130 - Dia de Morrer

441 65 20
                                    

- Mãe da Alícia on-

  Com passos apressados e prudentes entrei no beco, através dele eu conseguia pegar um atalho e chegar mais cedo no trabalho, já era para estar lá, mas tive que resolver um problema com o bloqueio das meninas... E isso realmente tomou meu tempo, tudo por culpa daquele anjo caído! Se ele não tivesse me reconhecido eu não precisaria resolver esse problema pela quinta vez esse mês. Elas estão crescendo tão rápido... Se a Lívia estivesse aqui para ver como a Mallya está crescendo forte, os poderes dela e da Alícia ainda não se manifestaram, mas a cada dia que passa sinto que elas estão ficando cada vez mais forte. Mergulhada em meus pensamentos quase não percebi que havia alguém perto da entrada do beco, mas não parecia ser mais do que um bebado doente, estava encapuzado e escorado na parede aparentemente lutando pra se manter em pé. Pobre coitado, mais um que está com problemas. Pensei enquanto pssava por ele, e então eu senti um arrepio descer pela minha espinha, e pude sentir sua aura contaminada, afogada na escuridão de sua alma, e já era tarde demais pra fugir. Eu já havia sido pega pelo braço e puxada para dentro do beco.
  Cai no chão ao ser empurrada, mal tinha atingido o chão e tive que piscar várias vezes naquela escuridão para poder enxergar o rosto por baixo daquele capuz, incrédula de que realmente poderia ser ele.
  - Você... - Foi tudo que consegui dizer, enquanto seus olhos me fitavam friamente, com menos que ódio e um certo divertimento passando por suas pupilas desvairadamente, até sentir a faca de prata atravessar meu peito e o sangue quente explodir na minha garganta, escorrendo pelo meu nariz e boca, enquanto eu começava a engasgar. Meu corpo estava quente e despertando adrenalina por várias partes do meu ser, mas eu não conseguia mais usar a magia, a prata havia me tirado a possibilidade de defesa. Como ele... Ainda nem tem idade pra isso e já sabe matar um ser sobrenatural do meu nível...!
  - Apenas morra vadia.
  - A Alícia... - Sussurrei e tive que parar de falar quando senti uma ardência na garganta. Mais sangue escorria pelo meu nariz, meu peito estava molhado de sangue também, mas este era por causa do meu ferimento no pulmão esquerdo - Ela vai descobrir e vingará a minha morte. - Falei entre dentes e ele abriu um sorriso de dentes afiados. Entretido com a minha dor.
  - Eu acredito em você.

- Alícia on-

  Alguma coisa não estava batendo, eu já havia pensado e repensado em todas as teorias, lendas e o padrão do Gap Dong, se minha mãe for realmente a próxima vítima então cadê ela? Faltam sete minutos, apenas sete minutos, e tem alguma coisa nas pesquisas e no caso que não está batendo, eu sinto isso. Mas o que pode ser?
  Acelerei mais a moto, a Mallya apontou pra direita, e eu franzi o cenho, a igreja no Centro ficava à esquerda, então porque ela estava querendo me guiar pela direita?
  - Mallya...
  - O Tae mudou a rota, ele está correndo ainda mais rápido em outra direção. Está indo pra floresta. - Avisou a Mallya e eu fiquei ainda mais confusa e indignada, tentando entender como ele conseguia correr muito mais rápido que uma moto, e ainda por cima bêbado!
  Foi então que eu me lembrei do que havia naquela região, se o Gap Dong está atraindo o anjo caído com a sua energia obscura então quer dizer que ele não está na igreja do Centro, e sim na...
  - Não é pra floresta que o Tae está indo! - Alertei e a Mallya praguejou, ela sabia do que eu estava falando.
  - Vou ligar pro Jaebum trazer a Polícia pra cá. - Avisou e começou a ligar, eu que já sabia o caminho continuei seguindo com a moto. Enquanto pegava meu celular do bolso para ligar pro BamBam. Agora fazia sentido, pelo que sabemos o Gap Dong gosta de lugares que tiveram alguma história, e uma única igreja no Centro da cidade construída a apenas dez anos jamais seria o seu objetivo principal, ele era um psicopata, calculista e conservador em certos pontos, então não escolheria um lugar onde obviamente seria pego, e sim um lugar que ninguém se lembraria da existência até descobrirem o corpo de mais uma vítima...
  - Acharam ela? - BamBam atendeu preocupado e eu engoli em seco com o coração na garganta.
  - BamBam, vai pra antiga igreja abandonada perto da floresta. - Falei e desliguei o telefone, o guardando de volta no bolso.
  A igreja estava abandonada a anos, tudo por que uma adolescente se suicidou lá dentro, e "coisas estranhas" começaram a acontecer com os crentes de lá. A história da garota é bem simples até, ela era uma garota bonita e virgem, vivia na igreja como uma santa, era a queridinha dos pais que a tinham como filha única, e certo dia um imbecil da escola resolveu começar a frequentar a igreja pra poder ficar com ela. E ele conseguiu, namoraram por meses até ele conseguir tirar a virgindade dela, era tudo que ele queria para poder ganhar numa aposta, e então quando a garota descobriu que tinha sido enganada, foi na igreja onde praticamente foi criada, e se matou lá dentro com uma facada no peito que atravessou um de seus pulmões, tudo diante da cruz. E eu precisava correr, o mais rápido que podia.

PRISON IOnde histórias criam vida. Descubra agora