134 - Prisioneiro

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- Mallya on-

Tantas coisas rodando na minha mente, minha ansiedade me corroendo e me deixando cada vez mais agoniada, e ainda pior, saber que o Tae estava preso e provávelmente machucado, e que eu não podia fazer nada pra poder tirar ele de lá, além de investigar, o que poderia demorar muito mais que o previsto.
A Alícia havia me explicado diversas coisas sobre nosso mais novo suspeito, e as coisas realmente pareciam bater e fazer sentido com o Mark, porém ele estava fora do país durante o assassinato da quarta vítima, então não tem como saber se ele é ou não o Gap Dong. Precisamos investigar mais. Pelo menos temos um alvo.
Mark tem desavenças com o Tae, e pelo fato de ser um psicopata, é bem capaz que ele tenha atuado todo esse tempo como talvez até amigo do Tae para poder usá-lo. Até ai dá pra entender, agora o problema é a Alícia, ela está reagindo muito mal a morte da mãe dela, era de se esperar que ela fosse tentar achar culpados, e que provávelmente iria ficar fria e calculista como o instinto dela a faz ser, mas passar a carregar a arma pra todo canto pra poder matar o Gap Dong quando puser as mãos nele já é algo que passou dos limites.
- Se seu pai descobrir ele vai ficar furioso. - Comentei tentando alerta-la e ela me lançou um olhar indignado, o rosto tomado pelo cansaço que ela tentava esconder que sentia.
- Eu não vou soltar ela, enquanto não vingar a morte da minha mãe. - Declarou ela com sua determinação inabalável e eu até ia dizer mais alguma coisa quando Jung Kook voltou para o nosso banco.
- Já podem vê-lo. - Ele disse com um sorriso para nós duas, mas eu não retribui o sorriso, estava com o coração na garganta. Com a mente pertuebada demais pra conseguir corresponder tão facilmente.
- Obrigada! - A Alícia agradeceu por mim e então colocou a mão no meu ombro - Vai na frente, eu vou daqui a dez minutos, vocês precisam de um tempinho. - Disse ela e eu assenti, saindo de perto dos dois, e indo para a salinha de visitas, que por um milagre não seria necessária revista e nem questionamentos já que o Jung Kook resolveu todo o processo para eu e a Alícia. Ele era o mais novo policial na delegacia, e seria o ajudante do pai da Alícia, então o que ele disesse, estava tudo certo.
Fui até a porta e toquei na maçaneta, inspirando profundamente, nunca havia me sentido tão covarde pra abrir uma porta, eu queria ver o Tae, eu sabia que ele estava do outro lado daquela porta algemado, mas eu estava com tanto medo de ver ele todo machucado que não sabia mais do que seria capaz se descobrisse os responsáveis.
Meu coração acalerou mais quando virei a maçaneta, o material estava gelado nos meus dedos, e quando eu abri a porta, meus olhos se encheram de lágrimas ao ver o Tae. Parado e olhando pra mim com os olhos cheio d'água.
Não foi preciso dizer nada, eu entrei por aquela porta, fechando com o pé mesmo e corri pros braços dele. Jogando meus braços por cima de seus ombros e o abraçando o mais apertado que conseguia. Escondi minha cabeça em seu pescoço e inalei seu cheiro tão reconfortante, e que me fez desmanchar de uma vez nas lágrimas quando senti o cheiro de sangue também.
- O que fizeram com você? - Perguntei entre lágrimas tateando seu abdomem e braços, sentindo os inchaços, e marcas, até alguns ossos da costela esquerda fora do lugar.
- Tá tudo bem. Eu vou ficar bem, não é nada demais. - Disse ele tentando me acalmar e eu tirei meu rosto do seu pescoço para olhar em seus olhos, estavam azuis, com um tom acinzentado que me fez entender que seus poderes angelicais estavam ativos para sua regeneração. Meu sangue queimou nas veias.
- Quem foi que fez isso? - Perguntei entre dentes sentindo a raiva se apossar de mim e Tae levantou suas mãos algemadas, acariciando meu rosto.
- Mallya por favor, só me abraça. - Pediu ele e lágrimas desceram de seus olhos, mas eu não sabia se eram de dor, de tristeza, ou pela injustiça que estava sofrendo.
- Tae... - Sussurrei o abraçando novamente sentindo um nó na garganta.
- Eu fiquei com tanto medo essa noite... - Contou - Estava frio, eu estava tendo pesadelos com corpos de mulheres mortas... E a todo momento que acordava... - Ele parou de contar, e eu que já imaginava o que era completei sua frase, com o coração apertado no peito.
- Eles te batiam até desmaiar de novo. - Falei amargurada e me afastei para ver seu rosto, molhado de lágrimas - Eu e a Alícia vamos te tirar daqui, o mais rápido que pudermos, eu prometo. - Falei contendo o choro e então me aproximei, colando nossos corpos e encostando minha testa na dele - Eu te amo meu anjinho.
- Eu também te amo. - Ele disse, e então se aproximou, beijando meus lábios, e meu coração acelerou ainda mais, mas ele se afastou antes que o beijo se intensificasse - Eu tenho uma coisa pra te contar.
- O que é? - Perguntei enquanto ele limpava minhas lágrimas e em meio ao seu choro, ele abriu um sorriso, que me deixou confusa.
- Agora eu me lembro porque cai do céu, eu consegui me lembrar do motivo.

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