- Senhora, faltam treze reais para completar a compra. - disse a caixa de cara fechada enquanto fazia um barulho irritante com a boca conforme mascava seu chiclete.
- Desculpe Juvia, é que disseram pra Juvia que - foi cortada.
- E eu com isso? Se não tem dinheiro vá embora! - disse pegando as moedas da azulada e jogando no caixa.
- E-espere, Juvia tem mais moedas, Juvia vai contar!
- E cadê ela? - bufou irritada.
- ...
A albina não respondeu, tentava contar o dinheiro mas sempre errava por estar sob pressão e tinha de recomeçar.
- Além de ser mal-educada é analfabeta! ME DÊ ESSAS MOEDAS QUE EU MESMA CONTO! - gritou, fazendo a azulada se encolher de medo. Apesar do susto entregou as últimas moedas que tinha para a mulher grosseira com suas mãos trêmulas.
A mulher latina de cabelos cacheados e de um loiro quase chegando a verde bateu a palma da mão no caixa com força, fazendo um barulho estridente de moedas.
- Não dá! Agora saia da minha loja!
Juvia estava morrendo de vergonha, pois todos a estavam observando e ninguém fazia nada para apoiá-la. Era de se esperar, afinal, quem teria compaixão por uma estranha? Apenas lhe restou abaixar a cabeça, pegar suas moedas e dirigir seu olhar para a saída da loja. Mas antes que desse seu primeiro passo sentiu uma mão macia segurar de maneira suave seu ombro desnudo. Virando-se para trás, deparou-se com duas profundas orbes negras. Além de lindos olhos, o albino a sua frente era dono do sorriso mais atrativo que Juvia havia visto em toda a sua vida. Ele sorriu para ela, e logo se pôs a dizer:
- Eu pago, espere um pouco.
Por essa, a azulada não esperava.
- Hum. - a caixa apenas disse isso, desconfiada.
O jovem cujo nome Juvia não sabia abriu o bolso de sua jaqueta azul-escura e de lá tirou um bolo de notas, acabando por escolher uma de cem reais.
- Troco para cem, por favor. - disse educado, com frieza em seu olhar direcionado para a mulher tosca.
Com uma veia saltando na testa, a mulher nada disse, procurando troco para o cliente. Juvia ainda estava sem palavras. O albino olhou para as mãos de Juvia, encontrando um teste de gravidez. Seu rosto corou levemente.
- Já tem filhos, moça? Você me parece tão jovem. - estava surpreso.
- J-Juvia só tem 17 anos, s-s-senhor. - gaguejou de nervosismo. - É para uma amiga d-de Juvia. - abaixou a cabeça novamente, parecia ter lembrado de algo triste.
- Oh, entendo. - respondeu olhando nos lindos orbes azuis da garota a sua frente.
- Aqui está seu troco, senhor. - disse a caixa, acabando com a conversa.
O homem de cabelo prateado nem a olhou, apenas pegou seu dinheiro, o guardou e acompanhou a moça na qual ele ajudou até o lado de fora da farmácia. Os dois pararam lado a lado, mas sem se olharem. Paciente, o albino esperou a outra querer falar. Quando Juvia finalmente tomou coragem, olhou para o homem e lhe agradeceu sem-graça:
- Muito obrigada pelo que fez por Juvia, senhor. Eu não esperava que alguém fosse se importar comigo. - a última parte ela disse baixinho. - E-eu vou te devolver o dinheiro quando tiver, por favor aceite essas moedas por enquanto. - a azulada lhe ofereceu seu único dinheiro, envergonhada.
- Não é preciso, foi apenas uma pequena ajuda. Foi um prazer conhecê-la Juvia, espero vê-la de novo. A propósito, meu nome é Lyon. - ele lhe sorriu.
- F-foi um prazer conhecê-lo também. Alguma hora nos esbarramos pela cidade. - Juvia sorriu de volta, mesmo incerta de suas últimas palavras.
Crocus é enorme, seria muito difícil que eles se encontrassem de novo. E tinha seu trabalho, que também era sua prisão. A azulada apenas podê lamentar mentalmente por sua vida miserável enquanto via o prestativo homem a sua frente indo embora com um sorriso no rosto, que foi para ela.
Preciso me apressar.
Foi um dia estranho para Juvia.
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Amor perigoso
FanfictionJuvia Lockser é uma jovem desafortunada. Seus pais não tinham muito dinheiro e nunca poderiam lhes comprar coisas caras, contudo eram uma família feliz. Tudo mudou depois que seus pais foram mortos segundo a polícia em um caso de latrocínio, roubo s...