Mãe e Filha os agardavam na sala de estar. Ambas estavam envolvidas em uma calorosa discussão que cessou assim que os homens cruzaram o limiar da porta. Fernando escoltou até a sala de jantar, deixando para Poncho a tarefa de fazer as honras à sua filha.
Pousando os dedos no braço sólido de músculoso, Dulce esquadrinhou ansiosa, a face do rapaz.
-- E então? - ela perguntou.
-- Seu Paí me ofereceu um trabalho é tudo.
-- Nada mais? - isistiu.
-- Nada tão tentador quanto a oferta dele, posso lhe assegurar. Trinta e seis dólares por semana. Eu aceitei.
-- tolo!
-- Gosto de comer bem, minha querida. Sussurou-lhe ao ouvido dela.
E não demorou muito tempo para provar aquela afirmativa.
-- Delicioso! É a melhor refeição que já comi nos últimos tempos e receio que tenha me excedido. Acredito que uma caminhada após a ceia me faria bem.
-- Ótima ideia! - disse Fernando que enseguida, virou-se para a Filha: -O que acha Filha? Talvez possa mostrar ao Sr. Herrera algumas paisagens locais.
Dulce torceu os lábios.
-- Cheguei de Chicago hoje. O que poderia mostrar ao Sr. Herrera que ele já não tenha visto? A menos que haja outra taverna ou sarjeta que queira conhecer.
Alfonso endireçou-lhe um sorriso amável.
-- Talvez sua filha aprecie saber que há mais diversões culturais em Virginia City do que nossos olhos são capazes de enxergar. Talvez a Srta. Espinosa gostasse de visitar o Maguire's Opera House.
-- Ópera?! -exclamou Ela surpresa.
-- Ficaria feliz em levá-la aos bastidores, se quiser me acompanhar. - Poncho ofereceu-lhe o braço.
Dulce María olhou para o paí, tentando compreender o que estava por trás de sua expressão insípida.
-- Leve um casaco filha. - sugeriu o paí. - Faz frio depois que o sol se põe.
-- Creio que não demoraremos mais que meia hora senhor. - Informou Poncho.
Os olhos Cor de Ambar de Fernando encontraram os de Alfonso num comunicado silencioso.
-- Demore o tempo que for necessario filho.
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-- Onde disse... Que essa casa de Ópera... Fica? - arquejou Dulce, apressando-se para acompanhar-lhe as passadas. não pode reduzir a velocidade? Pensei que isso fosse uma caminhada.
Alfonso parou na esquina e a fitou.
-- Viu-me fazer outra coisa a não ser caminhar?
--Maldição! Vc não tem modos? - disse ela.
-- Tantos quanto a senhorita. - ele adiminuiu o passo. - E como vai ficar o plano de fugir de seu paí? Já pensou em outro cúmplice? -perguntou num tom casual.
-- Não, Eu... Vc me rejeitou. - reclamou.
-- Repensando sua estratégia?
-- Preciso. - admitiu ela. - Uma coisa é certa: Vou sair dessa cidade com ou sem sua ajuda.
Alfonso perscrutou o interior da marcenaria em que havia algumas mesas e um balcão onde serviam refrescos.
-- Vamos tomar um refresco?
Ela assentiu com a cabeça, contente por ter uma chance de descansar.
-- Eu pagarei. - disse ela.
Oh vc pagará, querida, Alfonso riu em silêncio. Não perde por esperar.
-- Venha mocinha. Duas Sarsaparillas, por favor. - ele pediu.
-- Eu não bebo. - informou Ela e ele sorriu.
-- Uma abstêmia, meu Deus! - Quando os copos foram servidos ele gesticulou para o dela. - Vamos prove. Não estou tentando embebedá-la.
-- Eu não disse que estava. - Ela retrucou num tom atravessado e para provar que era capaz, tomou um gole da bebida. Era deliciosa e não continha alcool. Ela o fitou como se Alfonso a tivesse enganado intencionalmente.
Ela arqueou as sobrancelhas.
-- Confie em mim Dulce María, eu não a enganaria.
--Uma Sarsaparilla não é suficiente para construir uma base de confiança.
-- É verdade, mas é um começo. - Alfonso apoiou os cotovelos na mesa. - Vou lhe contar uma coisa: tenho um fraco por donzelas angustiadas e decidi ser o seu salvador.
-- Verdade? - ela esvaziou um copo e pediu outro.
-- Estou preparado para fazer o supremo sacrificio de me casar com vc. - Ele riu e o sorriso acentuou-lhe. Era uma de suas marca registrada seu lindo sorriso de menino maroto e Poncho sabia tirar proveito disso.
-- Voltou atrás. Ou paí da noiva lhe ofereceu a mão da filha. - sussurrou ela.
-- Vamos deixar papai fora disso. Vc fez a próposta e eu estou aceitando.
-- Será estritamente uma formalidade. Concorda?
-- Eu não teria outra escolha. Então, quando receberei meus mil dólares?
-- Depois do casamento, quando me levar pra San Francisco. -Os olhos mel dela sintilaram travessos.
Alfonso terminou a bebida e se ergueu.
-- Pague ao Homem Dulce María Espinosa Saviñon, e vamos nos pôr a caminho.
Dulce pegou algumas moedas na bolsinha e as colocou sobre a mesa. Assutada ao perceber que ele havia passado um braço ao redor de seu ombro, ergueu a cabeça e o encarou. Para Alfonso, pareceu-lhe a coisa mais natural do mundo a fazer, então a beijou ali mesmo, na frente do proprietario e dos quatro funcionarios. Beijou-a nos lábios.
-- Herrera! - protestou ela afastando-se.
-- Sua reputação acaba de ficar irrediavelmente comprometida. Agora seu pai será forçado a nos deixar casar.
-- Sim. - ela deu um suspiro dramático. - Acho que vc está certo.
-- Comforme-se com seu destino Dulce. - disse Alfonso com sua melhor voz de vilão. - Conduzindo-a para a calçada, olhou a rua de cima a baixo. A luz dourada do sol de fim de tarde tingia o céu com tons de rosa e púrpura. Alfonso respirou fundo e deixou o ar sair lentamente. Aquela parte havia sido fácil. O pior ainda estava por vir.
-- O que faremos agora? - ela deslisou a mão sobre o braço dele. Parecia aliviada. Depois que Alfonso concordará em ajudá-la a fugir do pai e daquela cidade.
-- Vamos ao Maguire's Opera House! Se voltarmos muito cedo e contarmos aos seus pais nossos planos de casamento, eles poderão achar suspeito.
Dulce fitou o cúmplice com os olhos brilhando. Era como conduzir um cordeiro à matança, pensou Alfonso, sentimdo-se o Lobo.
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Será que ela merece oque estão fazendo com ela? 🤔
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Casamento Por Acaso
RomanceNevada, 1864. Um Casamento de Mentira... Uma Paixão de Verdade... -- Mimada, linda e esperta, Dulce María Espinosa Saviñon concorda em se casar com alguém que se encaxe nos padrões exigidos por seu Paí: "Um Homem de Verdade", Que ñ tem medo...