✖️ Capítulo 7 ✖️

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Ficámos em completo silêncio. O que acontecera antes tinha-nos deixado um pouco constrangidos.

Mas tinha sido bom, eu acho. Eu estou a tentar perceber o que sinto por ele. Mas talvez seja apenas amizade. Ninguém se apaixona tão rapidamente.

Deu o toque e então fomos para as aulas.

3 horas depois.

O Conor evitou-me nos intervalos. Talvez se tenha arrependido, pensei eu. Mas ele no fim das aulas veio falar comigo.

Desculpa por aquilo de há bocado. Mas eu achei que te tivesse assustado e decidi não insistir.

Não há problema.

Desculpa. A sério. Então, vemos-nos amanhã?

Claro. Até amanhã.

Até amanhã — ele sorriu e depois foi-se embora.

Chamei um táxi e depois de algum tempo, cheguei a casa. Não vi o Xiumin de primeira mas também não me importei. Fui para o meu quarto. E quem é que estava lá a dormir em cima da minha cama? Ele mesmo.

Suspirei e fui até ele.

Acorda — disse abanando-o.

Uh?

Acorda! Estás na minha cama!

Ah... desculpa. É que não dormi nada bem a noite.

Mas... passou-se alguma coisa?

Foram só pesadelos.

Mas estás bem?

Estou. Não te preocupes.

Eu vou deixar-te dormir aqui. Mas só hoje!

Tudo bem — ele riu-se.

Deixei a mochila em cima da secretária e fui para a cozinha preparar alguma coisa para comer. Não estava com vontade de cozinhar então comi apenas cereais com leite. Vi um pouco de televisão e depois de ter acabado de comer, fui para o jardim da casa. Não tinha lá ido ainda desde o primeiro dia que aqui estamos.

O jardim, comparado com a casa, era bem bonito. Estava bem tratado. Alguém tratava dele mesmo quando não cá vive ninguém. E até desconfiava de quem. Passei por todo o jardim e então, sentei-me encostada na única árvore que lá havia. Respirei fundo e olhei o céu.

Quando era mais pequena fazia isto com o meu pai quando estava de noite. Ele dizia que a minha mãe era uma daquelas estrelas e eu passava as noites deitada naquele jardim a contar tudo o que acontecia na minha vida à minha mãe. E eu acredito que ela até hoje tenha ouvido tudo aquilo que eu disse. Sorri e deixei algumas lágrimas caírem. Eu tinha muitas saudades dela.

Antigamente, a minha inocência de criança ajudava a afastar a tristeza, mas agora tenho a noção de como as coisas realmente são.

Alex?

Abri os olhos e vi que o Xiumin se encontrava sentando ao meu lado.

Sim? — disse limpando as lágrimas.

Está tudo bem? — ele disse aproximando-se mais um pouco.

Está.

Não, não está. Se não, não estarias a chorar. Queres falar?

Não, desculpa... não leves a mal mas nós conhecemos-nos há tão pouco tempo... e são coisas minhas.

Tudo bem. Eu compreendo. Mas podes sempre falar comigo quando te sentires confortável.

Eu sei.

Sorri para ele e fechei os olhos, estava a tentar não voltar a chorar. Então decidi mudar de assunto.

És tu que costumas tratar deste jardim?

Porque é que perguntas isso?

Está tão bem estimado e tratado. E conforme o meu pai me disse, não viviam pessoas aqui há anos.

Sim. Tenho que me entreter com alguma coisa. E ganhei um amor por estas plantas.

Que giro — disse sorrindo.

O teu pai já chegou.

Já? Como é que sabes?

Ouvi. Chegou agora mesmo.

Tu ouves mesmo muito bem. Bem, eu vou ter com ele que já não o vejo há dois dias. Até já.

Até já — ele disse sorrindo.

Entrei em casa e vi o meu pai a comer. Ele viu-me, levantou-se e deu-me um beijo na testa.

Desculpa não ter estado estes dias em casa. Mas os próximos dias também não vão ser diferentes.

Às vezes gostava que tivesses outro emprego.

Às vezes também, por causa de ti. Mas eu tenho que trabalhar para te dar um boa vida.

Eu sei. E eu sei que gostas do que fazes. E isso é o mais importante.

Desculpa deixar-te aqui sozinha.

Mas eu não tenho estado sozinha.

Ai não?

Nada. Esquece. Não é assim tão mau.

Ainda bem que estás a gostar. E como é que têm corrido as aulas? Não tens tido problemas?

Não.

E amigos?

Já arranjei um.

Um?

— Sim. É um rapaz. Mas não faças essa cara. É só um amigo.

Mas eu não disse nada...

Mas eu conheço-te. Sempre foste assim. A tua cara diz tudo.

Ele riu-se para mim e voltou a sentar-se para comer.

Comprei algumas coisas para fazermos o jantar. Ajudas-me?

Claro. Vou para o meu quarto. Até já. Chama-me.

Voltei para o meu quarto e fui para a minha secretária. Acabei por abrir uns cadernos e comecei a rever a matéria que tinha dado hoje. Estava a concentrar-me quando ouço uma voz atrás de mim que me faz dar um pulo de susto.

O teu pai não gosta muito que andes com rapazes não é?

Credo que susto. E porque é que queres saber?

Eu ouvi a conversa.

O meu pai sempre foi muito protetor. Eu sou a menina dos olhos dele, tem medo que um dia eu deixe de ser.

Mas tu já és crescidinha o suficiente.

Mas é uma maneira de me proteger. Ele sente-se culpado por tudo o que aconteceu.

Tudo o que aconteceu? O que é que aconteceu?

Desculpa... mas eu não quero falar sobre isso... são coisas pessoais.

Tudo bem. Eu compreendo. Eu vou te deixar a estudar descansada. Até logo.

Tchau — sorri para ele que sorriu de volta e saiu do meu quarto.

My Sweet Ghost | XiuminOnde histórias criam vida. Descubra agora