Sexta - Feira 13

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Encarava a pobre criança a sua frente, sem saber ao certo o que fazer, não estava na hora da mesma morrer, então simplesmente não podia ceifar sua alma. Só que, o garoto era muito jovem para conseguir sobreviver naquela floresta, sem seus pais. Mais cedo ou mais tarde ele acabaria morrendo, resultando então, em alma ceifada.

Aquilo estava um tanto confuso na mente do ceifador; sua função era simplesmente recolher a alma das pessoas que morriam, para que pudesse guiá-las para o seu destino final. Um trabalho muito complicado, visto que diversas pessoas morrem por dia — motivo no qual leva a existência de mais de um ceifeiro .

Nenhum deles era uma cópia exata do outro, todos eram diferentes, cada um com sua força de agir e de se portar diante da situação. Possuíam uma aparência um tanto peculiar, já que não eram aquelas criaturas medonhas como todos imaginavam, mas sim muitas vezes comuns.

Nem sempre possuíam a aparência humana — visto que não existia apenas humanas a quem recolher —. Podiam ter a força de uma criatura mágica, ou até mesmo um animal, contanto que fizessem seu trabalho, estava de bom tamanho.

Ninguém sabia ao certo como alguém ou algo, tornava-se um ceifeiro.

Simplesmente surgia um e o mesmo começava a trabalhar recolhendo almas, levando-as para o destino final. Era um trabalho que não possuía nenhum tipo de recompensa ─ pelo menos, era o que diziam por ai ─ faziam para ajudar as almas.

Caso ao contrário elas ficariam vagando pela eternidade, virando assim, um dia, monstros que podiam prejudicar o ecossistema.

Era Sexta-Feira 13, um dos dias mais importantes para os ceifeiros, pois era a data que mais ocorriam mortes. Muitos faziam sacrifícios, muitos matavam naquele dia. E por conta disso, era um dia muito turbulento, o qual eles já estavam acostumados a lidar.

E, para Izuku Midoriya, um ceifeiro fantasma, estava bem mais complicado do que ele esperava. Ele precisava recolher a alma de dois meio lobos, humanos, que podiam se transformar em lobos, além do fato de terem algumas partes do corpo como orelhas e caldas do animal. Podiam sim viver entre as pessoas normais, mas usando um disfarce mágico para que suas partes animais não aparecessem, mas preferiam muitas vezes viver na floresta em tribos afastadas da civilização.

O ceifeiro possuía uma aparência interessante, ainda mais por ser um fantasma, tinha cabelos verdes tão vivos quanto a grama na qual seus pés pisavam, sardas pelo rosto branco e belíssimos olhos esverdeados, que brilhavam junto a lua. Usava uma roupa branca, parecendo muito com um lençol que possuía alguns detalhes, mostrando que era um fantasma.

Vejam bem, o fato de Izuku ser um fantasma, não lhe impedia de fazer as coisas. Ele podia tocar, assim como podia atravessar as coisas, quando bem quisesse. Infelizmente, ele só não podia mais mudar sua aparência, permanecendo como um adolescente de 16 anos — só que ele não ligava muito para esse detalhe.

Uma coisa que poucos sabiam, era que ceifeiros podiam sim viver uma vida "normal". O único problema era seu serviço cansativo, fazendo com que tivessem poucas horas de descanso merecido. Tanto que tiveram pouquíssimos casos onde ceifeiros que conseguiram encontrar algum parceiro. Já que ninguém queria ficar com eles, quando descobriam suas identidades.

Poucos tentavam matar um, pois mesmo que fosse doloroso vê-lo ali para recolher uma alma de um ente querido, era o ciclo da vida que todos tinham que respeitar. Claro que os que tentavam machucar tais criaturas divinas, eram castigados no mesmo momento.

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