-Capítulo único: O amaldiçoado adentra o saloon-

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Cavalgo em Agro até chegar em uma pequena cidade chamada San Angel, uma cidade estranha com grande movimento de indígenas, ladrões, os chamados mocinhos, caçadores de recompensas e por aí vai mas a peculiaridade de San Angel era por ser uma zona pacífica e justa, bom na medida do oeste selavagem já que para pegar o ouro de alguém você deveria fazer um duelo, quer matar alguém? Faça um duelo, quer duelar com alguém? Faça um duelo para chamar essa pessoa para o duelo, mas o que são duelos? A resposta é simples chame outra pessoa para um combate de dez passos de distância e veja quem é o mais rápido no saque o vencedor leva tudo e o perdedor bom... Ganha um lindo terno de madeira com direito a uma mansão com sete palmos a baixo do solo e estadia eterna. Paro Agro na frente de um Saloon a placa tinha alguns buracos de bala e o local onde se amarram os cavalos estava cheio, olhares já se encontram em mim, ouviram o estalar do ouro que eu levo nas bolsas que ficam na égua e o saco que tenho ao lado do meu cinto próximo ao coldre, logo um duelo iria começar. Desço da minha égua e amarro ela no primeiro espaço na barra de ferro e a mesma começa a beber água, entro no local e mais olhares se voltam para mim. As putas soltam cochichos umas para as outras, os mercenários olham devorando minha alma, sorte que não tenho uma, bandidos ouvem o ouro e farejam a distância, os indígenas sabiam muito bem quem eu sou e quem eu era então apenas fazem silêncio menos um deles, ele estava me matando com o olhar, segurando firmemente seu tomahawk, atraí o olhar de todos no recinto. Chego no balcão e peço um Whisky Veneno de Cascavel. O saloon era grande, todas as mesas lotadas, dois andares e uma mesa grande de um barman que tomava conta de tudo sozinho, era um Deus do balcão, tudo perfeitamente posicionado, era um saloon de luxo sem os preços caros.

O barman limpa um copo para shot com um trapo, põe o copo sobre o balcão em seguida olha nos meus olhos, o velho tinha o cabelo escorrido para traz, usava um óculos de armação redonda e uma roupa padrão de barmans, seus olhos eram castanhos claros e passam um ar de experiência no que faz e naquele lugar ele era um Deus que mandava e desmandava.
- Quem é você para pedir esse drink?! Isso é bebida para os valentes e para quem tem culhão. Muitos morrem ao encostarem uma gota na língua e você acha que pode chegar pedido isso do nada.
O barman ri junto a todos ali, com exceção dos indígenas mesmo o que dúvidava acaba não rindo para não levar esporro.

- Eu vou te contar uma história, de um velho fodido chamado Mr. White.
Ao pronunciar o nome o último dos capangas do White se levanta.

- Então foi você o demente que matou ele?! Eu vou te estripar seu miserável.
O capanga que não tinha mais que 1.50 de altura saca um Colt e atira no meio da minha testa quebrando as regras do lugar.

Após o estrondo do tiro um silêncio paira sobre o lugar, logo depois uma risada ecoa.

- Muito bom, faz de novo.
Ele atira até não ter mais munição.

- É ele o demônio! Socorro! Socorro!
Ele pega o crucifixo e faz suas orações, o medo estava em seus olhos, até que mais um disparo se ouve e dessa vez o Sheriff quem atira para o alto.

Limpo minha roupa.
- Que ótimo mais uma com buraco de bala, eu me regenero mas as roupas não, miserável filho da puta... Sem ofensas moças.
Tiro meu chapéu e faço reverência, até que uma senhora com aparência de setenta anos aparece e levanta o vestido, mostrando todas as pelancas onde um dia já foi uma bela perna, os velhos do lugar uivam como coiotes vendo uma presa.
- Caiu na vila, o esqueleto atira!
Dou risada ao falar.

Além do espanto por eu ser um imortal, os olhares se voltam para mim de novo, olhares confusos e espantados, os velhos continuavam soltando cantadas até que um deles pega a senhora pela cintura, claramente o velho estava bêbado.
- Vuocê num quer *soluço* subir? Eu pago
Ele joga a carteira nos peitos caidos dela e começam a se pegar ali mesmo, a chapa do velho cai e é a coisa mais horrível que já vi, o silêncio foi fatal, nem meu senso de humor faria algo com aquilo, parecia um funeral.

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