Capítulo Único

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- Entregue essa carta apenas para Dumbledore em pessoa. – Newt disse suavemente à coruja enquanto atava o longo pergaminho em sua perna. – Fuja o mais rápido possível se outra pessoa tentar roubá-la de você.

A coruja deu um pio baixo e voou ao longe assim que permitido. Newt ficou olhando o céu escuro durante um tempo, admirando a beleza da paisagem da Índia. Ele e Tina haviam acabado de se casar e, como ele tinha uma turnê de autógrafos da terceira edição de seu livro marcada naquele país, o mais novo casal uniu o útil ao agradável e estavam também em lua de mel em solo oriental. Tina agora o acompanhava em todas as viagens não só como auror mas também como sua esposa.

Dados os perigos da guerra no mundo bruxo alastrada por Grindelwald e a confirmação de que o temido bruxo ainda procurava pelo magizoologista em busca de vingança, Newt tentou se afastar de Tina, achando que iria protegê-la do perigo, mas ela logo deixou claro que jamais iria deixá-lo  sozinho. Então, depois de muita relutância, Newt concordou com a escolta auror durante suas viagens, e foi durante tais momentos juntos que os dois reafirmaram o amor que já existia. O casamento foi apenas uma feliz consequência.

Newt foi despertado de seus devaneios por guinchos agudos. Ao olhar para a mesa diante da janela que ele olhava, Pickett estava em pé, na costumeira posição repreensiva: braços na cintura e a língua à mostra, deixando claro o imenso descontentamento com seu dono. Newt riu.

- Você não aprende mesmo, não é? – e estendeu a mão, permitindo que o tronquilho enraivecido subisse nela. – Mas temo que agora você terá que se acostumar com a nova rotina. Eu sou um homem casado e seria no mínimo estranho se eu levasse você para dormir na cama comigo e com minha mulher.

Pickett deu mais alguns guinchos baixos e olhou para a cama, onde Tina dormia serenamente. Naquele dia eles aproveitaram a folga da turnê para conhecer um pouco o local, e dado o calor constante, Tina ficara desgastada e se atirou na cama assim que chegaram a seus aposentos, o sono a reivindicando quase instantaneamente. Pickett a observou enquanto uma expressão resignada tomava conta do pequeno rostinho.

- Eu também jamais imaginaria que um dia estaria aqui, autor renomado e com uma esposa tão linda. – Newt olhou para a cama também, o sorriso se ampliando. – Nem se eu fosse o homem mais louco do universo... jamais diria não a ela.

Enquanto Pickett descia da mão de Newt e procurava acesso à maleta que descansava aos pés da cama, Newt ainda admirou a figura que ressonava por alguns minutos, até que ela inspirou profundamente e piscou os olhos, notando que era observada pelo marido. Ela sorriu e se estendeu languidamente entre os lençóis.

- Vai ficar só olhando ou vai vir pra cama? – ela provocou, estendendo os lençóis em claro convite.

Newt sorria como um louco e se encaminhou para a cama, não perdendo tempo em colar o corpo masculino ao dela, que se despertou e foi de bom grado, estendendo os braços ao redor do pescoço dele.

- Não queria te acordar, amor... Você dormia tão pacificamente, uma bela visão para se desfrutar.

- Eu só consegui dormir porque estava cansada demais. – ela respondeu, entrelaçando as pernas com as dele. – Mas a verdade é que você já me deixou mal acostumada, Newt Scamander. Eu só consigo dormir direito quando tenho meu marido a meu lado.

Homem de poucas palavras que era, Newt apenas deixou as ações responderem à provocação dela. Ele deixou a mão correr sobre seu corpo, que tão recentemente ele descobrira ser o mais lindo que ele já havia visto em muito tempo e sentia ela também se despertar sob o toque dele, lânguida e receptiva; e não apenas a beleza dela, mas Tina possuía a incrível capacidade de despertar seu desejo quase que de imediato, e foi o que aconteceu naquele momento quando ele correu a mão sobre a coxa dela, subindo até pousar na pele macia do quadril e constatar, com um estremecimento, que ela não usava nada debaixo da fina camisola. Ela sorriu, brevemente, quando a mão dele parou de súbito, e não perdeu tempo em beijá-lo com ardor.

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