a Chegada

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Guardei com cuidado o pote e a caixa no fundo da gaveta, e organizei as roupas da forma ideal para que não se visse o que havia lá no fundo.

Lubrificante e camisinhas.

Direto da cidade. Da transportadora tão famosa e privada do meu primo Jinyoung, que me cobrou uma fortuna só para que não contasse para meus pais o que pretendia com aquilo.

Bom, o verão chegou. E verão aqui no campo significa que os Kim vão nos visitar. E significa também que Taehyung virá. O filho intrigante e sexy pra porra dos amigos da minha mãe. O cara que conseguiu me fazer repensar nos meus conceitos, e pela primeira vez, permitir que alguém me fodesse.

Fazia um ano que não nos víamos, nem nos falávamos. Taehyung morava com a família do outro lado do país, e eu morava no interior, longe demais para a felicidade dele, num lugar onde celulares e internet não importavam tanto assim. Sim, ainda existem esses lugares.

Então, eu reprimi meus desejos pelo loiro por trezentos e sessenta e três dias. Me virei na cama noites seguidas, e troquei de lençóis quase na mesma frequência, fosse pelo suor ou simplesmente pelo gozo. Eu me fodi desde aquela noite no ano passado quando deixei que seus dedos entrassem em mim.

Eu havia enlouquecido. E definitivamente não aceitaria que enlouquecesse sozinho.

Neste verão, eu tinha planos. E Taehyung com certeza fazia parte deles.

"Jei kei!" escutei a porta do meu quarto ser aberta de uma forma um pouco escandalosa, e dei um pulo assustado me virando para meu melhor amigo.

"Aprenda a bater, Namjoon." revirei os olhos, pegando a sacola que sobrou vazia e a embolando na minha mão. Lá estava ele, me lançando seu sorriso malicioso com covinhas.

"Ainda acho que Jinyoung vai pedir um favor em troca." apontou, cruzando os braços contra o peito, enquanto se esbarrava na porta.

"O quê? Que eu foda sua bundinha bonita? Fiz isso na semana passada." dei de ombros, jogando a sacola no cesto de lixo a alguns metros de mim, me virando para Namjoon depois de acertar o alvo.

"Você não presta." sorriu, balançando a cabeça para o meu comportamento e para a minha existência, que Namjoon dizia ofender os santos da minha mãe. Caminhei calmamente até o último, fechando a porta atrás de mim.

"O sujo falando do mal lavado." tranquei meu quarto, e Namjoon riu, colocando o braço sobre meu ombro enquanto caminhávamos pela casa.

"Acha que depois desse tempo todo ele ainda vai te notar?" tocou na ferida. Empurrei seu corpo para longe de mim, desinteressado em suas brincadeiras no momento. Taehyung era meio que um assunto sério para mim. Só que eu meio que não sabia ainda.

Escutei sua risada, me fazendo desviar os olhos para frente, escondendo um sorriso atrás do meu lábio mordido.

"Claro que vai. Se estivesse no nosso lugar, talvez entenderia." fiz um comentário inocente para o meu amigo, que se juntou ao meu lado novamente.

Pisamos fora da casa. O céu estava lindo hoje. Límpido e azul. Um bom sinal para quem estava com ótimas expectativas dos próximos dias. O canto dos pássaros fazia parte da premonição também. Boas notícias. Sorri.

"Quem chegar por último ao estábulo vai passar sete anos sem transar." disparei a correr risonho na sua frente, caindo no gramado quando Namjoon me alcançou.

"Dessa vez, não." manteve-me no chão por alguns segundos, antes de se levantar e começar a correr, gargalhando pelo campo.

A piada era séria demais.

366 dias [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora