Pietro e eu resolvemos terminar os cinco capítulos de Stranger Things.
— Sabia que a terceira temporada só vai sair em 2019? — olhou-me.
— Sério? Caramba. Não acredito. Merda. — revirei os olhos.
— Sabia que você é linda? — sorriu.
— Claro. — mordi meu lábio inferior.
— Nossa, que humildade! — apertou a ponta do meu nariz.
— Ue, só confimei os fatos. — pisco.
— De 10 a 10 quanto eu sou lindo? — aproximou seu rosto do meu, e me beijou.
— Pietro! — a voz de Flavia. Paramos o beijo. Que saco! — Viemos te chamar para assistir... Um filme. — olhei para elas. — Hm. Estamos atrapalhando algo?
— Não. — assim que ele diz isso, a Flavia se senta na cama, a Ana continua lá em pé com cara de bunda.
— Vamos, Pietro, por favor... — pediu, balançando pé dele.
— Vu tomar um banho. — levantou.
— Pietro! — Flavia o chama, antes de ir atrás dele. E Ana continua lá, me olhando.
— O que você quer? — perguntei, me levantando.
— Leticia, meu bem... — arqueio uma sobrancelha. — Percebi que você e o Pietro estão se envolvendo. Mas, eu como sua amiga... — corto ela.
— Amiga? Desde que quando? — ela sorriu.
— Devo alertar sobre o Pietro. Ele não é um garoto que gosta de namorar, só pegar e tchau! E eu vejo que você é para namorar. Depois de um tempo Pietro vai se enojar de você e te deixar de lado. — cruzou os braços. — Como ele fez comigo... Pode fazer com você. — reviro os olhos.
Que tipo de jogo é esse? Primeiro ameaça e depois vem se fazer de amiga?
— Eu não preciso de sua "ajuda", você sabe que não é, e nunca foi "minha amiga". — faço aspas com as mãos.
— Quem avisa ami...
— Tchau, Ana. — interrompi ela.
Após ela sair, voltei a me deitar na cama. Suprimi um grito. A confiança que eu tinha minutos atrás, sumiu. Será que a Ana está certa? O Pietro só que me usar? Ou eu estou confundido as coisas entre a gente?
— Droga! — murmuro, jogando a almofada que estava em meu colo contra a parede.
***
Ontem eu arrumei minhas coisas, para ir a Ilha Grande. Dormi o suficiente para acordar 06h da manhã. Pego minha bolsa, da minha irmã e de minha mãe, são essas bolsas de escola; o necessário para os três dias lá. Desço as escadas, pondo as bolsas no sofá, indo até a cozinha onde já estavam minha mãe, minha irmã e Carla.
— Bom dia, Letícia. Finalmente um adolescente acordou! — riu.
— Bom dia! — peguei uma maçã.
Na mesma hora Pietro aparece. Ele vêm até mim, — que estou em pé, apoiada no balcão. — e me abraça, no mesmo instante, me afasto dele. Ele ia perguntar algo, só que a Flavia chega, abraçando-o.
— Bom dia, irmãozinho. — pegou uvas e passou na cobertura do bolo de chocolate.
— Flavia, onde estão estão seus modos?! — sua mãe chamou atenção dela.
— Bom dia, gente. Bom dia, Pietro! — ouço Ana cantarolar.
— Já arrumaram suas coisas? — Carla pergunta.
— Sim. Vamos que horas mesmo? — ele me encarava.
— Às 08h vamos para Angras dos Reis e de lá embarcamos para Ilha Grande. — bebeu um pouco de suco.
***
Estamos em um barco indo para Ilha Grande. Chegaremos daqui 1h30min. A paisagem é linda. Desembarcamos na Vila do Abraão e vamos andando até a pousada, que não é muito longe. — quem disse foi a Carla. — O distrito de Angras dos Reis, é lindo!
Ok, ok. Eu fiz algumas pesquisas, antes de vir, mas só por cima. Aqui na Vila, pode-se dizer que é o principal da Ilha, por ter mais pousadas, restaurantes, essas coisas.
Como é final de ano, está cheio.— Chegamos! — exclamou apontando para uma pousada à sua frente. É simples, mas pelo que parece muito confortável. Uma senhora, aparentemente de meia idade, vem até nós.
— Beatriz! Querida, como vai? — disse abraçando a própria.
— Muito bem, tia. — ela sorri. — Flavia e Pietro, peçam bênção a Tia Madrinha de vocês.
— Meus afilhados queridos!— e ela os abraça.
— Tia, essa é minha amiga, aquela que eu te falei, a Cristiane. — apontou para minha mãe. — Essas são as filhas dela, Leticia a mais velha e a Vitória a mais nova. — como se isso não fosse óbvio!
— Prazer em conhecê-las! — abraçou a mim, minha irmã e por último minha mãe. Gosta de abraços, pelo jeito! — Eu me chamo Luzia. Vamos, entrem. — e entrou na pequena, reconfortante, pousada da Luzia.
Ela nos direciona para os quartos. Minha mãe, minha irmã e Beatriz dormiram no mesmo quarto; no quarto delas tem uma cama de casal e uma de solteiro. Eu, Pietro, Flavia e Ana no mesmo quarto. No quarto em que dormiremos duas camas de casais. Estou até imaginando a merda que vai dar! Quero só ver, com quem eu vou dormir. Carla entra no cômodo.
— Queridos, vocês viram que o quarto tem apenas duas camas de casal. Então, eu acho melhor... Ana e a Letícia dormirem em uma, Flavia e Pietro em outra. — como é que é?
— Por que eu e Letícia temos que dormir na mesma cama? — cruzou os braços.
Eu não quero dormir com a Ana e nem a Flávia.
— Porque aqui só tem duas camas, como já disse. Bom, agora se arrumem com roupas de praia, porque nós vamos aproveitar o máximo esses três dias! — disse alegre e saiu do quarto.
— Era só o que me faltava. — murmuro.
Ana bufa de raiva, igualmente a Flavia. Pietro fica lá parado, sem falar nada. Eu pego meu biquíni e entro no banheiro. Após vestir o biquíni, ponho meu short e blusa por cima. Saio do banheiro e quarto, fico na porta da pousada, esperando os outros. Até que alguém põe a mão em meu ombro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Era Apenas Uma Viagem
Teen FictionO sentimento de amar outra pessoa é belo, ainda mais quando se ocorre pela primeira vez. Não é que os demais amores não sejam belos, é que a primeira vez amando é um mar de descobertas. Na adolescência ocorre bastante isso, mas na maioria das vezes...