Capítulo 4

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Já havia passado uma semana dentro desse maldito hospital e o meu médico não havia me liberado, depois de vários exames descobriram o que tinha acontecido, e eu estava tomando medicamentos para o hematoma que havia na minha cabeça. O que Eu chamava de hematoma, Dylan chamava de contusão leve na cabeça e que eu tinha que continuar em observação tomando medicação, era por causa disso que eu desmaiava e ficava confusa constantemente, por mais que eu ache que é somente a minha TPM.

O único lado bom durante a semana trancada feito uma prisioneira no hospital era que eu havia feito amizades com as enfermeiras,  um ódio eterno pelo meu médico Babaca… tá legal eu até gosto dele, ele foi uma boa companhia durante esse tempo, tirando os momentos em que eu pulava em cima dele tentando bater nele, mas até isso acabou sendo legal. Bridgit, parecia o mestre dos magos, em um momento desaparecia e do nada brotava ao meu lado, eu sei que ela estava ocupada com o trabalho e o seu novo paquete, mas não precisava desaparecer cada vez em que Dylan colocava os pés no meu quarto, além disso Bridgit estava investigando o meu atropelamento, ela imaginava que havia sido de propósito, enquanto eu continuo achando que era somente algum cara bêbado.

- Sophia - Dylan entra no meu quarto sem bater e se senta na minha cama sem o meu consentimento me fazendo revirar os olhos - acho que até amanhã você pode ir para casa.

- Aleluia, finalmente Deus atendeu as minhas preces - ergo os braços para cima tentando fazer um pouco mais de drama, mas o que eu recebo e uma gargalhada do meu médico idiota

- Tenho certeza que irá sentir a minha falta senhorita López, eu também irei sentir a sua - Dylan me puxou para um abraço e eu me contorcia pedindo para que ele parasse, por mais que eu não odeie admitir, ele é bem forte… claro não tanto quanto a mim, sim eu posso me gabar um pouco.

- Você pode sonhar que eu irei sentir a sua falta - vou sim, mas não vou admitir, pelo menos não na frente dele - estou até a fim de voltar para a Alemanha para ficar longe de você - abro um sorriso convencido e ele ergue uma sobrancelha sorrindo - pare de me olhar assim, você sabe que é verdade

- Talvez… mas estou falando sério senhorita López, irei sentir falta da sua boca inteligente durante o meu dia de trabalho, você faz o meu dia um pouco mais… interessante - ele me lança um sorriso sincero e pela primeira vez também lhe dou um sorriso sincero pela suas palavras - por mais que você me cause algumas vezes raiva, eu gosto de você Sophia López

- Eu sei, eu sou inesquecível

- Pode ter certeza que você é - sorrio com o seu comentário e sem eu perceber estou corada pela sua resposta, Dylan segurava a minha mão firmemente, como se não quisesse larga-la me fazendo sentir correntes elétricas na minha mão, ele me encarava de um jeito que me deixava tímida e indefesa, eu nunca havia me sentido assim e eu fazia questão de nunca ter algo do tipo, mas talvez seja tarde de mais… ou talvez não.

Durante toda a minha vida, eu sonhei e nunca quis ter um relacionamento de conto de fadas, por que isso não existe, não existem fadas madrinhas, não existe magia, não existem príncipes encantados, mas eu acredito no amor, eu acreditava no amor por causa dos meus pais, a minha vida inteira cresci vendo os dois se amando e sendo felizes, tendo a vida em que sempre sonharam em ter, e eu me sentia feliz em saber que eu fazia parte desse sonho, que eu realmente nasci de um amor incondicional, por mais que eu não acreditasse que eu fosse encontrar o homem perfeito.

Eu não me interessava em relacionamentos, a minha vida toda os únicos relacionamentos que eu tive era de uma noite, na qual nos dois iriam ou para a casa dele ou para um motel e fazíamos sexo, nunca na minha casa, Bridgit sempre que disse que isso mais parecia rotina de um homem solteiro é bilionário, mas eu não me importava, eu estava mais foda-se, essa era a minha vida e eu não mudaria para agradar ninguém e Bridgit me entendia.

- Chamando Dr. Campbell na emergência - Uma mulher chamava pelo microfone Dylan, e então nós dois acordamos do nosso transe, Dylan e eu estávamos próximos de mais, e não havíamos percebido, eu havia me perdido nos seus lindos olhos castanhos e parecia que ele também havia se perdido nos meus.

- Eu preciso ir - Dylan se levanta da cama em um pula, ainda mais constrangido do que eu com a cena que acabamos de fazer. Ele não conseguia me olhar nos olhos, por que? Ele pegou um cartão de sua carteira e jogou na minha bolsa, veio até mim e beijou a minha testa, me permitindo sentir os seus macios lábios - eu volto antes de terminar o meu turno

- Ok - sem mais nada a dizer e constrangida o suficiente para dizer algo, só observo Dylan sair do meu quarto correndo para atender o próximo paciente, me deixando mais uma vez nessa semana sobre pensamentos sozinha no quarto de hospital.

Depois que ele saiu, decidi tomar um banho, me levantei lentamente da cama de hospital e peguei um pijama no armário, quando entrei no chuveiro deixei todas as minhas preocupações e indecisões irem junto com a água para o ralo, me sentindo mais limpa, saio do box e me visto, me sentindo renovada pego a minha escova de cabelo e penteio o que chamo de cabelo pós furação. Decido mexer um pouco no meu notebook que Bridgit tinha trazido para mim, pensando em investigar um pouco sobre o atropelamento, quem teria feito isso? Pego o notebook da minha bolsa e meu olhos tocam em um pedaço de papel que Dylan havia colocado na minha bolsa.

“Sei que sentirá minha falta, aqui está o meu número caso precise de mim.
-  Dylan”

Filho da mãe atirado, somente ele sonha que eu irei ligar para ele, se eu ligar pode me internar, porque estarei bem doente, acho que já posso até ligar para alguns internatos para ter certeza que se isso acontecer terá um quarto disponível para mim, com preferência com alguns medicamentos para me tratar. Reviro os meus olhos e coloco o papelzinho de volta para dentro da minha bolsa, pego o meu notebook e subo na cama, nem dá tempo de liga-lo e Bridgit entra desesperada dentro do quarto.

- Preciso falar com você - Bridgit está ofegante, como se tivesse corrido uma maratona e suava nervosa, antes de fechar a porta ela olhou para os dois lados e então a fechou.

- O que está acontecendo? - preocupada peço para ela sente na cama para se acalmar, ela estava nervosa como se ela tivesse passado por uma situação de vida ou morte

- Eu estava certeza… eu sabia que aquele acidente não tinha acontecido por acaso Sophia - ainda ofegante ela andava de um lado para o outro pelo quarto e de vez em quando parava e olhava pela janela nervosa como se tivesse visto um fantasma.

- Como assim não foi por acaso? Bridgit o que você descobriu?

- Sophia, no dia seguinte do seu acidente, fui ao café em frente ao local do atropelamento, e consegui fazer com que o dono deixasse eu ver as câmeras de segurança. O carro que te atropelou foi um Audi preto, mas de início a única coisa que consegui foi a placa do carro, então entrei em contato com um amigo que trabalha na polícia e passei para ele a placa do carro… - Ela respira fundo e então volta a falar - aquela placa era falsa Sophia, ele disse que nunca tinha visto uma placa tão bem feita como aquela, mas ela é falsa.

- Vocês descobriram algo mais? Para mim parece um beco sem saída, mas você deveria ter visto aquele vídeo de novo, pode haver algo na qual você não tinha visto - Bridgit se sentou de frente para mim e suspirou

- É foi isso que eu fiz, passei uma noite inteira, vendo e revendo aquele vídeo e consegui pegar o rosto do indivíduo, peguei a fotografia e mandei de novo para Daniel identificar quem era o indivíduo, mas o resultado pegou nós dois de surpresa, o cara que te atropelou e um dos capangas do chefe da máfia mexicana Sophia, Daniel me falou que só reconheceu ele por que a polícia do Canadá e do Estados Unidos inteiro estão investigando esse cara, por causa de tráfico de drogas, tráfico de mulheres e crianças e assassinatos.

- Mas o que esse cara tem a ver comigo? - a confusão começou a inundar a minha cabeça, eu nunca tinha trabalhado com nada que tinha haver com a Mafia e agora eles estavam atrás de mim.

- Eu não sei, mas precisamos descobrir, é rápido

Meu Querido BabacaOnde histórias criam vida. Descubra agora