1. Deixando pessoas para trás

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"Na estrada sem sono eu vou, os anjos irão te guiar." Jimmy eat World

- Ei cara, onde você tá? - Um homem confuso falava em seu celular em uma grande avenida movimentada com seu velho amigo. Eles iriam se encontrar em um bar ali perto.

- Ah, eu sabia que você viria! Entre, vamos! - Uma mulher dentro de um casa qualquer falava entusiasmada com seu parente que não via há anos.

- Como assim ela ainda não chegou? - Um pai preocupado perguntava para uma amiga de sua filha. Ela ainda não havia chegado no local que dissera e isso estava o apavorando.

Se eu pudesse, poderia ouvir todas as vozes em todos os lugares que eu quisesse.

 As vezes se não me concentrar, chegam de um vez e sem controle, e isso me deixa sempre perturbada.

Saber das vidas de todos os seres habitados neste planeta não era um dever meu.

Meus olhos estavam apenas em uma pessoa e ela estava bem longe daqui.

O vento batia em minha pele e me fazia lembrar que era apenas isso que eu conseguiria sentir deste plano.

Apenas essa sensibilidade ao vento nos fora dada para nos lembrar que mesmo que nós não possamos vê-lo, assim como nossos escolhidos nunca nos veriam, eles poderiam nos sentir de alguma forma.

Um dia cheguei a imaginar em como seria o calor do Sol, a refrescância da chuva, ou até mesmo podre tocar em algum ser humano.

Tocar em minha escolhida.

Isso seria uma boa experiência que eu levaria por toda a minha eternidade.

As vezes e indagava se todos os anjos tinham esses meus pensamentos. Se eles algum dia queria de alguma forma tocar ou se materializar para um dos seus. Aquele ser que você nasceu para ele. Para o humano que você protegeria até que ele morresse.

E se Roseanne fosse embora este plano, eu também iria. Se minha escolhida morresse, minha missão aqui estaria acabada. Ela nunca saberia que um dia eu existi. Eu apena iria embora e renasceria para um outro escolhido.

E eu não queria isso.

Porém, todos esses pensamentos estranhos e inéditos nunca me impediram de estar aqui e cumprindo a tarefa que me fora dada.

estar no alto de um prédio em um horário considerado tranquilo para mim e ao mesmo tempo perigoso para os humanos, era até reconfortante.

Ver tudo o que acontece em um dos arranha-céus mais altos da cidade de Nova York,, era uma boa vista para os meus olhos atentos.

Eles conseguiam ver onde Roseanne estava. Eu conseguia ver e saber o que ela pensava.

Fiquei sentada na ponta do prédio enquanto que minhas pernas balançavam livremente e eu tentava aparentar despreocupação.

Nada poderia acontecer com ela ali. Roseanne foi para um lugar ver uma de suas bandas preferidas e estava se sentido bem, enquanto que se aglomerava a beira do palco para ficar mais perto do grupo que tocava um barulho estridente.

Dei um meio sorriso. Pelos menos ali a sua mente esquecia por algumas horas o seu cotidiano difícil. Por alguns momentos ela estava bem.

- Não está sendo fácil esses últimos dias para ela, não é? - Jisoo apareceu, planando no parapeito do alto prédio, olhando para o lugar onde Roseanne e sua escolhida estavam.

- Não, não está - franzi o cenho em preocupação -  eu não consigo mais alcançá-la.

A pequena então me olhou, dando um sorriso complacente.

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