Prólogo

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Corra!

Essa era a palavra que não saia da cabeça de Ana Mackfild no momento, era a que precisava estar em sua mente. Isso se ela quisesse sobreviver para pensar mais um dia.

O Castelo que ela imaginou ser seguro a vida inteira fora invadido, a força de quase quinhentos soldados simplesmente irrompeu no meio do baile de seu décimo oitavo aniversário, aparentemente de lugar nenhum e ceifou a vida da maioria dos convidados, inclusive a da corte, e assim também seria a dela, isso se sua mãe não a pegasse pela mão, a puxando para longe por uma passagem secreta atrás do salão. Tudo aconteceu muito rápido, era quase impossível de reagir, mas não para sua mãe.

-Espere! - Ana gritou quando a passagem se fechou atrás delas - papai ainda está lá fora.

- Não há tempo - sua mãe continuou seguindo por um corredor escuro a um passo rápido.

- Como assim não há tempo? O que está acontecendo? papai está lá fora!

- Seu pai sabe o que está fazendo, se ele seguisse com a gente, seríamos seguidas.

- Está dizendo que o usou como distração?

Sua mãe não respondeu e continuou andando, pelo corredor frio e escuro que parecia sugá-las, apesar da escuridão total ela parecia saber exatamente o caminho que estava seguindo. Curvas e mais curvas depois, ela passou a mão através de uma parede aparentemente normal e uma passagem se abriu em um quarto requintado. O quarto de seus pais.

- Ana , preciso que me escute, não temos muito tempo - Ela segurou seu rosto entre as mãos e olhou bem nos seus olhos

- Viu a roupa negra dos soldados lá fora ? São fairianos, de alguma forma eles ficaram sabendo do nosso plano, suspeito que alguém nos traiu.

- Impossível, todos as pessoas que souberam do nosso plano são confiáveis.

- Você não contou a ninguém?

- Não! Eu sei a gravidade disso, eu não disse a ninguém. A não ser... não, era impossível.

- Não temos tempo para divagações, a questão é que nosso plano foi descoberto, não há mais tempo, você tem que fazer isso, agora.

- Agora? Mas e o papai? e o reino? O que vai acontecer agora?

- Não sei, mas sinto que não vamos ter uma oportunidade como essa novamente.

Uma explosão foi ouvida não muito longe. Ambas estremecem ao ouvir o som.

- Provavelmente trouxeram herdeiros do fogo junto com os soldados, não temos muito tempo, me escute com atenção, você é a única herdeira do tempo viva no momento, é um risco para eles, porque você pode mudar coisas que estão fora do controle dos outros. O que vai fazer é perigoso, o destino é uma coisa complexa , quando encontrar nosso inimigo você não deve matá- lo, não sabemos o que isso causaria no fluxo do tempo e você não deve se arriscar mais que o necessário, apesar dele não ser tão forte antes como é agora, ele ainda é a pessoa que unificou os quinze reinos de Fair, só tente descobrir uma fraqueza - ela respirou fundo - não queria jogar esse fardo em cima de você, mas você é a única que pode fazer isso, por nossa casa, nosso reino e todas as pessoas nele.

Ela caminhou até o fim do quarto, arrastou a cama para o lado e abriu uma passagem no chão, era pequena, talvez do tamanho de um livro, invisível para quem não soubesse o que estava procurando, puxou dali uma bolsinha de veludo, a abriu e depois tirou cuidadosamente uma caixinha de madeira. Ana sabia o que teria lá dentro, e exatamente como previu quando sua mãe abriu a caixa, um lindo colar de pedra azul oceano se mostrou.

- Pegue, você deve ir o mais rápido possível.

Ana segurou o colar e o encarou, hipnotizada, parecia antigo e nobre, como se ja tivesse passado na mão de muitas pessoas poderosas.

A herdeira do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora