N/A: Songfic de Sejas Bem Feliz - Cynthia Luz. Boa leitura!
...O amanhecer é tão belo, tão puro, tão delicioso de sentir quando ele acalenta nosso corpo que sente frio em sua alma.
Mas os raios do sol queimam e incomodam.
Acho que o sol é como o amor!
Ah, o amor… Se soubéssemos o quanto ele é venenoso, talvez nunca quiséssemos provar desse que é o verdadeiro fruto proibido.
Mas o mais engraçado é que o amor também pode ser o antídoto de seu próprio veneno, como uma cobra que tem sua peçonha usada pra fazer a vacina que salva sua vítima.
Mas, diferente do que nos pregam desde o dia que nascemos, não é o amor que sentimos por outro que nos cura do ex amor e sim o que sentimos por nós mesmos.
Mas há tantas coisas que não nos falam sobre o amor, há tantas visões diferentes do que é o amor.
A minha é que o amor também é liberdade, é paz…
E é por essa razão que eu te deixei ir.
Eu ainda lembro dos teus olhos felizes nos quais eu via paz se transformando em olhos apreensivos nos quais eu via o temor quando enfim acabamos.
Acho que você temia que eu te odiasse…
Não, Konohamaru, eu não te desejo mal algum, quando amamos queremos nosso amor bem.
Creio ser bem madura para essas coisas.
Eu não levo mágoas, pelo contrário. Eu sei que você também me ama, mas eu também sei que o teu amor por mim não é como eu gostaria.
Não é da forma ou na intensidade que eu gostaria.
Nem do jeito que eu gostaria.
Eu cantarolo, porque cantar faz bem… Eu amo cantar e agora é isso que me impede de chorar…
Até que as lágrimas se embolem em minha garganta mais uma vez.
Talvez a ferida esteja mais aberta do que eu pensava.
A corda sempre arrebenta pro lado mais fraco. Talvez eu tenha sido quem a segurou mais forte, sem nunca largar, mesmo com a dor, mas, no fundo, eu era o lado mais fraco.
Agora que a corda arrebentou, quem levou o tombo fui eu e agora eu choro meus machucados.
Eu não choro por um homem, eu choro pelo amor que agora se torna pó de cinzas venenosas que se alojam em meus pulmões, me deixando cansada após mais uma noite em claro.
Eu choro por ter dado tudo de mim em algo que eu não sei dizer se eu inventei ou se você me iludiu… Já não importa de quem é a culpa.
Eu não me orgulho do meu esforço, nem me orgulho de estar tentando superar isso o mais rápido que posso.
As minhas lágrimas tem gosto de veneno e eu não desejo morrer de amor por ti, aliás, nem por ti e nem por ninguém além de eu mesma.
Eu preciso levantar desse chão, no qual estou sentada com meu olhar apático olhando pela janela.
Eu preciso e eu vou me refazer, mesmo que não seja agora.
Mesmo que demore mais do que eu gostaria.
As garrafas vazias espalhadas no chão ao meu lado e o cigarro em brasa ainda fresca no cinzeiro são as provas – e também as testemunhas –, das minhas tentativas de enxergar além do choque, de ampliar meus horizontes nesse nosso fracasso.
Ri nervosa, ciente de que fracassei até mesmo nisso.
Ah, como são as coisas! Eu jurava ser imune a isso, jurava ser invencível.
Eu não fracassei em te amar ou te fazer feliz, eu acho que fracassei na minha ilusão de achar que o meu amor, que era tudo o que eu tinha, seria o bastante.
Não era amor que você queria e eu não te culpo por isso.
Eu repito: eu não guardo mágoas. Eu sei que eu choro, mas, logo, eu estarei bem.
Pois isso, acho eu, não vai me tirar a plenitude, mas talvez eu repense antes de voar com as asas do amor, já que nunca se sabe quando elas vão deixar de nos sustentar no ar.
E a queda dói muito!
É uma aventura alucinante que talvez eu repita agora, mas, antes de levantar voo, eu preciso consertar as minhas próprias asas.
Bebi o último gole da última garrafa, tentando fugir, não de mim, mas dessa onda de amargura a qual desejo pular, não quero que ela me afunde.
Respirei fundo… Se o amor é um mar, eu sou um náufrago à deriva, levando caldo atrás de caldo das ondas que vêm fortes.
Aliás, por falar em águas, meus olhos inundaram, transbordaram…
Isso é bom, é bom saber que meu coração ainda pulsa após a decepção e é isso que me dá esperanças de que um dia ele esteja de portas abertas novamente.
E não, eu não espero que você volte a entrar por elas.
Aprendemos o bastante com nosso erro para voltar a repeti-lo, eu não vou deixar essa experiência passar em vão ou em branco.
Mas eu não quero dela recordações além do meu amadurecimento.
Não se lembre de mim, eu não quero ser um fantasma na tua vida, nem de lembranças boas ou ruins.
Assim como eu não espero te ter como fantasma em minha vida, não quero voltar a me cortar nos cacos desse amor partido.
Não quero ficar presa nesse fracasso de amor.
Eu sei que dizia que eu era o amor da sua vida e eu o da sua, mas acho que você agora quer ter novos amores da sua vida e eu também espero ter novos amores da minha.
Mas isso dói, doeu fundo romper esse nosso pacto de reciprocidade eterna.
Mas como eu disse, o amor também é liberdade e seria injusto te prender em algo que já não te fazia feliz.
Em algo que já não te completava.
Em algo que já não me era recíproco.
Não importa se for sozinho ou com outro alguém.
Quero que sejas bem feliz…
Mesmo que esteja comigo a tua felicidade.
Mesmo que já não seja eu teu sorriso.
Mesmo que eu já não seja teu amor.
Mesmo que isso me mate por dentro.
Mesmo que eu esteja infeliz com isso.
Mas não se preocupe, uma hora ou outra…
Voar, cantar, eu vou…
Sejas bem feliz, Konohamaru, porque eu também serei.
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Sejas Bem Feliz
FanfictionEu não te desejo mal algum, pelo contrário, quero que você seja bem feliz. Se não é em mim que mora tua felicidade, eu te liberto e eu espero também estar livre para alçar novos voos.