— AI! VOCÊ ESTÁ bem mais pesada — ela ouviu alguém dizer. Ainda em estado de choque, sentiu as pernas tremerem. Christine tinha total certeza de que não era culpa do frio ou da chuva. — O que você está fazendo aí embaixo? — perguntou a voz escondida nas sombras. Havia alguém agachado em cima de uma caçamba de lixo. — Não temos tempo pra isso — acrescentou, impaciente.
O dono da voz deu um salto e começou a se aproximar de Christine. Passo atrás de passo, sua silhueta tomava forma. E o rosto do estranho garoto de cabelo azul apareceu sob o capuz preto, era ele na loja de conveniência, era ele na cafeteria, era ele em todos os lugares.
O rapaz esticou a mão esquerda para que ela e disse:
— Venha, eu te ajudo. — Mas Cristine não era tão boba assim e recolheu-se ainda mais quando ele se aproximou. Sentindo o pânico infiltrar seu corpo à medida que os pensamentos ansiosos varriam sua mente, viu-se encurralada.
Era a presa perfeita: sozinha e desprotegida em um beco escuro.
Sem conseguir mexer um centímetro para frente ou para trás, um sentimento de exaustão tomou conta de seu corpo. Aquilo era um sonho. Claro, nada daquilo podia ser real. Convicta, Cristine abriu e fechou os olhos diversas vezes, tentando acordar.
— O que está fazendo? — ela o ouviu perguntar em um tom risonho. Ótimo, ele estava achando graça. Ela poderia usar aquele momento de distração para fugir já que não sabia como enfrentar um fantasma sequestrador, só conseguia pensar em gritar e sair dali o mais rápido possível. E o que faria após gritar e fugir? Ele poderia simplesmente aparecer outra vez e desaparecer como mágica.
Ela, então, engoliu o medo e levantou a cabeça, encarando um possível sequestrador fantasmagórico nos olhos. E congelou.
Era tão familiar e real que a assustava.
— Você não sabe falar? — ele perguntou, forçando um sotaque estrangeiro desconhecido — Vamos, não ficará aí a noite toda, não é? Levante!
— Você parece... — ela travou, e ele arqueou as sobrancelhas, esperando que continuasse — real.
— Vou considerar isso como um elogio — ele sorriu —, é claro que sou real — ele indicou o braço esticado para que ela segurasse e, ainda hesitante, Cristine segurou sua mão e impulsionou o corpo para cima, surpreendendo-se ao encontrar o toque firme e quente. Pele, ossos, sangue correndo nas veias, ele era mesmo real. — Acho que puxar você esgotou toda a minha energia... e a sua também. Precisarei de ajuda.
Ele afundou a mão no bolso de sua calça preta e retirou um celular cor-de-rosa do bolso; a penumbra não ajudava em nada, mas ela reconheceria o celular de Sarah em qualquer lugar. A pouca luz do visor iluminava parcialmente o rosto do garoto; seus dedos ágeis correram pelo teclado virtual, digitando algo que Cristine não conseguia ver. Com quem ele falava? E por que estava com o celular de sua melhor amiga?
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A ÚLTIMA GUARDIÃ | AS SAFIRAS LUNARES
Fantasy#Fantasia #Romance #Aventura. . 2° em magica . 10/05/2018 4° em magica. 09/10/2018 Ficção Adolescente/ Infanto-juvenil SINOPSE DENTRO DO LIVRO ------------------------------------------------------ Esta é uma degustação, você poderá encontrar...