Capítulo 2

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No quarto onde a gente estava não tinha banheiro, porém tinha um banheiro no corredor. Para as visitas, acredito eu. Todos já tinham ido dormir. Já eram umas dez horas. Sai do banheiro, vestida com um pijama de bolinhos de chocolate e com minha toalha, escova de dente em mãos. Está meio escuro aqui. Sinto meu corpo esbarrar com outro.

- Oi?! - disse a pessoa. Pietro?

- Hã... Oi. - afastei um pouco.

- Letícia? - acende a luz do corredor. - O que está fazendo aqui? Esquece. - falou milésimos depois. - Bonito seu pijama. - elogia após ficamos em silêncio, por alguns minutos.

- Obrigada... Eu gosto dele. - sussurro.

- Também gostei. - sorriu. Faço um "ah...", apenas. - Falou! Vou dormir. Amanhã conversamos mais. - e me dá um beijo na bochecha.

***
   De manhã cedo eu não conversei com Pietro, fiquei ouvido minha mãe e Carla conversando. E elas resolveram ir a praia a tarde. Bem, agora estamos na praia Angra dos Reis... Que é linda.

- Letícia, vem passar protetor pra não se queimar. - minha mãe me chamou.

Após passar o protetor, fui praticamente obrigada à acompanhar minha irmã até o mar. Ela ficou com medo de entrar no mar, então conheceu algumas crianças e começaram a brincar na beira do mar. Sentei-me na areia, observando aquilo. Que chato. Ouço alguém rir atrás de mim e em seguida sentando-se ao meu lado. Pietro.

- O que foi? - olhei para ele.

- Nada... É que tipo, você nem falou comigo hoje. - ele olhava para frente.

- E nem você conversou comigo. - sorri forçado, voltando meu olhar para minha irmã, Vitória, para não perdê-la de vista. Ele ri novamente.

- Ah, então é assim? - sinto ele me olhar.

- Talvez. - provoquei, após alguns minutos de silêncio.

- Hm... Deixe-me ver... Vamos fazer assim, eu pergunto e você responde. Vice-versa. - volto meu olhar para ele.

- Por quê? - mas que pergunta Letícia!

- Você mora aonde? - começou.

- São Paulo e você? - Letícia, Letícia às vezes você me mata de vergonha.

- Aqui no Rio mesmo. - sorriu debochado.

- Certo. Quantos anos você tem? - uau, Letícia.

- 17 anos e você? - passa a mão pelo cabelo.

- 16. Você me parece ter menos idade. - comentei. - Uns 15 anos.

- E você também. - não digo nada. - Tem namorado?

- Não e você tem namorada? - que tipo de perguntas são essas?

- Não. É virgem? - pera, o que eu acabei de ouvir? Desvio meu olhar.

- Não, sou câncer e você? - zombei.

- Eu não estou me referindo a signos. - diz calmamente.

- Me recuso a responder esse tipo de pergunta, porque não é da sua conta. - pisco.

- Nossa! Desculpa! - e novamente sorri debochado. - Então, o que gosta de fazer? - muda de assunto.

            ***

  A tarde foi bem divertida. O Pietro é legal quando quer, mas super inconveniente. Conversamos sobre várias coisas, filmes, tipos de comidas... Amei passar um tempo com ele.

Já é noite, a irmã dele vai chegar daqui a pouco, estamos esperando-a. A campanhia toca. E a própria dona da casa foi atender. Elas entraram abraçadas na casa. Ela é linda, seus olhos também são verdes, cabelo loiro, bronzeada. Percebemos que a genética é boa.

— Olá, irmãozinho! — cantarolou, abraçando seu irmão e dando vários beijos em seu rosto. — Hum... Vocês devem ser as visitantes. — sorriu amarelo. 

  Foi até minha mãe a comprimentou, e minha irmã também. Dava para ver que só estava fazendo por educação.

— Você é a...?  — se aproximou de mim.

— Letícia. — completei.

— Ah... Prazer em conhecê-la. — disse com desdém, e estendeu a mão.  — Sou a Flávia, como deve saber.

O jantar foi legal. Ela, a Flávia, apenas conversou com sua mãe e o irmão. Flavia parecia gostar muito do irmão, pareciam ser bastante amigos. Pietro deu atenção total a irmã. Nós não conversamos a noite. Fiquei um pouco chateada, já que pelo jeito não terá conversa com a tal da Flavia. E a mãe deles, aquela coisa, conversar só o necessário.

      ***

  Após terminar de fazer minhas necessidades matina, fui em direção a cozinha onde todos estavam sentados tomando seu café da manhã. Tinham dois espaços vagos, um ao lado de Pietro e o outro da Vitória, minha irmã. Sinceramente? Estou muito tentada a sentar ao lado dele. Suspirei.

— Bom dia. — desejei a todos que responderam quase em uníssono.

— Letícia? — Pietro me chama. — Sente-se ao seu lado? — convidou. Confesso fiquei surpresa.

Eu não iria sentar ao seu lado porque... Ah, dane-se. Me acomodei ao seu lado. Coloquei um pouco de suco de laranja e cortei um pedaço de bolo de cenoura.

— Quer ir ao cinema comigo? — Pietro perguntou em um tom baixo. — Digo comigo, minha irmã, Ana amiga de minha irmã e Bruno meu amigo. — emendou. Ah, claro.

Pensei um pouco, talvez não fosse tão ruim. E como estou em uma viajem é para me divertir.

— Uhum. — aceitei e sorri.

— Vai ser hoje às 16h. Esteja pronta até lá. — piscou, voltando a comer.

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