Les Trois Visages de L'amour

Um único disparo

POV - Narrador

Os barulhos dos disparos das armas preenchia aquele ambiente. O cheiro de sangue e pólvora se misturavam e se fundiam nas narinas de todos os presentes... Eles não esperavam encontrá-los ali, pelo menos não todos.

— Siobhan, ela está ferida! — o voz grave de Valentin carregava um tom de desespero, definitivamente ele não esperava por aquilo. Por mais que a mulher de cabelos avermelhados e espingarda na mão o escutasse, ela não o respondeu — SIOBHAN! — exaltou sua voz esperando por uma resposta.

— Leve-a daqui! — S se abaixou por um instante para olhar para Vassiliev — Pegue-a e vá para o nosso esconderijo, eu encontro vocês depois.

— Siobhan, eu não posso. Você... — ela o interrompeu.

— Eu vou ficar bem, até parece que não me conhece — os dois riram se lembrando de muitos momentos que passaram juntos — Vá! Vocês não terão muito tempo... Cuide delas, Valentin! — de início o homem não entendeu sua última fala, mas ao olhar no fundo dos olhos verdes ele soube que provavelmente aquele seria um adeus.

— Não morra, Siobhan Sadler! — Ele depositou um beijo rápido nos lábios da mulher a frente e após acomodar a mulher ferida em seu colo, saiu.

Agora era uma batalha de uma mulher só e Siobhan sabia da probabilidade de não vence-la, mas não desistiria, não enquanto sua família estivesse em perigo. A mulher saiu de trás do carro completamente destruído que a escondia e caminhou em direção a seus oponentes. Pelo caminho passou por dois corpos masculinos exatamente iguais.

Ela ouvia ruídos, ouvia vozes sussurrando e agradecia mentalmente por seus calçados não faremos barulho contra o asfalto, facilitando assim sua aproximação.

Um barulho a fez parar de súbito e se esconder atrás de uma enorme caçamba de lixo. De onde estava, Siobhan pode ver o homem alto e esguio se levantar e encarar o chão. Havia alguém ali, implorando por um tiro de misericórdia, mas o mesmo não foi disparado. Ferdinand simplesmente sorriu, virou as costas e foi embora, deixando para trás quem quer que fosse aquela pessoa.

Aos poucos e com extremo cuidado, Siobhan se aproximou do local que Chevalier havia deixado a pouco. O que seus olhos viram não a assustou, mas lembrar da ação desprezível que aquele homem acabava de realizar, embrulhou seu estômago.

— Por favor! — em meio a tosses e sangue, a mulher suplicou — Siobhan... E-eu... P-por f-favor... — a tarefa de proferir qualquer palavra que fosse estava se tornando cada vez mais difícil, o tiro em seu peito dificultava sua respiração, fazendo-a engasgar no próprio sangue — V-você,  p-por f-favor... — um único disparo, um caminho sem volta... O silêncio.

Antes

— Rachel, isso é loucura! — a voz de Beatrice reverbera pela enorme sala antes ocupada por Aldous e que agora pertencia a Rachel Duncan — Não podemos travar uma batalha dessa magnitude com eles se nem ao menos temos pessoal para isso.

— Temos você, Ferdinand e os meninos da Coady — a voz calma e contida de Duncan a respondeu.

— Claro! Que ótima equipe... O Ferdinand fugiria na primeira oportunidade e deixaria todos para trás, os bichinhos de estimação da Virgínia só fazem o que ela quer, quem nos garante que não irão nos trair? — Rachel estava assinando alguns contratos e nem ao menos se deu ao trabalho de olhar para a mulher que estava a sua frente — RACHEL!

— Então só me resta você, Beatrice e eu espero que não me decepcione — o olhar da loira foi de encontro com o da morena e elas se encararam por alguns instantes.

— Nós vamos morrer e eles vão conseguir o que querem, escute isso... — Morris ergueu seu corpo que estava apoiado na mesa de Duncan — Eles chegarão até você Rachel e o Ferdinand não irá te proteger, não como eu protejo — um imenso silêncio se fez enquanto elas se encaravam. Foram longos segundos até que as interromperam.