Eu vim conversar...

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Eu não estava bem...

Nem um pouco.

E ninguém percebeu, ninguém nem devia sonhar no que acontecia comigo, não que eu quisesse que reparasem, eu só me senti horrível com isso, nem o nerd maldito do Deku parece ter notado. É claro que isso me deixou no limite, xinguei todos, até mesmo o Aizawa-sensei.

É por isso que estou aqui, depois da aula com uma vontade ridícula de chorar

Ridículo

Eu estou querendo chorar, não posso permitir. Se não vou ser igual ao perdedor do Deku, não... na verdade acho que eu seria pior até mesmo que o idiota Kaminari.

Depois de um tempo de mais ou menos uma meia hora , que me pareceram uma eternidade, sai pisando forte da sala até meu dormitório, só queria enfiar a cara na cama e chorar

E assim fiz, cheguei no dormitório, joguei minha mochila longe e me derramei sobre a cama, mais antes da última etapa (que consistia em lágrimas e mais lágrimas)

Ouço alguém na porta.

Xinguei aos gritos mais fui em direção a porta, dando de cara com o ruivo que tinha o típico sorriso pequeno

— Kirishima...? - perguntei tentando falhamente usar meu tom de voz alto

— O-ohayo, Bakugou-kun... - ele levou uma das mãos a nuca e desviando os olhos vermelhos tão brilhantes para o lado.

— O que você quer? - me xinguei mentalmente por estar obvio em minha voz o choro preso na garganta

— Eh... É que.... - Kirishima só podia estar brincando, me incomoda no fim da tarde no pior momento e vai ficar nessa enrolação?

— Se você não falar nada, vai ver só - algumas explosões saíram da minha mão, só que isso não intimidou ele, que apenas riu

— Eu vim conversar - seus braços se cruzaram sob o peito, de repente aquela cena parecia ser tão bonita, o sorriso confiante, o cabelo ruivo bagunçado tudo sobre a luz laranja do sol se pondo. com esses pensamentos sinto meu rosto esquentar

— E-Eu não 'tô com vontade de conversar agora, seu merda - tentei fechar a porta, sendo impedido pelo outro que forçava o braço contra a porta

— Ka-katsuki, por favor

— VAI EMBORA PORRA!! - gritei de volta

— O QUE ACONTECEU? - eu parei ao ouvir isso - Por que você está triste?

Triste

— Você... Percebeu? - senti as lágrimas de momentos antes voltando enquanto sussurrei - MORRA!!!

Atingi uma das paredes com minha explosão e comecei a chorar enquanto sentia meu corpo caindo, quando achei que chegaria ao chão meu corpo foi abraçado

— Calma, tá tudo bem - eu não podia ver mais tenho certeza de que havia um sorriso em seu rosto

Ele me levantou e fui até minha cama, me sentando na beirada e com os cotovelos sobre o joelho escondo o rosto entre minhas mãos, aquilo era vergonhoso mais eu já não me importava

— Quer falar o que tá acontecendo? - ao ouvir sua voz reparei que ele agora estava ao meu lado

— Não... - esfreguei o braço sobre meus olhos secando as lágrimas enquanto soluçava

— Se você dizer o peso vai diminuir - sua mão afagava meu cabelo, era confortante mesmo que, em hipótese alguma confessaria isso

Um silêncio cobriu o quarto

— Eu. - comecei a falar ainda entre lágrimas - Eu briguei com meus pais... Tá eu faço isso sempre, só que dessa vez. Eu fiz minha mãe chorar - a medida que eu falava minha voz falhava

— Deixa eu advinhar, você não sabe como se desculpar?

— É... Merda que merda, QUE MERDA - gritei já parando de chorar

— Calma é só se desculpar e conversar com ela, é difícil no momento mais... - cortei sua fala

— Não é isso, porra, é que, eu falei isso, e foi pra você seu merda - dei um soco em seu braço, ele ria enquanto eu sentia meu rosto esquentar novamente

Só Kirishima conseguia fazer isso, me amolecer, me fazer corar e eventualmente sorrir. Eu odiava como eu baixava minha guarda perto dele, mais as vezes era reconfortante, como agora

— Obrigado - minha linha de pensamento foi cortada pelo agradecimento dele

— Ahn? Por que?

— Por confiar em mim né? - ele se aproximou de meu rosto, próximo demais

— E quem disse que eu confio em você, baka? - desviei o olhar

— Eu Katsuki

— Que? - senti seus lábios tocarem gentilmente os meus, me arrepiei com o contato repentino e logo ele pedia passagem com a língua e involuntariamente eu permiti aproveitando cada segundo do beijo e cada toque dele em meu rosto. Infelizmente não tardou para que nos separacemos

— Não confia em mim, Katsuki? - um sorriso malicioso apareceu em seu rosto

— Vai a merda - roubei mais um beijo dele

Por que está triste?Onde histórias criam vida. Descubra agora