Saí da arena e só conseguia ver pessoas e mais pessoas em minha frente e um empurra-empurra para sair e lembrei que meu carro estava estacionado dando uma volta na arena, andei um pouco para sair do aglomerado de pessoas e vi um beco mais a leste que estava vazio e isso me economizaria muito tempo. Caramba, becos escuros me assustavam, acho que assustam qualquer um, mas estou com frio e quero chegar em casa logo, pesei as minhas opções, qual a chance de ter alguém querendo me assaltar a essa hora da noite, nesse frio, perto de um estádio lotado? Bem, são pequenas. Então decido que vou me aventurar pelo beco, qualquer barulho estranho é só sair correndo e orando.
Segui naquela direção meio assustada e com frio, agarrei em meu casaco e fui andado atravessei o beco escuro sem problemas, ufa, Leca vai ficar orgulhosa de saber que eu atravessei um beco sem correr, gritar ou morrer esfaqueada. Avistei meu carro um pouco mais acima e caminhei até ele, quando vejo uma luz branca muito forte, sinto um impacto e sou arremessada para longe e logo tudo é um imenso breu silencioso e assustador.
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"Ela está com os sinais vitais bem, só tem um pequeno corte na testa, mas mesmo assim, acho que terá que passar a noite aqui, também precisamos saber se ela é menor de idade para chamarmos algum responsável por ela, caso o contrário, o senhor mesmo pode ficar como responsável"
"Claro, a bolsa dela ficou no meu carro, irei buscar" Caramba, acho que acabei dormindo no sofá e esqueci a Tv ligada, a que se dane, aquele babaca que paga as minhas contas mesmo...
Tentei abrir os olhos, mas estava tudo tão claro que fechei-os novamente.
"Ela se mexeu doutor" Disse uma voz feminina desta vez.
Acho que ta passando Grey's Anatomy. Bom, como amo essa série e melhor acordar para assistir não é mesmo?
Abri os olhos definitivamente e me assustei, como assim eu estava mesmo em um quarto de hospital com médicos e enfermeiros de verdade? Isso é loucura, o que realmente aconteceu ontem?
"Senhorita?" O possível médico me indagou.
"Colucci" Eu disse um pouco atordoada. "Onde eu estou?"
"Está no hospital St. Mary's senhorita, eu sou o Dr. Ashala, a senhorita lembra como veio parar aqui?" Ele perguntou.
Fiz uma careta pensativa e a aumentei pela pulsada em minha cabeça. Droga.
De repente, a imagem do beco passou pela minha cabeça como um flash, caramba, eu fui assaltada? Não espera, lembrei-me da luz do farol do carro, claro, a sortuda aqui não morre esfaqueada no beco mas é atropelada por um carro logo em seguida, será que faltei às aulas de olhar para os dois lados antes de atravessar? Em minha defesa, estava muito frio e escuro. Por estar escuro como você não viu a luz do carro anta? Boa pergunta, vamos continuar sem saber a resposta.
"Eu fui atropelada, acho"
"Oh sim, memória okay" Disse escrevendo em uma prancheta que estava em sua mão "A senhorita entrou aqui faz duas horas, estava inconsciente pois após ser atropelada obviamente caiu e ao cair levou uma pancada na cabeça"
"Sabem quem me atropelou?" Perguntei, vai que o idiota tenha fugido..
"Oh sim, o rapaz te trouxe aqui, pelo visto não de todo irresponsável" Disse a enfermeira.
"Ele estava aqui até agora, foi buscar os documentos da senhorita em sua bolsa, precisamos saber se é menor de idade para, se for o caso, contatarmos seus responsáveis" Ah não, droga, eu não o quero aqui.
"Não é necessário, sou menor, mas sou alforriada neste país"
Ele me olhou sem entender muito bem.
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Pieces of Destiny
Teen Fiction"O destino as vezes pode ser bem cruel, ele cria um quebra-cabeças em milhões de peças e diz que devemos montá-lo para construir nossa vida, o problema é quando essas peças não formam a imagem que queríamos"