Prólogo

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Finalmente, as férias acabaram! Eu, diferente de todos não gosto de ficar em casa sem fazer nada. Acho que não consigo viver sem fazer nada principalmente sem as minhas amigas. Desde o ano retrasado, Charlotte e Daphne são minhas melhores amigas. A história de como as conheci é realmente engraçada.

No primeiro dia de aula, o pai de Daphne, perguntou a mim se eu podia apresentar a escola a ela, já que na época Daphne era novata. O que ele não sabia era que eu também era novata! Respondi vergonhosamente que não e disse que era porque eu também era novata na escola. Logo, ele disse que, desta maneira, conheceríamos a escola juntas e foi isso que realmente aconteceu e nos tornamos melhores amigas até hoje.

A história de como conheci Charlotte foi, como eu diria, uma situação constrangedora. Quando a vi pela primeira vez, avistei seu cabelo loiro esvoaçante ao vento, que chama bastante atenção e então por isso lembrei-me da atriz e modelo famosa, Marilyn Monroe. Ao fazer essa ligação, contei a ela e como esperado, ela me estranhou, mas com o tempo nós começamos a nos aproximar e hoje ela nem vive sem mim.

Voltando para a vida real, o fato é que estou muito animada para o meu primeiro dia de aula no 1º ano do ensino médio. Tanto pelo novo ano, quanto pelas novas amizades e amores que espero ter, mas sem me esquecer de que estou, em relação aos estudos, em uma fase crítica da minha vida, o pavoroso ensino médio.

Meu pai e minha mãe fizeram questão de me colocar na escola, mais cara de Montreal, o que para mim, não faz questão. Vou confessar que, às vezes, estudar na escola mais cara não é tão bom assim, porque os filhos chegam a ser muito mimados pelos pais, o que acaba os tornando adolescentes energúmenos e que só pensam nas tendências da moda e da tecnologia. Não que estar na moda e ter um celular de qualidade seja ruim, mas na maioria das vezes isso os torna adultos consumistas.

Aqui estou parada em frente ao portão da escola, não vendo a hora de ver o que me espera atrás dele, sem perceber que tinha um monte de gente querendo passar, então por isso, parei de fazer ceninha e entrei.

Ao passar pelo portão, avistei um mural rodeado por muitas pessoas. Ao chegar mais perto, vi muitas listas e em uma delas estava escrito o meu nome, Ágatha Ruiz De La Prada. Percebi que era do 1º ano C e que na minha sala estavam Daphne e Charlotte. Vi também, que na minha sala estavam Louise e Lorena.

Louise já conhecia de cumprimentar dos anos passados. Ela é alta, magra e bonita. Tem olhos e cabelos castanhos assim como Lorena. Já havia ouvido falar nela, pois a mãe dela trabalha na mesma faculdade que o meu pai. Aliás, tinha ouvido falar muito bem dela. Tinha ouvido falar que ela é muito inteligente e que já ganhou muitas medalhas em olimpíadas. Lorena tinha chegado esse ano para a manhã.

De repente, mãos vieram aos meus olhos,tampando a minha visão. Ao tocá-las vi que estavam frias e que eram mãos de um garoto. Ao tirá-las do meu rosto, virei para trás e tive uma surpresa. Era Benjamim. Tinha conhecido ele no 5º ano do ensino fundamental. Ele é um bom amigo e também é inteligente. Observei que ele não estava na minha sala e eu realmente fiquei triste por isso.

Depois dele, Daphne chegou. Benjamim vinha gostando de Daphne desde o ensino fundamental, mas ela não "passava a bola adiante", mesmo assim eu entendo. Ela estava afim de outro garoto e eu não podia mudar isso. Benjamim cumprimentou Daphne, que parecia estar muito ansiosa para ver quem tinha ficado em sua sala. Ao ver que ele não tinha ficado na nossa sala, ela não deu muita importância. Não que ela não gostasse dele, mas ela só queria amizade, e estando em salas diferentes a aproximação diminuiria e ela estaria melhor.

O pátio estava lotado. Muitos pais tinham ido à escola deixar seus filhos para o primeiro dia de aula, mas os meus não. Tinham me deixado no portão da escola. Não que eles não fossem presentes em minha vida, mas eu já era veterana na escola faz tempo.

Eu realmente estava muito feliz por estar entrando no ensino médio. Claro que eu teria que estudar muito, mas é a minha adolescência e eu tinha que aproveitá-la.

Com o tempo, as pessoas foram chegando. Charllote chegou logo após Daphne. Eu a cumprimentei e disse que tinha sentido muito a sua falta nas férias e ela disse que também. Disse, além disso, que estava doida pra saber se teria algum gatinho na nossa sala e eu, é claro, ri.

Depois disso, foram chegando alguns conhecidos. Foram beijos e abraços até uma música começar a tocar. Sim, na minha escola tocava uma música antes do sinal "oficial". 

Fui para a minha sala de aula que era do outro lado da escola. Nos anos anteriores, eu ficava observando o espaço reservado ao ensino médio e ele era, realmente, maravilhoso. Estava mais que pronta para fazer de lá um lugar que seria especial pra mim ao longo dos anos.

Um corredor de parreiras dividia a parte do ensino médio do resto da escola. Eu amava aquele corredor desde sempre. Entrei juntamente com Daphne e Charlotte, que também estavam muito animadas.

Logo depois do corredor, nós demos de cara com espaço aberto, cheio de estudantes. No centro havia um teatro circular abaixo do chão. Parecia tudo perfeito.

Na porta de cada sala de aula, que eram no piso superior, havia uma lista com o nome de todos os alunos. Entramos e, como sempre, no início do ano podemos escolher nossas carteiras e nós escolhemos algumas no meio da fileira mais perto do canto da sala, na janela.

Quando fui colocar meu livro encima da mesa para já me acomodar, percebi que uma pessoa também fez isso. Não acredito que aquele ano letivo já estava começando mal. Francamente. 

O universo conspira ao nosso favorWhere stories live. Discover now