram na frente para verificar a ocorrência e logo atrás foram Cho e Rigsby. Van Pelt permaneceu para investigar o vídeo e as informações de envios daquele IP.

Quando Jane e Lisbon chegaram à casa, a porta estava aberta e a polícia já havia isolado a área. Estava confirmado: era uma cena de crime e a garota do vídeo estava morta.

Jane e Lisbon reconheceram o corredor que havia sido filmado e ao se aproximarem do corpo sobre a cama, coberto por um plástico, Jane olhou as dilacerações no corpo da mulher e a marca de Red John na parede: a carinha sorrindo pintada com o sangue da vítima.

Lisbon estava tão preocupada que não tinha muito a dizer. Ela apenas observava o jeito cético de Jane, não apenas ao olhar a marca na parede, mas, o corpo. Lisbon saiu para falar com Cho e Rigsby para ver o próximo passo da investigação.

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